A mulher negra, suas conquistas,
força, fé, afirmação, estética. Esses são os pontos de partida do álbum Território Conquistado, segundo da
carreira solo da cantora e atriz Larissa Luz. O álbum chega às lojas no dia 6
de janeiro de 2016 e terá show de lançamento no dia 7, às 21h30, no Solar
Botafogo. O público baiano conhecerá o
novo trabalho da artista no show que fará em Praia do Forte, no dia 9 de
janeiro, às 17h, na Praça São Francisco de Assis, na abertura do projeto
Caravana da Música.
Território Conquistado faz um mergulho da artista em referências de
criadoras negras tais como Nina Simone, a poetiza peruana Victória Santa Cruz,
a escritora norte-americana Bell Hooks, passeando por histórias de criadoras
negras que influenciaram Larissa. Território Conquistado foi selecionado pelo
Natura Musical 2014 e terá shows de lançamento em Rio de Janeiro, Salvador e São
Paulo.
O trabalho autoral contou com a
colaboração da antropóloga Goli Guerreiro, que contribuiu no trabalho de pesquisa
e construção do conceito da obra, que conta com dez faixas que homenageiam dez
personalidades negras, a exemplo de Elza Soares, que gravou a faixa que dá
título ao álbum e trouxe sua voz rasgada e potente para Território Conquistado. Afirma Larissa: “Essa faixa reflete o sentimento e invasão de sensações que me tomaram
durante todo o processo de composição do disco. Tomando posse de mim mesma,
conquistando meus espaços internos e externos... ocupando. Estou explosiva!
Gravar com Elza foi uma realização e tanta. Ela pra mim é a personificação da
resistência. É um trovão, referência máxima, intensidade transbordando e
inundando o mundo com poder feminino, força negra e muita verdade”.
Outra participação presente no
disco é da intérprete baiana Thalma de Freitas, que participa da canção Mama Chama, composição fruto de uma parceria
com a cantora Manuella Rodrigues. A música é dedicada à Regina Luz, educadora e
mãe de Larissa Luz. Nessa faixa, Thalma recita um poema da escritora baiana
Lívia Natália, outra personalidade negra homenageada no álbum. Outras
escritoras negras são evocadas e lembradas em Território Conquistado, tais como
Carolina de Jesus, que inspira a canção Letras
Negras e autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que é evocada ao lado
das imagens do cinema africano na música Nollywood.
Também compõem o álbum as faixas Bonecas Pretas, que provoca uma reflexão
sobre a ausência de diversidade dentro do comércio e também da publicidade
brasileira; A celebração da fé, em Banho de mar traz a energia guerreira de Larissa Luz, filha de Oyá;
e a religiosidade afro- brasileira dentro do nosso cotidiano; Na
faixa Transe, Larissa completou com
suas ideias trechos do poema Abebé Omin de Lívia Natália o que resultou numa
parceria frutífera para falar de ritual e espiritualidade como parte do no
nosso processo evolutivo. Essa faixa é dedicada a Makota Valdina; Violenta. Que aborda a nossa relação com
a violência e outras formas de conduzir o ímpeto agressivo que corre em todos
nós que convivemos diariamente com o ódio; e prega a liberdade e
autonomia do corpo feminino em Meu sexo.
Marcado por uma fusão rítmica que aborda o Trap, o
Dubstap, o Rap, o Rock and Roll dentro uma perspectiva afro-brasileira que
brotou na Bahia em forma de Samba duro, ijexá e samba reggae, Território
Conquistado se conecta com uma estética negra contemporânea, trazendo
influências dos movimentos Afrofuturismo e Afropunk. Com
experimentalismos e raízes que voam, o disco foge do comum e cria um
espaço- tempo novo que dispensa classificações e prateleiras.
“Território conquistado é uma celebração. Uma constatação.
Reposicionamento. Reconfiguração. Um mundo a ser adentrado. Universo a ser
desbravado” conclui Larissa. O disco tem produção da própria cantora, ao
lado de Jr. Tostoi, Pedro Tie e Pedro Itan. A
produção executiva do CD e da Turnê é da Maré Produções Culturais, de Fernanda
Bezerra.
Sobre Larissa Luz - A cantora, compositora e
atriz Larissa Luz é uma grande representante da música negra
contemporânea. Nascida em Salvador, Larissa despertou a atenção
de grandes produtores e logo foi convidada a assumir a liderança de uma das
maiores bandas afro do país: o Ara Ketu. Após quatro 4 anos à frente da
banda, Larissa resolveu fazer carreira solo e lançou o disco MunDança, com composições próprias que
traziam referências do rap, música jamaicana, e rock
and roll. Um ano depois, iniciou uma turnê do show intitulado MAQUINAFRO, composto por
releituras eletrônicas de clássicas canções dos blocos afros da Bahia. Nos
últimos anos, Larissa Luz também atuou como atriz, tendo integrado os elencos
dos musicais Gonzagão, A Lenda e da Ópera do Malandro, Saltimbancos trabalhos com os quais circulou o país inteiro.
FICHA TÉCNICA:
Território Conquistado (Larissa luz e Pedro Itan)
Baixo Synth - Pedro
Tie
Percussão -
Michelle Abu
Guitarra - Pedro
Itan
Produção Musical:
Pedro Tie, Jr Tostoi, Pedro Itan, Larissa Luz
Vozes: Larissa Luz
Participação: Elza
Soares
Assistente de
gravação : Rodrigo Delacroix
Mixado por Eber
Pinheiro no ANALOG MAN STUDIO, BROOKLYN, NY
Masterizado na Classic Masters - SP
Gravado no Ministério Estúdio- RJ
Masterizado na Classic Masters - SP
Gravado no Ministério Estúdio- RJ
Natura
Musical e a música brasileira
O
Natura Musical, programa da Natura de apoio à música brasileira completa dez
anos em 2015, ocupando papel singular no cenário de patrocínio cultural do
país. Com mais de 300 projetos patrocinados, o programa apoiou, desde 2005, a
realização de 1250 produtos culturais (1100
shows, 106 CDs, 21 DVDs, 18 livros e 5 filmes), e se converteu numa
plataforma de renovação da música brasileira. Hoje proporciona o lançamento de
um volume de novos trabalhos comparável aos principais selos de música
brasileira não orientados exclusivamente pelo mercado, com uma média de 20
discos por ano, além de patrocinar cerca de 150 shows pelo país, gratuitos ou a
preços mais populares do que o mercado oferece tradicionalmente, no caso de
artistas consagrados.
Neste
ano, o programa lança cerca de 30 discos, com a realização de suas turnês, de
artistas como Tulipa Ruiz, Chico César, Emicida, Gal Costa, Elza Soares e a
nova geração paulista, BNegão, Rodrigo Campos, Filipe Catto, Mestres
Navegantes, entre outros. De acordo com Fernanda Paiva, atualmente é a maior
plataforma de fomento à música no país. “Acreditamos na música como um
importante veículo de comunicação capaz de aproximar as pessoas. Ela tem o
poder de despertar diferentes emoções, de transformar e é isso que queremos
transmitir para o público”, ela explica e ressalta: “a Natura apoia todos os
estilos musicais, em todas as regiões do Brasil”.
O
programa patrocina novos talentos, projetos de preservação de legado e formação
musical e artistas consagrados em momentos emblemáticos da carreira em
todo o Brasil, por meio de diferentes frentes, como os editais públicos, que
selecionam projetos de diferentes formatos e estágios da produção cultural, por
meio das Leis Rouanet e do Audiovisual em todo o Brasil, e da Lei do ICMS em
São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e no Pará; por Seleção
Direta, que contempla propostas adequadas ao conceito do programa e de grande
relevância e inovação, sem a obrigatoriedade das leis de incentivo; e com o
festival Natura Musical.
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