20/09/2011

Noenio Spinola traz a Salvador exposição que trata de aspectos históricos, financeiros e antropológicos do sistema monetário mundial



A mostra “Dinheiro, Deuses & Poder – 2.500 anos de história política das moedas”, que será inaugurada no dia 30/09, ficará na Associação Comercial da Bahia

O jornalista e escritor baiano Noenio Spinola lançará em Salvador, no dia 30 de setembro, a exposição ”Dinheiro, Deuses & Poder – 2.500 anos de história política das moedas” (coleção Nomus Brasiliana). A mostra trará 460 itens, entre moedas e cédulas, que esclarecem muitos aspectos históricos, financeiros e antropológicos do sistema monetário mundial.

Os visitantes poderão conhecer as primeiras experiências do uso da moeda na Ásia Menor e sua difusão por todos os cantos do planeta. A exposição, patrocinada pela Odebrecht Infraestrutura, ficará na Associação Comercial da Bahia - que teve sua sede reformada e revitalizada também com o apoio da Odebrecht - e faz parte dos eventos comemorativos dos 200 anos da Associação.


A mostra esteve hospedada de abril a agosto na BM&F Bovespa em São Paulo, onde teve a curadoria de Claudio Angelini, ex Presidente da Sociedade Numismática Brasileira. As moedas e cédulas estarão divididas em nove módulos em formato de totens. Há também recurso multimídia para que os visitantes tenham acesso aos detalhes das peças, com imagens ampliadas e fichário que mostra as características de cada moeda para maior compreensão dos fatos.

Entre os mais de 400 itens da coleção, encontram-se moedas e cédulas que povoaram o imaginário popular no mundo todo. As mais antigas datam de 2.500 anos atrás, do território asiático da Grécia Antiga - um Croesus, moeda de prata da Lídia (561/546 aC). Também poderão ser vistas, contextualizadas, moedas da Macedônia de Alexandre, o Grande; moedas papais da época do Tratado de Tordesilhas (Grosso de prata do Papa Alexandre VI - 1492/1503); de Roma Antiga; da extinta Cartago; do Egito de Cleópatra & Marco Antonio; da Inglaterra de Henrique VIII e da Rainha Vitória; e, claro, do Brasil Colonial e da República anterior ao Golpe de 64. Muitos monumentos e lugares históricos da Bahia encontram referências nas moedas que serão expostas.

A coleção permite também compreender os efeitos da inflação no passado. Um estudo comparado das moedas mostra como o dinheiro deixa suas marcas na estrada de sucessos ou fracassos dos povos. A curva de queda do valor intrínseco da moeda romana acompanha a curva de queda e declínio político do Império, por exemplo.

A história política das moedas cobre desde o dólar até o Euro e as moedas asiáticas, mostrando os pontos fortes e fracos de cada uma. Nesse sentido, a exposição é um retrato neutro da história que não deixa de fora registros significativos como os episódios cruéis do Império Romano nas guerras de conquista.

A Bahia, onde se instalou a primeira Casa da Moeda, ficou um pouco à margem da história política do dinheiro no Brasil e das Américas. As explicações para esse fenômeno em geral se limitam a argumentos sobre o início do ciclo do ouro, a expansão do Brasil para o Sul ou as guerras com os holandeses.

A viagem da coleção Nomus Brasiliana de São Paulo para Salvador é uma oportunidade para recontar esta história sobre as reivindicações dos primeiros colonos e administradores da Bahia para modernizar os portos, ajustar o câmbio e aumentar a competitividade dos produtos coloniais de exportação; a intensa guerra cambial entre os séculos XV e XVII envolvendo commodities, etc. É uma homenagem ao lugar onde a história política do dinheiro brasileiro começa: a Bahia.

Noenio Spinola – A partir de uma coleção herdada pelo pai, dono de um armazém de café, Noenio se tornou um colecionador particular de moedas. Foi editor e correspondente internacional do Jornal do Brasil em Washington, Moscou, Londres e Bruxelas, editorialista internacional e correspondente do Jornal O Estado de São Paulo em Moscou. Cobriu, como correspondente de guerra, a invasão do Afeganistão e a primeira guerra do Golfo entre o Irã e o Iraque.

Foi também diretor de Relações Institucionais na Bovespa em São Paulo e diretor de Imprensa e Mídia na BM&F. Noenio recebeu a medalha Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. O primeiro livro que escreveu, editado na Bahia, chama-se Reunião, onde aparecem também os primeiros contos de João Ubaldo Ribeiro, Sônia Coutinho e David Salles.

Na mesma época, Noenio foi o editor da Revista Ângulos da Faculdade de Direito da UFBA, ilustrada por Calazans Fernandes. Teve alguns dos seus contos publicados no suplemento literário do Diário de Notícias por Glauber Rocha e Florisvaldo Mattos.

Coleção Nomus Brasiliana - A Coleção Nomus Brasiliana foi batizada com esse nome exatamente pelo que ela significa. Nomus em latim quer dizer, numa versão de Suetônio, ‘Ária’ ou ‘Canto’. Ela foi intencionalmente montada como uma Ária, um Canto ou saga do dinheiro no Brasil e seu DNA.

Esse canto foi entoado na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA) e continua na Bahia, onde se escrevem alguns dos versos e pintam-se muitas cores capazes de ligar o passado ao presente. A arquiteta modernista Lina Bo Bardi, por exemplo, tomou a Bahia como ponto de partida para a coleção que ela mesma batizou como A Mão do Homem.

A Nomus Brasiliana é uma volta do dinheiro às suas raízes mais remotas, num estilo de pesquisa e ajuntamento de acervo que Lina, Glauber e outros seguiram. É uma oportunidade para recontar a história do empreendedorismo no lugar onde o Brasil começa, onde o petróleo é descoberto, onde o agronegócio avança para o oeste e onde muitos recursos ainda estão por explorar. O que faz a diferença entre a pobreza e a riqueza é a capacidade de acumular poupança, reunir cérebros e investir de forma produtiva.

A Odebrecht, a cultura e a Bahia - Em mais de 50 anos, as iniciativas culturais (exposições, livros, CDs, DVDs, teatro e cinema) desenvolvidas ou apoiadas pela Organização Odebrecht superam 220 projetos. Desses, 148 tem a Bahia como local de realização ou personagens ligadas ao estado como objeto principal.

Serviço:

Exposição ”Dinheiro, Deuses & Poder – 2.500 anos de história política das moedas” (coleção Nomus Brasiliana)
Local: Associação Comercial da Bahia - Praça Conde dos Arcos, s/n Comércio – Salvador / Bahia.
Data: De 30 de setembro a 30 de novembro
Horário: De segunda a sexta, das 9h às 17h
Entrada: franca
Idealização: Noenio Spinola
Patrocínio: Odebrecht Infraestrutura

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