A equipe de bocha adaptada do Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências (CRPD), das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), está representando o Estado no Campeonato Regional Nordeste de Bocha Paralímpica, que acontece nesta sexta (24) e sábado, com entrada franca, no Centro de Convenções da Bahia. A competição é realizada pela ANDE – Associação Nacional de Desporto para Deficientes, entidade que organiza a modalidade no Brasil.
A técnica da equipe de bocha adaptada da OSID, Simone Quintela, comemora bastante a participação. Segundo ela, os treinos foram iniciados há apenas seis meses. “Não temos grande pretensão no campeonato. Estamos engatinhando nesse esporte, que é complexo e cheio de detalhes”. A proposta da treinadora é conhecer melhor a modalidade e “observar como os atletas se comportam em ambiente de competição”.
A Bocha Paralímpica é dividida em quatro classes, de acordo com o grau da deficiência do competidor: BC 1 (atleta com paralisia cerebral. Joga com as mãos ou pés e pode contar com um auxiliar); BC2 e BC4 (atleta com lesão medular e grande comprometimento nos membros superiores. Joga sem auxiliar); BC3 (atleta com maior grau de comprometimento motor. É assistido por uma pessoa que direciona a calha).
A equipe da OSID estreia na modalidade com um grupo formado por seis atletas, entre moradores da instituição e pacientes do ambulatório. Marcelo Ramos, 29, Raimundo Félix dos Santos, 51, Felipe Bitencurt, 22, Marina Giusti, 15, vão competir na classe BC3; e Alexandre Baroni, 45 e Renan Prestes, 27, classe BC4. Os atletas da BC3 terão auxílio dos calheiros: Alcides dos Santos, Marivaldo Santos, Cênia Bitencurt e Denise Giusti.
No Brasil, a bocha ainda está longe da popularidade de outros esportes. Tornou-se mais conhecida em 1995, quando dois atletas brasileiros consagraram-se campeões dos Jogos Parapanamericanos de Mar Del Plata. A Bahia ainda não tinha competidores. Assim, a preparação dos atletas do CRPD contribui para o fortalecimento do esporte paralímpico no Estado.
O jogo – Diferente de sua origem, na Grécia, quando a bocha era praticada com pedras (os jogadores lançavam as maiores para tentar atingir uma pedra-alvo menor), na contemporaneidade joga-se bocha com um conjunto de 13 bolas: seis azuis, seis vermelhas e uma bola branca (bolim). As partidas acontecem em uma quadra lisa e plana, numa área medindo seis metros de largura por 12,5m de comprimento.
A bocha adaptada é similar à convencional, na qual o objetivo do jogador é encostar o maior número de bolas coloridas na bola-alvo, a branca. É assim que os jogadores vão pontuando. Para pessoas com deficiência é permitido o uso das mãos, dos pés, além de instrumentos de auxílio para atletas com membros superiores e inferiores muito comprometidos. O esporte tanto pode ser praticado individualmente, como em duplas e em equipes (inclusive mistas). Os atletas são divididos por classes de acordo com sua deficiência.
Foi na década de 1970 que os países nórdicos resgataram a modalidade para adaptá-la às pessoas com deficiência (principalmente as que apresentam grau severo de comprometimento motor ou múltiplo). O jogo tornou-se um esporte paralímpico em 1984 e hoje, segundo a ANDE, é praticado em mais de 50 países.
Serviço
CAMPEONATO REGIONAL NORDESTE DE BOCHA
Horários: Sexta (24) e sábado, (24), das 10h às 19h
Local: Centro de Convenções da Bahia
Entrada franca
Ficha
Atletas: Marcelo Ramos (calheiro, Alcides dos Santos); Raimundo Félix dos Santos (calheiro, Marivaldo Santos); Felipe Bitencurt (calheira, Cênia Bitencurt); Mariana Giusti (calheira, Denise Giusti); Alexandre Baroni e Renan Prestes.
Equipe técnica: Simone Quintela (técnica), Sérgio de Almeida (fisioterapeuta), Luciana Damasceno (pedagoga), Roseneide Calasans (terapeuta ocupacional).
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