Promovido pela Holiste Psiquiatria, evento conta com palestras de especialistas sobre o tema, e faz parte da campanha do Setembro Amarelo
Victor Pablo da Silveira
O suicídio, na maioria dos casos, é um sintoma de agravamento de um transtorno mental que, com um diagnóstico precoce e o tratamento adequado, pode ser evitado. Os números mostram a gravidade do problema: a Bahia registrou cerca de 400 suicídios em 2017, e, entre 2011 e 2015, 2.685 pessoas tiraram a própria vida no Estado, de acordo com o Ministério da Saúde. Ao contrário do que prega o senso comum, as pessoas que recorrem a esse ato extremo de desespero muitas vezes avisam ou dão sinais de que pretendem se matar. Para ampliar o diálogo sobre esse tema, a Holiste Psiquiatria promove nesta quarta-feira (18), às 19h, um evento para discutir a temática do suicídio.
O ‘Encontros Holiste’ contará com a palestra do psiquiatra Victor Pablo da Silveira, intitulada “Comportamento suicida e suas consequências evitáveis”. Em seguida, o psicólogo Cláudio Melo aborda o tema: “Sobrevivendo ao suicídio”. O evento faz parte da campanha da clínica para o Setembro Amarelo, que tem como mote: “Seja qual for o problema, suicídio não é a resposta. Buscar ajuda profissional, sim”.
“Nos últimos anos, a campanha do Setembro Amarelo vem ganhando visibilidade e força no Brasil. O conhecimento da natureza do suicídio é relevante por ser uma das principais causas de morte e lesões físicas entre jovens. A campanha de prevenção, em diversos países, ajudou pessoas com pensamentos suicidas a serem acolhidas com maior facilidade e teve impacto na redução das mortes juvenis”, pontua o psiquiatra.
Ampliando o olhar
Victor alerta que, na maior parte dos casos, o suicídio não expressa um desejo de morte, mas uma tentativa de alívio para um sofrimento insuportável ou um pedido de socorro desesperado.
“Em momentos de maior serenidade há perplexidade na mente das pessoas com comportamento suicida, porque racionalmente não anseiam realmente morrer. Estão ávidas para falar com alguém a respeito do que sentem e obter um acolhimento desprovido de julgamentos”, alerta, destacando que, ao receber esse acolhimento e o devido tratamento, o suicídio pode ser evitado.
Quem convive com o suicídio ou com a iminência dele, como familiares, amigos e todos aqueles que de alguma forma estão diretamente envolvidos com alguém que já tentou ou que pensa nessa possibilidade, também pode apresentar adoecimento psíquico. Isso se agrava quando se convive com o ato efetivado. Por isso, é importante estender o olhar e perceber que estas pessoas também precisam de ajuda especializada.
“Aparentemente esse tipo de desfecho traz um peso maior do que qualquer outro, pois deixa nas costas dos que ficaram a culpa por não ter evitado ou não ter estado próximo o suficiente do ente querido para salvá-lo desse destino fatal. Além disso, essas pessoas têm que conviver com os riscos de um novo episódio na família, tendo em vista que muitos dos motivadores do suicídio são psicopatologias de ordem hereditária. Essas pessoas vivem atormentadas por um fantasma, o que pode levar ao adoecimento psíquico, como transtornos de ansiedade e estresse”, afirma o psicólogo da Holiste, Cláudio Melo.
Serviço:
O que: Encontros Holiste
Quando: 18 de setembro, às 19h
Onde: auditório da Holiste Psiquiatria (Rua Marquês de Queluz, 323 –Pituaçu)
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