28/05/2014

Pré-estreia do filme baiano Sorte ou Revés acontece no Candeal


Curta-metragem de Sophia Mídian, fruto do projeto Curta Colaborativo, discute a questão do desemprego e do vício em jogos de azar.

O filme Sorte ou Revés, dirigido pela cineasta baiana Sophia Mídian, terá sua pré-estreia para convidados, equipe e comunidade do Candeal, no dia 05 de junho, às 19h, no Guetho Square. O curta-metragem foi produzido a partir do projeto Curta Colaborativo, que realizou uma série de oficinas técnicas em cinema, das quais parte dos alunos foram selecionados para integrar a equipe do filme. Premiado pelo Edital Audiovisual da FUNCEB, o projeto foi coordenado por Sophia e produzido por Daniele Borges, numa parceria com a Associação Pracatum e já tem sua segunda edição garantida, novamente com aprovação do edital.

Sorte ou Revés acompanha um homem que, movido pelo vício em jogos de azar e às voltas com o desgosto de estar desempregado, mergulha no mundo colorido e na promessa de riqueza que rodeia o universo dos caça-níqueis. A principal locação do filme é o bairro do Candeal, onde outros personagens do cotidiano ajudam a alicerçar o enredo, que se desenrola a partir dos encontros de moradores em um bar, onde Jocélio, o protagonista, aposta suas fichas.

O curta é protagonizado por Danilo Escobar, escolhido a partir de uma seleção de elenco que contou com quase 100 inscritos, na qual esteve presente ao lado da diretora, o ator-dançarino e diretor teatral, Marcelo Souza Brito, ganhador do prêmio Braskem de Teatro 2006 na categoria Revelação, pela direção do espetáculo “Guilda”. Marcelo ministrou a oficina de preparação de elenco do Curta Colaborativo, de onde saíram alguns dos atores do filme, como a potente Karine Graziele, que contracena ao lado de Sophia – a diretora também ataca de atriz – em uma cena que revela o paradoxo das classes sociais, cujo diálogo improvisado a partir das indicações do roteiro, faz referência ao momento histórico pelo qual o Brasil passou no ano passado, com as marchas de junho.

Outro personagem de destaque no filme é o dono do bar, que por sua vez é interpretado por um estreante nas artes cênicas, o porteiro da Pracatum, Ivo Gualberto, que impressiona pela espontaneidade na interpretação. O filme traz também participações de alguns dos membros do projeto musical de sucesso Nossos Baianos, como Peu, Lahiri Galvão e Igor Caxixi, além do cantor da Scambo, Pedro Pondé. A música tema do filme foi composta por Peu em parceria com Sophia Mídian.

A direção musical é assinada pelo maestro João Omar de Carvalho Mello, que entre outros trabalhos, também é responsável pela trilha de Revoada, longa do cineasta José Umberto Dias, prestes a ser lançado. A montagem do filme foi realizada pelo cineasta Wallace Nogueira, cujo curta-metragem “Menino de 5” obteve uma série de prêmios no Festival de Gramado, alem de ter rodado o mundo em uma série de festivais de cinema.

Além da estética marcada pelas influências da diretora, que é cinéfila e cuja dissertação de mestrado também é em cinema, o filme se dispõe a ser uma porta de entrada para debater problemáticas sociais que acometem os subalternos, ao discutir a questão do desemprego e as vicissitudes que dominam e desestruturam a vida do ser humano.

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