Boa data para lembrar os representantes do sexo masculino sobre a importância da avaliação uro-andrológica preventiva.
O Dia Internacional do Homem é uma data celebrada oficialmente em vários países, tais como Jamaica, Austrália, Índia, Estados Unidos, Cingapura, Reino Unido e Malta. No Brasil, comemora-se em 15 de julho.
A data foi criada há 11 anos pelo ex-presidente russo Mikhail Gorbachev e as comemorações foram iniciadas em Trinidad e Tobago, com o apoio das Organização das Nações Unidas (ONU), além de vários grupos de defesa dos direitos masculinos da América do Norte, Europa, África e Ásia.
Um dos principais objetivos da criação deste dia foi melhorar a saúde dos homens, além de promover a igualdade entre os gêneros e destacar os papéis positivos desempenhados pelo sexo masculino.
O Dia da Mulher, comemorado em 8 de março, originou-se a partir de um movimento histórico liderado por mulheres pela redução da jornada de trabalho, em 1857. Já o porquê de 15 de julho ter sido elegido para a celebração masculina no Brasil é um mistério. A hipótese é de que algumas datas teriam sido sugeridas e a que acabou emplacando foi essa.
Segundo o médico uro-andrologista Francisco Costa Neto, que promove a saúde masculina há mais de 20 anos em Salvador, os cuidados e a valorização da saúde deve fazer parte do cotidiano dos homens o ano inteiro, “mas, já que existe o Dia do Homem, aproveitamos para alertá-lo especialmente neste dia a respeito da importância de cuidar da saúde, já que infelizmente, a maioria dos homens só procura um médico quando a doença está mais avançada, o que dificulta o sucesso dos tratamentos”, conta.
O médico, diretor da Clínica do Homem, afirma que também por isso – e principalmente por maus hábitos de vida - a cada três mortes de pessoas adultas no Brasil, duas são de homens. Eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres. Além de causas externas (violência, agressões e acidentes de trânsito/trabalho) e das doenças do coração (principal), os cânceres, principalmente de pele, da próstata e do aparelho respiratório, são muito freqüentes no sexo masculino.
“No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres”, detalha o médico.
Avaliação Prostática Preventiva
Para prevenir a doença, todos os homens com idade acima dos 40 anos devem realizar pelo menos uma visita anual ao urologista, até porque o problema raramente é acompanhado pela manifestação de sintomas. “A avaliação prostática preventiva consiste em um exame de sangue (PSA), dosagens hormonais e toque retal. Todos são fundamentais”, declara o Dr. Francisco.
“Quem tem casos de câncer de próstata na família deve fazer o exame semestralmente a partir dos 40”, completa. Além do câncer, a próstata pode ser acometida com Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). “Neste caso, o paciente tem dificuldade para iniciar a micção, estreitamento de jato urinário, gotejamento e infecções de urina. “Tenho realizado pesquisas no tratamento medicamentoso da HPB e obtido resultados positivos”, conta o médico.
Outros problemas comunsProblemas de ereção são comuns, mas o que poucos sabem que é que se as falhas persistirem, convém procurar um andrologista. “É uma pena o preconceito que ainda existe por parte de alguns homens de procurar um médico para tratar disfunção erétil, ejaculação precoce e a própria infertilidade masculina, além de outras alterações ligadas à sexualidade masculina. Praticamente todos estes problemas têm solução.
Então, por que se esconder?”, questiona Dr. Francisco. O médico explica que a disfunção erétil caracteriza-se pela dificuldade em obter e/ou manter uma rigidez do pênis para satisfatório ato sexual. “Devemos saber se a origem é orgânica (hormônios, problemas circulatórios ou neurológicos) ou psicogênita (stress e ansiedade) e, então, tratá-la”, resume.
Além disso, homens podem apresentar um declínio nos níveis hormonais de testosterona, caracterizando a Síndrome da Deficiência Androgênica ou Andropausa. “Este declínio provoca disfunção erétil, diminuição do desejo sexual, depressão, ansiedade, perdade de memória e da massa muscular, além de aumento das taxas de colesterol”, explica.
O tratamento é adaptado a cada pessoa. Ao contrário do que muitos imaginam, a infertilidade masculina não significa incapacidade de concepção. Nos últimos anos, a ciência da reprodução humana desenvolveu conhecimentos e tecnologias capazes de contornar quase todas as condições de infertilidade.
“As técnicas de reprodução assistida são capazes de vencer inúmeras barreiras para concretização de muitos homens serem pais”, conclui Francisco Costa Neto.
Sobre o médico
Francisco Costa Neto é uro-andrologista fellow da UCLA School of Medicine, Los Angeles, Califórnia; membro da International Society for Sexual Medicine (ISSM) e membro da Sociedade Latino-Americana para pesquisa da Impotência (SLAI).
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