Baianos e turistas puderam conferir ontem, dia 29 de setembro, uma noite de homenagens e de celebrações nos largos Pedro Archanjo e Tereza Batista, através do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), por meio do Pelourinho Cultural.
No Largo Pedro Archanjo, o homenageado foi Miguel Santana com o espetáculo Seu Miguel: um mito afro baiano, produzido por seu neto, Marcos Santana e dirigido por Paulo Nery.
A plateia pôde conhecer um pouco mais da história desse negro baiano que é um ícone de baianidade, de respeito pela religiosidade e conhecedor como poucos da história da Salvador antiga. O cenário para a homenagem não poderia ter sido outro. Pedro Archanjo foi um dos personagens criado pelo escritor Jorge Amado em homenagem a esse ilustre baiano.
“O povo precisa conhecer mais a sua história e é uma satisfação imensa poder tornar pública a trajetória do meu avô aqui no Pelourinho, que também faz parte do desenvolvimento e crescimento da cidade de Salvador. Miguel representa o negro inserido na alta sociedade da época”, explicou Marcos Santana.
Com um texto leve e histórias pitorescas e engraçadas, o público ficou encantado com o que viu. “Já conhecia a história de Miguel e projetos como esse são muito significativos, pois precisamos cada vez mais disseminar a cultura popular brasileira e em especial a baiana”, completou o funcionário público Wellington Barroso, que assistiu ao espetáculo acompanhado da sua esposa.
A noite do Pelourinho ainda prometia mais celebrações às culturas e identidades afrodescendentes. No Largo Tereza Batista, o Grupo Afro Bankoma realizou a segunda e última apresentação do mês de setembro do II Encontro Mauanda Bankoma, que aconteceu nos dias 15 e 29 de setembro, às 19h.
O grupo, que tem suas origens no Terreiro São Jorge Filho da Goméia, em Portão (Lauro de Freitas), encheu de alegria, cores e ritmos o largo, atraindo turistas e baianos. Os convidados da noite foram J. Velloso e Tonho Matéria. No encerramento dessa apresentação, as Griôs Eunice Souza, Maria Lúcia, que também é mãe de santo, e Valdete Maria da Conceição receberam uma homenagem do Bankoma pelo reconhecimento na luta pela preservação da cultura afrodescendente.
A proposta desses encontros é a de fortalecer a identidade étnica e a consciência das culturas de matrizes africanas. “Queremos mostrar para as comunidades as atividades que realizamos nos terreiros, dando visibilidade às nossas raízes, para que o negro conheça a sua história e sinta orgulho de suas origens”, revela a coordenadora Eliana Santos.
“Dei aula de música e de instrumentos para o Bankoma durante dois anos e esse grupo é referência dentro do Carnaval Ouro Negro. O Bankoma serve de exemplo para outros grupos afros, pois realiza um trabalho permanente com atividades o ano inteiro de inclusão social e fomentador da cultura afro”, define o mestre Bira Reis.
Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) - órgão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult/BA), busca, através do Programa Pelourinho Cultural, além de dinamizar as ações culturais no Centro Histórico, incentivar também a produção local, por meio da promoção de eventos realizados pela comunidade. Toda a agenda de atrações do programa tem acesso gratuito ou a preços populares.
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