22/03/2016

Exposição “Índios na Janela” chega a Porto Seguro dia 29



Foto Ruy Penalva
  
Com apoio do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, a exposição disponibiliza para visitação um acervo composto por quadros de faces indígenas e peças artesanais de diversas etnias brasileiras.
  
Porto Seguro, terra dos Pataxós, recebe entre os dias 29 de março e 03 abril, a exposição “Índios na Janela”, composta por um acervo de cerca de 200 peças artesanais - entre arcos, colares, lanças e bordunas das tribos Pataxós, Xukuru Kariri, Maxakali e Krenak - , e mais 20 quadros de faces indígenas. As peças estarão disponíveis para visitação gratuita no Centro Cultural de Porto Seguro. Na abertura, que acontece às 17h, haverá vernissage para os convidados conhecerem a proposta e apresentação do ritual do Awê, da etnia Pataxó, onde os índios demonstrarão sua relação e comunhão com a natureza.

A exposição é voltada para o público em geral, em especial, para estudantes do ensino fundamental, ensino médio, pesquisadores, historiadores e professores. O projeto prevê também uma palestra gratuita e aberta ao público, ministrada pelo colecionador Silvan Barbosa Moreira, com o tema “Minha Vida na Tribo”, dia 31, às 19h, no mesmo local da exposição.

Tanto a coleção quanto os quadros buscam apresentar a cultura indígena como algo vivo e dinâmico, propiciando uma identificação positiva através das faces dos povos da floresta. As peças possuem valor inestimável e foram juntadas ao longo dos 25 anos em que o colecionador Silvan Barbosa Moreira, ex-funcionário da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), teve contato e se dedicou ao trabalho com as mais variadas tribos indígenas brasileiras. “Tenho peças com mais de 30 anos e outras muito raras. A mais antiga é da Ilha do Bananal, no Mato Grosso, já a mais nova é um cocar e um colar Kaiapó que veio do Pará. Entre peças artesanais, livros, CDs e DVDs, tenho quase mil objetos, adquiridos ou que me foram dados de presente por amigos indígenas. Esta exposição serve para contribuir e ampliar o conhecimento do público sobre a vida e a cultura indígenas”, explica o colecionador.

Já os quadros de faces indígenas são de Gildásio Rodriguez, conhecido como “O Gil dos índios”, que já foi protagonista de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil, Estados Unidos e Portugal. “Ao ler a saga dos irmãos Villas Boas no Alto Xingu, senti a necessidade de divulgar, através da pintura, a cultura de um povo que sofreu e sofre injustiças dentro de um país democrático. Comecei em 1998 e, desde então, criei mais de 30 quadros”, comenta.
A exposição oferece ao público imagens e informações de natureza histórica e cultural, propiciando uma identificação positiva com as coletividades indígenas e oportunizando ao público um olhar mais humano sobre essa questão. Para o curador da exposição, Pawlo Cidade, "essa mostra aponta para um caminho no esforço de pensar os indígenas sob o ponto de partida da cultura, de uma janela que se abriu no passado, que continua aberta no presente e mantém-se escancarada pela dimensão contemporânea, permitindo um diálogo com muitas outras tradições culturais”.

O projeto é uma realização da Comunidade Tia Marita e conta com apoio do Fundo de Cultura da Bahia, mecanismo de fomento à cultura gerido pelas secretarias de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) e da Fazenda (Sefaz), através do edital Agitação Cultural: Dinamização de Espaços Culturais. Depois de Porto Seguro, a exposição segue para Salvador, onde acontece de 19 a 24 de abril, no 1º pavimento do Palacete das Artes, na Graça. Acompanhe todas as informações na fanpage: www.facebook.com/Indiosnajanela
 
Nova data em Ilhéus

O acervo já passou por Ilhéus em fevereiro, onde foi sucesso de público - foram 727 visitantes em cinco dias. Devido ao êxito, a exposição será novamente montada entre os dias 23 e 26 de março, coincidindo com a Semana Santa. “Em Ilhéus foi um grande o pontapé inicial. Graças aos estudantes, professores e visitantes estrangeiros atingimos um público bastante expressivo. Com a cidade cheia devido ao feriado, vamos oportunizara outros visitantes a visita ao acervo. Ampliar o acesso às peças e ao seu valor simbólico é o principal objetivo”, avalia Pawlo Cidade. A exposição será nos stands do Aleluia Ilhéus Festival, localizada na Avenida Soares Lopes, Centro, e aberta à visitação de 17h às 22h. A entrada será gratuita.


Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural e Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br

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