22/09/2010

Amos Gitai promove palestra para público baiano e recebe mostra com suas principais obras

Parceria entre a Secretaria de Cultura do Estado, a Embaixada da França e o grupo Circuito SaladeArte, traz o cineasta israelense Amos Gitai a Salvador para conversa com o público e mostra de seus filmes.


O israelense Amos Gitai chega a Salvador no dia 28 de setembro (terça-feira) para um encontro com artistas, intelectuais, estudantes e interessados em sua obra, no circuito alternativo de cinema - SaladeArte - Cine Vivo, no Shopping Paseo, no bairro do Itaigara, às 20 horas. A vinda do cineasta acontece através de uma parceria público–privada entre o Governo francês, através da Embaixada da França, o Governo do estado, através da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia - SecultBA e o circuito alternativo de cinema de Salvador, o Grupo SaladeArte.

A idéia de trazer Amos Gitais para Salvador surgiu com a ida do cineasta ao Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro e de Porto Alegre onde ele receberá homenagem com um restrospectiva de sua obra. “Quando soubemos da vinda do cineasta para o Brasil, começamos articular a vinda dele para Salvador através da representação diplomática do Governo Francês. Rapidamente nossa diretoria de Audiovisual começou a fazer as articulações”, explica Monique Badaró, assessora chefe de Relações Internacionais da SecultBA.

A adida cultural da Embaixada da França no Brasil, Irene Kirsch, está empolgada com a vinda do cineasta para a Bahia. “Eu pessoalmente, como adida cultural, estou orgulhosa de trazer Amos Gitai para a Bahia. A Bahia merece”, diz Irene. “Isso vai de encontro a politica da Secretaria de Cultura do Estado de abrir a Bahia para o mundo, de criar intercâmbios. Amos é um israelense que é um símbolo de abertura”, completa. Para a adida cultural, é importante que eventos como esse saiam do eixo Rio-São Paulo. “Amos Gitai fala de identidade, de troca, de tolerância e aqui na Bahia existem territórios, comunidades que compõem a Bahia na sua diversidade. Acho que os baianos, além de compreenderem a obra de Amos, serão tocados por ela. Ele trata de temas universais, tem uma visão de tolerância, uma visão madura da situação dos conflitos em Israel. A vinda de Amos é uma lição politica e humanista para todos”, defende Irene.

Para Sofia Federico, diretora de Audiovisual da Funceb/SecultBA, o evento tem caráter de workshop. “É fundamental possibilitar o intercâmbio entre artistas baianos e cineastas de outras regiões. Amos Gitai é um cineasta de suma importância, premiado em festivais de todo o mundo, e que circula em eventos das mais diversas origens. Esta vinda dele à Bahia é uma oportunidade de nossos realizadores, cinéfilos e público, terem acesso a uma experiência que é do interesse do cinema contemporâneo, e poderemos conhecer não somente o seu pensamento e as suas opções estéticas, mas principalmente as formas de produção e como se trabalha na França, país onde ele atua”, explica a diretora.

A homenagem ao cineasta começa no dia 24/09 e vai até o dia 28/09 com exibição especial de alguns de seus principais títulos. No dia 24/09, o público irá assistir ao filme “Free Zone”, no dia 25/09 e 27/09 será exibida a obra “Mais tarde, você vai entender”; no dia 26/09 é a vez do filme “Aproximação” e no dia 28/09 o público poderá participar da conversa com o cineasta. O horário de exibição é sempre às 21h no Cine – Vivo, no Shopping Paseo no Itaigara.

Conversa aberta - Com essa iniciativa, espera-se que o público baiano possa descobrir ou redescobrir a obra de Amos Gitai, cineasta conhecido pela forma esteticamente simples com a qual trata temas complexos, sem perder a pujança, além de conhecer sua experiência cinematográfica. Amos Gitai irá dialogar sobre alguns dos seus filmes, abordando a escolha dos temas como migração, conflito e alienação, as imagens complexas da vida israelense e da diáspora que traz para as telas, a linguagem documental quanto a da ficção que emprega, o uso da sua câmera para revelar as contradições e ambivalências da História.

Amos Gitai - Nasceu em 1950 em Haifa, Israel. No início dos anos 70, quando cursava Arquitetura no Instituto de Tecnologia de Israel, interrompeu seus estudos para servir na Guerra do Kippur e durante as suas missões de helicóptero começou a utilizar uma pequena filmadora Super-8, tornando-se, em seguida, cineasta.

Em cerca de quarenta filmes, Amos Gitai produziu uma obra extraordinariamente variada onde explora a história do Médio-Oriente e a sua própria biografia através de temas recorrentes do exílio e da utopia. No final dos anos 1970 e no início dos anos 1980, Amos Gitai entrega vários documentários, entre os quais House / La Maison et Journal de campagne (A Casa e Diário de Campanha). É durante este período que ele defende um doutorado em arquitetura, na Universidade de Berkeley, Califórnia.

Após a controvérsia gerada pela difusão de Diário de campanha, Gitai instala-se em Paris, em 1983, onde trabalha durante dez anos em documentários como Ananás – uma visão sarcástica da cultura e da comercialização dos ananases pelas multinacionais -, ou Brand New Day, um filme que registra a turnê de Annie Lennox e do grupo Eurythmics, no Japão. É também durante este período que ele dá início à produção de ficções tendo por tema o exílio, como Ester, Berlim-Jerusalém (Prêmio da Crítica no Festival de Veneza) e a trilogia do Golem.

No decorrer dos anos 1990, logo após a eleição de Yitzhak Rabin como Primeiro Ministro, Gitai volta a instalar-se em Haifa. É o início do período mais fértil da sua carreira. Em dez anos, ele realiza cerca de quinze filmes, ficções e documentários. Devarim (1995) marca o seu retorno ao país e o seu reencontro com a luz e a geografia de uma cidade (Tel-Aviv). É a primeira parte de uma trilogia das cidades que prossegue com Yom Yom (Haifa) e Kadosh (sobre Mea Sharim, o bairro dos religiosos ortodoxos de Jerusalém). Este retorno ao país é, também, à sua própria história: Gitai roda Kippur (2000), uma ficção inspirada nas suas lembranças da guerra. Seguem-se Éden (2001) e Kedma (2002), que remetem ambos, à criação do Estado de Israel, para trazer à cena a sua origem e os seus fundamentos históricos e ideológicos.

Com Alila (2003), Amos Gitai volta ao presente do seu país e sonda a situação da sociedade israelense contemporânea através dos destinos cruzados dos moradores de um mesmo edifício.Terra prometida (2004) e Free Zone (Zona franca) são, da mesma forma, ancorados na atualidade do país e de toda a sua região. Eles formam as duas primeiras partes de uma trilogia sobre as fronteiras, numa zona onde a sua definição e a sua fixação constituem um dramático desafio.

News from Home (2006), o seu último e mais recente documentário, dá seguimento à busca pela história de uma residência da Zona Oeste de Jerusalém, e de seus moradores, à qual ele já havia dedicado dois filmes, House/La Maison (A casa), em 1980, e Uma casa em Jerusalém, em 1998.

Várias retrospectivas lhe foram consagradas recentemente pelo mundo afora, nomeadamente na Espanha, no Brasil, na França (Centro Pompidou) e no Lincoln Center, em New York. Em 2003, a Editora Gallimard publicou o seu livro “Mont Carmel” (Monte Carmelo), na coleção Haute Enfance.
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Serviço

Local: Cine Vivo – Shopping Paseo Itaigara, Rua Rubens Guelli, 135. Tel: 71.3015 6867. Estacionamento Gratuito: Shopping Paseo.
Ingressos: R$ 8 (preço único)Promoção: Cliente Vivo tem 50% de desconto na Saladearte Cine Vivo. Basta mostrar seu celular com o ícone Vivo na hora da compra do ingresso.
Horário: 21h

Programação
24/09 - Free Zone
25/09 - Plus tard tu comprendras (Mais tarde, você vai entender)
26/09 - Désengagement (Aproximação)
27/09 - Plus tard tu comprendras (Mais tarde, você vai entender)

28/09 - Encontro com Amos Gitai – Gratuito – (20h)

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