Foto Ruy Penalva
Com
apoio do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, a exposição disponibiliza
para visitação um acervo composto por quadros de faces indígenas e
peças artesanais
de diversas etnias brasileiras.
Porto
Seguro, terra dos Pataxós, recebe entre os dias 29 de março e 03 abril,
a exposição “Índios na Janela”, composta por um acervo de cerca de 200
peças artesanais - entre arcos, colares,
lanças e bordunas das tribos Pataxós, Xukuru Kariri, Maxakali e Krenak -
, e mais 20 quadros de faces indígenas. As peças estarão disponíveis
para visitação gratuita no Centro Cultural de Porto Seguro. Na abertura,
que acontece às 17h, haverá vernissage para
os convidados conhecerem a proposta e apresentação do ritual do Awê, da etnia Pataxó, onde os índios demonstrarão sua relação e comunhão com a natureza.
A
exposição é voltada para o público em geral, em especial, para
estudantes do ensino fundamental, ensino médio, pesquisadores,
historiadores e professores. O projeto prevê também uma palestra
gratuita e aberta ao público, ministrada pelo colecionador Silvan
Barbosa Moreira, com o tema “Minha Vida na Tribo”, dia 31, às 19h, no mesmo local da exposição.
Tanto
a coleção quanto os quadros buscam apresentar a cultura indígena como
algo vivo e dinâmico, propiciando uma identificação positiva através das
faces dos povos da floresta. As peças possuem
valor inestimável e foram juntadas ao longo dos 25 anos em que o
colecionador Silvan Barbosa Moreira, ex-funcionário da Fundação Nacional
do Índio (FUNAI), teve contato e
se dedicou ao trabalho com as mais variadas tribos
indígenas brasileiras. “Tenho peças com mais de 30 anos e outras muito
raras. A mais antiga é da Ilha do Bananal, no Mato Grosso, já a mais
nova é um cocar e um colar Kaiapó que veio do Pará. Entre peças
artesanais, livros, CDs e DVDs, tenho quase mil objetos,
adquiridos ou que me foram dados de presente por amigos indígenas. Esta
exposição serve para contribuir e ampliar o conhecimento do público
sobre a vida e a cultura indígenas”, explica o colecionador.
Já os quadros de faces indígenas são de Gildásio Rodriguez, conhecido como “O Gil dos índios”,
que já foi protagonista de diversas exposições individuais e coletivas
no Brasil, Estados Unidos e Portugal. “Ao ler a saga dos irmãos Villas
Boas no Alto Xingu, senti a necessidade de divulgar, através da pintura,
a cultura de um povo que sofreu e sofre injustiças dentro de um país
democrático. Comecei em 1998 e, desde então,
criei mais de 30 quadros”, comenta.
A
exposição oferece ao público imagens e informações de natureza histórica
e cultural, propiciando uma identificação positiva com as coletividades
indígenas e oportunizando ao público um olhar
mais humano sobre essa questão. Para o curador da exposição, Pawlo
Cidade, "essa mostra aponta para um caminho no esforço de pensar os
indígenas sob o ponto de partida da cultura, de uma janela que
se abriu no passado,
que continua aberta no presente e mantém-se escancarada pela dimensão
contemporânea, permitindo um diálogo com muitas outras tradições
culturais”.
O projeto é uma realização da
Comunidade Tia Marita e conta com apoio do Fundo de Cultura
da Bahia, mecanismo de fomento à cultura gerido pelas secretarias
de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) e da Fazenda
(Sefaz), através do edital Agitação Cultural: Dinamização de Espaços Culturais. Depois
de Porto Seguro, a exposição segue para Salvador, onde acontece de 19 a
24 de abril, no 1º pavimento do Palacete das Artes, na Graça.
Acompanhe todas as informações na fanpage: www. facebook.com/Indiosnajanela
Nova data em Ilhéus
O
acervo já passou por Ilhéus em fevereiro, onde foi sucesso de público -
foram 727 visitantes em cinco dias. Devido ao êxito, a exposição será
novamente montada entre os dias 23 e 26 de março,
coincidindo com a Semana Santa. “Em Ilhéus foi um grande o
pontapé inicial. Graças aos estudantes, professores e visitantes
estrangeiros atingimos um público bastante expressivo. Com a cidade
cheia devido ao feriado, vamos oportunizara outros
visitantes a visita ao acervo. Ampliar o acesso às peças e ao seu valor
simbólico é o principal objetivo”, avalia Pawlo Cidade. A exposição
será nos stands do Aleluia Ilhéus Festival, localizada na Avenida Soares
Lopes, Centro, e aberta à visitação de 17h
às 22h. A entrada será gratuita.
Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA)
– Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas,
o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O
mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente
culturais de iniciativa de pessoas físicas ou
jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo
Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da
importância do seu significado, sejam de baixo apelo
mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à
iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de
apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações
Continuadas de Instituições Culturais sem
fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizad os;
Mobilidade Artística e Cultural e
Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br
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