01/04/2014

Inspirado no sertão nordestino, Neto Lobo e a CacimBA lança novo disco


Fotos: Divulgação.

A banda lança o segundo CD da carreira, intitulado de ‘Meu Pé de Umbu’.

A valorização e a sustentação da cultura nordestina sempre foram os principais pilares do grupo Neto Lobo e a CacimBA. E no segundo disco da banda não é diferente. Prestes a ser lançado oficialmente, em maio, o CD intitulado de ‘Meu Pé de Umbu’, traz mais uma vez o destaque à simbologia do Nordeste.

Com nome baseado na citação do escritor Euclides da Cunha, no livro ‘Os Sertões’, quando se refere ao umbuzeiro como árvore sagrada do sertão, o disco conceitual ressalta a ótica de sustentação e evolução das árvores, explicada pelo próprio Neto Lobo. “Essa ideia permeia o álbum, que será um disco conceitual, mesmo. Tem toda uma simbologia em relação às árvores. A raiz é início, minhas origens. O tronco é a sustentação, a resistência. Os galhos são as direções, os caminhos. As folhas são as parcerias, os amigos e a família. E os frutos são as canções". “Acima da árvore existe a ‘cabeça de açoite’, que é a atitude, o pensamento ligeiro, que compõe o grito de guerra da minha banda: ‘Arrebenta, cabeça de açoite!’”.


Assim como o primeiro trabalho lançado em 2009, o novo CD traz letras fortes sobre o povo nordestino, que ficaram marcadas na voz de Neto Lobo e apresentaram um estilo singular da banda que utiliza instrumentos típicos, como pandeiro, zabumba, timbau e surdo virado.

Neto Lobo e a CacimBA

Nem só de axé, batucada e acarajé vive a Bahia. Isso porque o ‘Rock de Tabaréu’ de Neto Lobo e a CacimBA também é originário da boa terra. Retratando a vida interiorana do Nordeste, a banda fundada em 2001, busca mostrar a baianidade, a resistência das tradições e o lado poético-positivo da realidade vista e vivida no interior nordestino.

Com inspirações diversas que vão desde o rock até o forró, passando pelo reggae, Black Music e MPB, a banda já traz no nome a forte relação com a região. Com a experiência de Neto Lobo, que recebeu o apelido após um sonho da infância e já se dedica a música desde 1997, o grupo com mais de 13 anos de fundação traz na proposta musical a mistura de raízes baianas, além das sonoridades do universo pop, com letras que remetem ao cotidiano nordestino. Isso fortalecido ainda mais no nome, já que a CacimBA no Nordeste significa buraco que se cava até encontrar água ou poço de água potável.

O primeiro disco veio em 2009 com letras fortes sobre o povo nordestino, que ficaram marcadas na voz de Neto Lobo e apresentaram um estilo singular da banda que utiliza instrumentos típicos, como pandeiro, zabumba, timbau e surdo virado. Entre as músicas em destaque no primeiro trabalho, está ‘Eu sou do Gueto’, que virou um hino da classe trabalhadora baiana, ‘Pedra do Elefante’, uma homenagem a Itaipuaçú (RJ), que acolheu a banda durante uma turnê de oito meses no Rio de Janeiro, ‘Zefirino Faz a Feira’ e ‘Mariana do Amparo’, além de ‘A Peleja do Diabo com a Flor’, eleita pelos fãs como a melhor música da banda, que fez parte da trilha sonora da novela TV Globo, ‘Malhação’, entre 2011 e 2012.

No mesmo ano de lançamento do primeiro CD, a banda realizou algumas turnês, como por exemplo, uma série de shows entre Juazeiro e Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, e apresentações no Severyna de Laranjeiras, Casa do Caranguejo (Niterói), Feira de São Cristóvão, Casa Rosa, Posto 9 e Circo Voador, dividindo o palco com nomes como DJ Cyro, Lia de Itamaracá, Alceu Valença e Zeca Baleiro durante a temporada carioca. Com apresentações em cidades baianas e outros estados do país, Neto Lobo e a CacimBA participaram de diversos projetos, como ‘Som Salvador’ no Pelourinho, ‘Fome Zero’ no Teatro Castro Alves ao lado de Geraldo Azevedo, Roberto Mendes e Chico César, além da abertura da Exposição ‘Contados’ (Escola de Belas Artes, UFBA) e se apresentou na Feira da Música (CE), sendo uma das duas representantes da Bahia no evento. Ainda na mesma temporada, o grupo foi uma das atrações do São João do Pelô, em Salvador.

Já em 2010, lançou o projeto ‘Neto Lobo e a CacimBA toca forró e convida’ ao lado de Zé de Tonha, Bando Virado no Mói de Coentro e A Volante do Sargento Bezerra. Logo depois, tocou em Recife durante a Feira Música Brasil e novamente na Ilha de Itaparica ao lado de Roberto Mendes. No mesmo ano, a banda fez mais uma temporada pelo Nordeste e se apresentou ao lado de Márcio Mello no Projeto Música no Porto (Porto da Barra, Salvador) e na Festa de Arembepe com Adão Negro, Jau e Jorge Aragão. Além disso, a banda participou e foi escolhida uma das melhores do Festival “Grito Rock” (Quebra Mar na Barra da Tijuca – RJ), o maior festival integrado do Brasil. No mesmo ano, participou da coletânea ‘O Novo Som do Brasil’ do DJ Cyro, que durante cinco anos de pesquisas reuniu músicas de diversos estados brasileiros, escolhendo Neto Lobo e a CacimBA para representar o momento musical da Bahia na época, sendo a única banda com duas músicas inclusas no CD, as canções ‘Ladeira’ e ‘Eu Sou do Gueto’.

Além da originalidade das canções, o grupo ganhou ainda mais representatividade na região pelos figurinos e cenários utilizados nas apresentações, remetendo ao estilo de vida do nordestino, sem perder os traços da modernidade. Com isso, em 2011 a banda realizou a turnê ‘Salve, Salve o Nordeste’, que reuniu apresentações em um trio elétrico por cidades como Ribeira do Pombal, Juazeiro, Jaguarari, Uauá, Senhor do Bonfim e Cipó. Com a participação de Gabi Guedes (Orquestra Rumpilezz) e Morotó Slim (Retrofoguetes), o grupo gravou o single ‘Minha Música’. Além disso, participou da terceira temporada no Rio de Janeiro, no Circo Voador, com as participações de Farofa Carioca, DJ Cyro, Paulinho Moska, Martin’ália e Alceu Valença.

Lançando o novo disco, não deixa de lado a originalidade da banda e o intitula de ‘Meu Pé de Umbu’, ressaltando mais uma vez a simbologia nordestina, nome baseado na citação do escritor Euclides da Cunha no livro ‘Os Sertões’, quando se refere ao umbuzeiro como árvore sagrada do sertão. Conceitual, o álbum traz a ótica de sustentação e evolução das árvores, explicada pelo próprio Neto Lobo. “Essa ideia permeia o álbum, que será um disco conceitual, mesmo. Tem toda uma simbologia em relação às árvores. A raiz é início, minhas origens. O tronco é a sustentação, a resistência. Os galhos são as direções, os caminhos. As folhas são as parcerias, os amigos e a família. E os frutos são as canções". “Acima da árvore existe a ‘cabeça de açoite’, que é a atitude, o pensamento ligeiro, que compõe o grito de guerra da minha banda: ‘Arrebenta, cabeça de açoite!’”.

Tendo sua música tocada em mais 26 rádios em todo Brasil, Neto Lobo e a CacimBA buscam ainda mais expandir o dito ‘Rock de Tabaréu’ e mostrar que charque, rapadura e ‘embolada cibernética’ também fazem parte do cardápio musical dos baianos.

“Somos com muito orgulho, da Bahia de Caetano, Gil, Raul Seixas, Trio Nordestino, João Gilberto, Tom Zé, Waldick Soriano, Elomar, Dorival Caymmi...”

Um pouco mais sobre Neto Lobo.

Um dia ele sonhou que estava em uma montanha habitada somente por lobos, bons e maus, e um deles falou que era preciso alimentá-los pelo menos uma vez ao mês. O sonho foi comentado entre amigos e colegas de escola que passaram a chamá-lo pelo apelido de Lobo. Assim nasceu Neto Lobo e, desde então, em um ritual não divulgado, alimenta os lobos todos os meses.

Primeiro de três irmãos, casado e pai de dois filhos, Neto Lobo nasceu em Senhor do Bonfim-BA, a 380 km de Salvador. Sua origem é uma mistura do Nordeste, dividido entre a Bahia (laços paternos) e Pernambuco (laços maternos). O pequeno garoto do sertão descobriu a música aos 13 anos, idade em que começou a tocar canções no violão, que ouvia em seu radinho de pilha.

Aos 17 anos se mudou para Salvador, passou no vestibular (Engenharia Civil), jogou futebol na base do Esporte Clube Bahia, ganhou o primeiro lugar no Festival de Música do colégio Rafael Serravale e foi seguindo sua rima. Na sua trajetória musical, tocou algum tempo em barzinho, fazendo voz e violão, e fundou as bandas Apocalipse, Departamento Humano, Kaçola Elétrica, Zefirino Faz A Feira e Neto Lobo e a CacimBA, sempre atuando como vocalista e compositor. Trabalhou ainda em estúdios de gravação com jingles para campanhas publicitárias e trilhas sonoras.

Para compor suas canções, Neto Lobo se inspira na sua própria história, na vida de ontem, de hoje e de amanhã, fazendo um retrato do nordestino, do interior cantando o passado sem ser saudosista. Suas maiores influências artísticas são Luís Gonzaga, The Doors, Raul Seixas, Zé Ramalho, Legião Urbana, MPB, plugados aos sons do mundo!

Desde o início da carreira, Neto Lobo sempre valorizou a cultura nordestina interiorana, utilizando em seus shows, roupas e acessórios que fazem parte da rotina do nordestino. Nos shows, o cantor está sempre usando roupas e acessórios que remetam à vida interiorana. Entre os seus maiores sonhos, expressar com a sua música, o "Rock de Tabaréu", levando o retrato do lugar onde nasceu – o interior do Nordeste.

2 comentários:

  1. Show!! Sempre que posso curto o som da banda e acompanho nos shows.
    Arrebenta kbça de acoite.

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