29/01/2015

Ensaio do Encontro Mauanda Bankoma chegou a etapa final no Pelô


O evento que conta a história de matriz africana através da música encerrou os ensaios da temporada de verão - uma do prévia do Carnaval 2015 – ao lado de Gabi Guedes e Inacyra Falção.

Em sua quinta edição, o Encontro Mauanda Bankoma chegou a etapa final dos ensaios da temporada de verão no Centro Histórico da capital baiana. Conduzido pelo Bloco Afro Bankoma, o evento que apresenta a história de matriz africana através da música, encerrou a prévia do Carnaval 2015, nesta quarta-feira (28), no Largo Tereza Batista – Pelourinho, ao lado dos convidados Gabi Guedes e Inacyra Falção.

O show de abertura iniciou às 20h, com os grupos Afoxé Pai Burukô e Afoxé Obá, que apresentaram o ritmo Ijexá, ilustrando a cultura africana através da música, dança e indumentárias.

Depois do espetáculo de Ijexá, foi a vez do vocalista do grupo Bankoma, Jander Neves assumir o palco mostrando as canções de matriz africana, às 21h. Na abertura do show, o cantor contagiou o espaço com sua canção autoral “Povo de Axé”, levando baianos e turistas a tirar os pés do chão. No repertório, composições autorais como Eu sou Brasileiro, Colar de Dendê, dentre outras. “A música de matriz africana retrata toda a luta e resistência do nosso povo. Em nossa canção falamos do nosso cotidiano e auto afirmamos a nossa identidade religiosa”, ressalta o vocalista. Para Jander, a expectativa dos ensaios em 2015 do Bloco Afro no Centro Histórico, foi algo superável, pois conseguiu mostrar para o público em geral o trabalho afro musical, além de fortalecer e aproximar a população da cultura africana.

O Encontro Mauanda Bankoma contou com a participação do músico Gabi Guedes e da cantora Inacyra Falção. No espetáculo, o percussionista Gabi Guedes mostrou a intimidade e gingado ao tocar o atabaque – um dos instrumentos musical mais comum nos terreiros de candomblés – prendendo a atenção do público, que pararam para contemplar o show. Em seguida, foi a vez da cantora lírica Inacyra Falção subir ao palco, apresentando canções afro misturado ao estilo lírico.

No largo, baianos e turistas ainda puderam contemplar o lançamento da exposição fotográfica de Raimundo Bankoma - que homenageou os 15 anos do Bloco Afro – exibindo imagens dos carnavais anteriores. Além da amostra fotográfica, foram expostos adereços, indumentárias, dança e culinária – um conjunto de trabalho afro. Integrou ainda a exposição no encerramento do ensaio, um cartão postal em homenagem ao centenário de João Alves Torres Filhos – conhecido como Joãozinho da Goméia - o primeiro pai de santo a perceber o poder da comunicação e a tentar usá-lo a seu favor, para diminuir a discriminação contra o candomblé.

Para a presidente do Bloco Afro Bankoma, Maria Lúcia Neves a importância de expor um conjunto de trabalho afro, é poder voltar a ancestralidade, lembrando do passado e auto afirmando o presente. “Somos bloco e também representamos o candomblé. O nosso papel é cultuar a ancestralidade. Realizar apresentação no Pelourinho é uma maneira de partilhar a nossa história, uma forma de reverenciar o nosso povo através do ritmo e da música”, enfatiza.

Na ocasião, a coreógrafa do Bloco Afro Bankoma, Lina Gabriela Oliveira foi nomeada a rainha do carnaval 2015 do bloco afro. Como em todos os ensaios, as rainhas que passaram pelo carnaval no decorrer desses 15 anos do Bloco Afro, exibiram as temáticas de cada ano, com variadas indumentárias e estilos diferentes da dança africana.

Já dividiram o palco com o Bankoma, os artistas Carlinhos Brown, Ludmilah Anjos, Ana Mametto, Edu Casanova, Aloisio Meneses, MV Bill, J. Velloso, Alexandre Guedes, Mariela Santiago, Carla Lis, Juliana Ribeiro, Will Carvalho, Ile Aiyê, Muzenza, dentre outros.

Criado em 2000 a partir dos projetos sociais desenvolvidos pelo cultuado e respeitado Terreiro São Jorge Filho da Goméia, o bloco, cujo nome de origem bantu significa ‘povo em festa’. Em sua quinta temporada, o Bankoma levou ao Centro Histórico um manifesto de produção para intercâmbios culturais, resgatando músicas que integra a sua história. Sua mistura de sons e ritmos reuniu artistas, mães de santo representantes e adeptos do candomblé.

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