11/06/2010

Secretaria de Cultura do Estado e Fundação Sindika Dokolo de Angola formalizam parceria inédita

O secretário de Cultura do Estado, Márcio Meirelles e o vice presidente da Fundação Sindika Dokolo, Fernando Alvim, assinaram protocolo de cooperação com objetivo de promover intercâmbio cultural entre Bahia e Angola. Exposições, apresentações teatrais, shows musicais e residências de artistas de angolanos na Bahia e baianos em Angola são algumas das ações já em curso e programadas para acontecer.

No dia primeiro de junho, a Bahia assinou protocolo de intenções estreitando laços culturais entre Bahia e Angola. O protocolo incentiva a articulação e participação de artistas e profissionais da cultura dos dois países em exposições, concertos, espetáculos, oficinas, mostras e outros eventos a serem realizados, bem como em residências artísticas.

A iniciativa é o resultado de parceria iniciada em 2008 com a vinda de curadores africanos (de Angola e Camarões) para conhecer in locu a produção artística contemporânea do estado. A visita gerou desdobramentos importantes. No período, os curadores perceberam que a Bahia, assim como Angola, possui uma produção contemporânea de qualidade e excelência, mas que não é amplamente divulgada no mundo.
“Nos anos 80 foram estabelecidas algumas parcerias com o Brasil, principalmente na área da música. Esta parceria dentro das artes visuais é recente”, explica Fernando Alvim, presidente da Fundação Sindika Dokolo. “É importante que Angola e o estado da Bahia possam dialogar sobre coisas comuns e experiências como a gestão da Cultura e a sociedade do século XXI”, conclui.
“Tanto Angola como a Bahia são reconhecidas no cenário internacional como detentora de produção artística tradicional, mas a produção contemporânea, embora de excelente qualidade, ainda é pouco divulgada. Assim, esse termo, terá como prioridades fazer esse intercâmbio”, explica a assessora chefe de Relações Internacionais, Monique Badaró.
Parceria teve início em 2009
A primeira ação da Fundação Sindika Dokolo em Salvador aconteceu em novembro de 2009, na Galeria Solar Ferrão, com a exposição “Luanda: Suave e Frenética 1”, em parceria com a Diretoria de Museus (Dimus) do IPAC.
Em 2010, foi produzida em parceria com a Secretaria de Cultura, através da Dimus/IPAC, a apresentação da peça teatral “ As Formigas” com o núcleo de teatro da Fundação e o evento oficial da II Trienal de Luanda no TCA, que contou com três apresentações musicais de Angola e a presença da governadora de Luanda.
Atualmente está em cartaz até 17 de julho no Museu de Arte Moderna da Bahia a exposição “Luanda: Suave e Frenética 2”, com obras de 15 artistas angolanos contemporâneos.
Para este ano ainda está prevista a realização de duas residências de artistas angolanos em Salvador, sendo três pessoas de teatro e um percussionista, além do projeto “3 pontes” que apresentará um panorama da produção contemporânea da Bahia em Angola, sobretudo nas artes visuais, durante a II Trienal de Luanda.
Fundação Sindika Dokolo
Instituição privada criada em 2005 pelo empresário congolês Sindika Dokolo e pelo artista angolano Fernando Alvim, atualmente abriga a maior coleção de arte contemporânea africana do mundo, além de ser a promotora da Trienal de Luanda, das publicações UANGA e do pavilhão africano na 52º Bienal de Veneza.

A I Trienal de Luanda aconteceu em 2007 e a abertura oficial da II Trienal de Luanda, em Luanda-Angola, está prevista para acontecer no dia 11 de setembro de 2010 e terá como tema central: “Geografia Emocionais: Arte e Afetos”. Esta segunda edição contará com projetos do Brasil, entre eles a exposição 3 pontes, com curadoria de Daniel Rangel e apoio do Ministério da Cultura do Brasil e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Para o secretário de Cultura do Estado, Márcio Meirelles, estreitar os laços culturais com o continente africano é um dos objetivos de sua gestão. “A Bahia precisa se abrir e fazer ponte com outros lugares do mundo. Que bom que este lugar pode ser o continente africano e países como Angola. Temos um passado em comum com esses povos e retomar esse intercâmbio no século XXI é uma forma de enriquecer ambas as culturas”, explica Meirelles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário