Projeto, apoiado pelo Fundo de Cultura da Bahia, visa trabalhar a ludicidade nas crianças com o conhecimento da cultura nativa
Iara,
Boitatá, Curupira e Uirapuru são personagens do rico universo
folclórico brasileiro, lembrados, muitas vezes, apenas nas aulas do
ensino fundamental. Essas lendas contadas pelos nativos que habitavam o
Brasil antes mesmo da chegada dos portugueses, em 1500, vão ganhar uma
nova roupagem no formato de quebra-cabeças para serem trabalhados de
forma lúdica dentro de escolas, bibliotecas e espaços de contação de
histórias.
A
ideia está sendo desenvolvida pelos designers Neymar Leonardo dos Santos
e Sandro Limaverde, que já concluíram a primeira fase do projeto, que
conta com o apoio do Fundo de Cultura da Bahia, através do Edital
Setorial de Economia Criativa 2016. “A proposta é estimular a
coordenação motora das crianças e também oferecer um jogo em 2D para que
a interação com a história possa ser mais ampla”, conta Santos.
O
jogo, que ganhou sua primeira versão com protótipos em MDF (o produto
final, com duas mil unidades, será produzido em pinus com madeira de
reflorestamento, reforçando a preocupação ecológica do projeto), virá
acompanhado de um livreto com as histórias dos personagens e que também
pode se transformar em um cenário para a Iara, o Boitatá, o Curupira e o
Uirapuru. O detalhe é que os cenários se integram formando um grande
painel ressaltando o universo folclórico nacional.
Segundo
Neymar Santos, o apoio do Fundo de Cultura permitiu que a ideia saísse
do papel, ganhando inclusive novas dimensões, como a criação de um site,
também para contar as histórias, abrindo um leque de possibilidades
para a divulgação do nosso folclore com brinquedos criativos. “Existe a
possibilidade de negócio que ainda não foi explorado. Tanto se cria com
personagens de outras culturas, porque não investir nas nossas próprias
lendas?”. Em paralelo, afirma, podem ser
trabalhados também temas como musicalidade, etnia, costumes, além da
importância dos quebra-cabeças no desenvolvimento físico, neurológico,
psicomotor, capacidade de concentração, noção espacial, percepção visual
e aumento de conhecimento sobre diversos assuntos.
O
superintendente de Promoção Cultural da Secretaria da Cultura da Bahia,
Alexandre Simões, ressalta a importância do fomento à cultura para que
projetos criativos possam ser desenvolvidos. “A economia criativa
é um campo vasto de possibilidades. A Bahia é criativa, do artesanato
às mais variadas atividades, e o que precisa é essa oportunidade para
que as ideias sejam transformadas em realidade”. Segundo ele, esse
projeto traduz muito bem a proposta do Fundo de Cultura,
além de ser um trabalho voltado para o resgate das raízes brasileiras,
de grande valor sócio-histórico-cultural.
O
projeto consiste no desenvolvimento de quatro quebra-cabeças, um para
cada personagem, acompanhado do livreto que apresentarão de forma lúdica
e prazerosa a riqueza do folclore brasileiro. O formato permite,
segundo os autores, desenvolver a capacidade psicomotora, de
concentração, observação e noção de espaço para as crianças,
principalmente, além de trabalhar também as noções de meio ambiente,
conservação da natureza e reflorestamento.
Segundo
Neymar Santos, o quebra-cabeças permite que a criança compreenda as
crenças e valores instituídos em determinado grupo social. “A criança ao
entrar em contato com esse brinquedo voltado especificamente
para lendas, músicas e histórias folclóricas, estará conhecendo o
presente e o passado de nosso povo e como isso preservando a sua memória
cultural de maneira lúdica, estimulando o imaginário”.
Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA)
– Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente,
projetos estritamente culturais de
iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou
privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são,
preferencialmente, aqueles que
apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo
mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à
iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de
apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações
Continuadas de Instituições Culturais sem
fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizad os;
Mobilidade Artística e Cultural e
Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br
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