Foto: Almir Santos.
Banda iniciou carreira nos largos do Centro Histórico e se consolida como uma das mais esperadas atrações da folia
Quem
pensou que as pedras do Largo do Pelourinho e sua inclinação
preponderante seriam obstáculos para as famosas rodinhas do
BaianaSystem, se esqueceu que seus fãs seguem firme na batalha.
A banda atraiu uma multidão de pessoas na madrugada deste domingo (11) e
encerrou as apresentações do quarto dia do Carnaval do Pelô.
Antecipando
os saltos que viriam com a batida da guitarra baiana, a cantora Virgina
Rodrigues fez a abertura do show da banda cantando a música Juízo
Final. O convite para participação da cantora
surgiu de Russo Passapusso e Roberto Barreto. “Eu me tornei fã da banda
e não podia deixar de vir. A expressão deles no palco e a linguagem que
eles utilizam para se comunicar com os jovens são coisas que realmente
valem a pena”, defende Virginia.
Do
Carnaval de trio para o Carnaval do palco, a diferença é pouca,quase
nada. A vibração contagiante dos foliões se encaixa em qualquer parada,
seja na cidade alta ou na cidade baixa. Afinal,
há oito anos que os primeiros caminhos que os fãs do BaianaSystem
percorreram para escutar o novo som que surgia no pedaço foram nas ruas
do Pelô.
“O
Pelourinho é a casa do Baiana. A banda se fez tocando nesses largos,
foi onde aprendemos a falar com o público e a tocar nossas músicas. Para
a gente, faz todo sentido, energeticamente e
musicalmente falando,tocar aqui”, destaca o guitarrista Roberto
Barreto,que também idealizou a banda.
O
ditado popular “um bom filho a casa torna” cabe tanto aos músicos da
BaianaSystem quanto ao rapper Vandal, que fez participação especial
durante o show, incluindo na música Jah Jah Revolta.
Vandal é cria das ruas do Centro Histórico. “É muito signficativo tocar
aqui porque sei que toco para minha família, para meu povo que vive
nessa região. Então, é o certo pelo certo, assim como a canção que
participei. É tempo de luta”, conclui o rapper.
Diversidade –
Antes
do show do BaianaSystem, a noite no Largo do Pelourinho teve início com
o cantor Mateus Aleluia e as cantoras Ana Mametto e Rita Beneditto, que
juntos fizeram a Folia Afro Brasileira.
Eles apresentaram um repertório completamente voltado para um louvor às
entidades africanas e afro-brasileiras. Indo para ritmos completamente
diferentes, também passaram pelo palco principal Ronei Jorge, Giovani
Cidreira e Maglore, marcando a presença do
pop rock e da MPB na folia.
A
programação também seguiu com todo o gás nos demais largos do Pelô. O
baile infantil do dia foi comandado pela banda PUMM – Por um
Mundo Melhor, que agitou pequenos foliões trajados de personagens como
unicórnios, super-heróis e bailarinas. Já à noite, o largo foi da
filarmônica, com Zeca Freitas e Orquestra, ao axé music, com Missinho,
um dos pioneiros do gênero, e ao rock, com Márcio
Melo. No Largo Tereza Batista, ecoou a voz potente de Aloísio Menezes,
seguido pela animação de Carlos Pitta & Bando Anunciador no segundo
dia do projeto A Praça do Frevo Elétrico. Já no encerramento, o cantor
de reggae Zabah Bush levou
um
ritmo cadenciado e letras que pregam a paz, amor e a igualdade. No Largo
Quincas Berro d’Água, o público pôde curtir os shows da banda Lateral
Elétrica, tocando músicas dos antigos carnavais,
Kelly Cristina, que representou o arrocha, e da cantora de samba
Marizélya.
As
ruas também se tornaram palcos, prosseguindo movimentadas por diversos
grupos culturais, dentre os quais se destacaram filarmônicas
como a Oficina de Frevos e Dobrados, dando
ao público o prazer de ouvir canções clássicas da cultura afro baiana
ao som de instrumentos como flautas e clarinetas. Quem
também marcou presença na programação foi a Orquestra Os Franciscanos. O
nome é uma referência à cidade de São Francisco do Conde, de onde são
originários
CARNAVAL DA CULTURA
O
Carnaval da Cultura é o carnaval da democracia e da diversidade e do
folião pipoca, que leva para as ruas, durante todos os dias e
circuitos da folia, a mistura de ritmos e gêneros musicais e,
principalmente, a estética e a arte de diferentes artistas, grupos e
entidades culturais da Bahia. São centenas de atrações e shows gratuitos
de afoxé, samba, reggae, axé, pop, MPB, fanfarras e
muito mais. É diversão garantida para todos os gostos e estilos no
espaço público da rua para alegria do folião. O Carnaval da Cultura –
uma realização da Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, por meio do
Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI)
– está organizado a partir de quatro programas: Carnaval do Pelô, Carnaval Pipoca e Carnaval Ouro Negro. A programação completa de nossa festa está disponível nos sites
www.cultura.ba.gov.br
e
www.carnaval.bahia.com.br.
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