28/12/2015

Território Conquistado dá nome ao segundo álbum de Larissa Luz


A mulher negra, suas conquistas, força, fé, afirmação, estética. Esses são os pontos de partida do álbum Território Conquistado, segundo da carreira solo da cantora e atriz Larissa Luz. O álbum chega às lojas no dia 6 de janeiro de 2016 e terá show de lançamento no dia 7, às 21h30, no Solar Botafogo.  O público baiano conhecerá o novo trabalho da artista no show que fará em Praia do Forte, no dia 9 de janeiro, às 17h, na Praça São Francisco de Assis, na abertura do projeto Caravana da Música.

Território Conquistado faz um mergulho da artista em referências de criadoras negras tais como Nina Simone, a poetiza peruana Victória Santa Cruz, a escritora norte-americana Bell Hooks, passeando por histórias de criadoras negras que influenciaram Larissa. Território Conquistado foi selecionado pelo Natura Musical 2014 e terá shows de lançamento em Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

O trabalho autoral contou com a colaboração da antropóloga Goli Guerreiro, que contribuiu no trabalho de pesquisa e construção do conceito da obra, que conta com dez faixas que homenageiam dez personalidades negras, a exemplo de Elza Soares, que gravou a faixa que dá título ao álbum e trouxe sua voz rasgada e potente para Território Conquistado. Afirma Larissa: “Essa faixa reflete o sentimento e invasão de sensações que me tomaram durante todo o processo de composição do disco. Tomando posse de mim mesma, conquistando meus espaços internos e externos... ocupando. Estou explosiva! Gravar com Elza foi uma realização e tanta. Ela pra mim é a personificação da resistência. É um trovão, referência máxima, intensidade transbordando e inundando o mundo com poder feminino, força negra e muita verdade”.

Outra participação presente no disco é da intérprete baiana Thalma de Freitas, que participa da canção Mama Chama, composição fruto de uma parceria com a cantora Manuella Rodrigues. A música é dedicada à Regina Luz, educadora e mãe de Larissa Luz. Nessa faixa, Thalma recita um poema da escritora baiana Lívia Natália, outra personalidade negra homenageada no álbum. Outras escritoras negras são evocadas e lembradas em Território Conquistado, tais como Carolina de Jesus, que inspira a canção Letras Negras e autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que é evocada ao lado das imagens do cinema africano na música Nollywood.

Também compõem o álbum as faixas Bonecas Pretas, que provoca uma reflexão sobre a ausência de diversidade dentro do comércio e também da publicidade brasileira; A celebração da fé, em Banho de mar traz a energia guerreira de Larissa Luz, filha de Oyá;  e a religiosidade afro- brasileira dentro do nosso cotidiano; Na faixa Transe, Larissa completou com suas ideias trechos do poema Abebé Omin de Lívia Natália o que resultou numa parceria frutífera para falar de ritual e espiritualidade como parte do no nosso processo evolutivo. Essa faixa é dedicada a Makota Valdina; Violenta. Que aborda a nossa relação com a violência e outras formas de conduzir o ímpeto agressivo que corre em todos nós que convivemos diariamente com o ódio; e prega a liberdade e autonomia do corpo feminino em Meu sexo.
Marcado por uma fusão rítmica que  aborda o Trap, o Dubstap, o Rap, o Rock and Roll dentro uma perspectiva afro-brasileira que brotou na Bahia em forma de Samba duro, ijexá e  samba reggae, Território Conquistado se  conecta com uma estética negra contemporânea, trazendo influências dos movimentos  Afrofuturismo e Afropunk. Com experimentalismos  e raízes que voam, o disco foge do comum e cria um espaço- tempo novo que dispensa classificações e prateleiras.
“Território conquistado é uma celebração. Uma constatação. Reposicionamento. Reconfiguração. Um mundo a ser adentrado. Universo a ser desbravado” conclui Larissa. O disco tem produção da própria cantora, ao lado de Jr. Tostoi, Pedro Tie e Pedro Itan. A produção executiva do CD e da Turnê é da Maré Produções Culturais, de Fernanda Bezerra.

Sobre Larissa Luz - A cantora, compositora e atriz Larissa Luz é uma grande representante da música negra contemporânea. Nascida em Salvador, Larissa despertou a atenção de grandes produtores e logo foi convidada a assumir a liderança de uma das maiores bandas afro do país: o Ara Ketu. Após quatro 4 anos à frente da banda, Larissa resolveu fazer carreira solo e lançou o disco MunDança, com composições próprias que traziam referências do rap, música jamaicana, e rock and roll.  Um ano depois, iniciou uma turnê do show intitulado MAQUINAFRO, composto por releituras eletrônicas de clássicas canções dos blocos afros da Bahia. Nos últimos anos, Larissa Luz também atuou como atriz, tendo integrado os elencos dos musicais Gonzagão, A Lenda e da Ópera do Malandro, Saltimbancos trabalhos com os quais circulou o país inteiro.

FICHA TÉCNICA:
Território Conquistado (Larissa luz e Pedro Itan)
Baixo Synth - Pedro Tie
Percussão - Michelle Abu
Guitarra - Pedro Itan
Produção Musical: Pedro Tie, Jr Tostoi, Pedro Itan, Larissa Luz
Vozes: Larissa Luz
Participação: Elza Soares
Assistente de gravação : Rodrigo Delacroix
Mixado por Eber Pinheiro  no ANALOG MAN STUDIO, BROOKLYN, NY
Masterizado na Classic Masters - SP
Gravado no Ministério Estúdio- RJ

Natura Musical e a música brasileira
O Natura Musical, programa da Natura de apoio à música brasileira completa dez anos em 2015, ocupando papel singular no cenário de patrocínio cultural do país. Com mais de 300 projetos patrocinados, o programa apoiou, desde 2005, a realização de 1250 produtos culturais (1100 shows, 106 CDs, 21 DVDs, 18 livros e 5 filmes), e se converteu numa plataforma de renovação da música brasileira. Hoje proporciona o lançamento de um volume de novos trabalhos comparável aos principais selos de música brasileira não orientados exclusivamente pelo mercado, com uma média de 20 discos por ano, além de patrocinar cerca de 150 shows pelo país, gratuitos ou a preços mais populares do que o mercado oferece tradicionalmente, no caso de artistas consagrados.

Neste ano, o programa lança cerca de 30 discos, com a realização de suas turnês, de artistas como Tulipa Ruiz, Chico César, Emicida, Gal Costa, Elza Soares e a nova geração paulista, BNegão, Rodrigo Campos, Filipe Catto, Mestres Navegantes, entre outros. De acordo com Fernanda Paiva, atualmente é a maior plataforma de fomento à música no país. “Acreditamos na música como um importante veículo de comunicação capaz de aproximar as pessoas. Ela tem o poder de despertar diferentes emoções, de transformar e é isso que queremos transmitir para o público”, ela explica e ressalta: “a Natura apoia todos os estilos musicais, em todas as regiões do Brasil”.

O programa patrocina novos talentos, projetos de preservação de legado e formação musical  e artistas consagrados em momentos emblemáticos da carreira em todo o Brasil, por meio de diferentes frentes, como os editais públicos, que selecionam projetos de diferentes formatos e estágios da produção cultural, por meio das Leis Rouanet e do Audiovisual em todo o Brasil, e da Lei do ICMS em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e no Pará; por Seleção Direta, que contempla propostas adequadas ao conceito do programa e de grande relevância e inovação, sem a obrigatoriedade das leis de incentivo; e com o festival Natura Musical.


Nenhum comentário:

Postar um comentário