Durante o evento o historiador Luiz Henrique Dias Tavares será homenageado
O
Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), no Centro
Administrativo (CAB), em Salvador, sedia
na próxima terça-feira (30), às 16h, o Ato de Assinatura da Notificação
do Tombamento dos documentos da Revolta dos Búzios que estão no Arquivo
Público da Bahia e completam agora de 271 anos. Na oportunidade, será
sugerido o nome do historiador Luiz Henrique
Dias Tavares para ser homenageado pela dedicação de anos de estudo e
publicações sobre o tema.
A
ação é uma articulação conjunta feita pelo Instituto do Patrimônio
Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e
Fundação Pedro Calmon (FPC), unidades da Secretaria de Cultura do
Estado da Bahia (SecultBA), responsável pela salvaguarda estadual dos
bens culturais baianos. “Com esse ato, iniciamos pesquisas e coleta de
dados para criar um dossiê que possibilitará o tombamento
definitivo como Patrimônio Cultural da Bahia”, explica o diretor geral
do IPAC, João Carlos de Oliveira. Após as pesquisas, o dossiê é enviado
ao Conselho de Cultura (www.conselhodecultura.ba.gov. br),
ao secretário de Cultura que o encaminha para deliberação do governador do Estado e publicação de decreto no Diário Oficial.
A
ideia partiu de um conjunto de representantes da sociedade baiana, como
o grupo cultural Olodum, Associação
Cultural Ilê Ayê, IPAC, FPC, deputados estaduais Fabíola Mansur, Luíza
Maia e Bira Coroa, e outras entidades, personalidades e estudiosos do
tema. Segundo o diretor geral do IPAC, com a possibilidade do
tombamento, o bem cultural passa a ter prioridades nas
linhas de financiamento municipais, estaduais, federais e até
internacionais. “Esses recursos podem ser aplicados para a conservação
do patrimônio tombado, e para a sua articulação sócio-cultural e difusão
no estado e no país”, lembra o gestor estadual.
A
Revolta dos Búzios, conhecida também como Conjuração baiana ou Revolta
dos Alfaiates (pois existiam esses
profissionais entre os revoltosos), ocorreu entre agosto de 1798 e
novembro de 1799 na Bahia. Segundo especialistas do tema, apesar de ter
acontecido em Salvador, a revolta tem abrangência histórico-simbólica
nacional e até internacional. O IPAC já fez tombamentos
similares quando da notificação do prédio e de todo o acervo do
Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).
Emancipação –
A revolta teve caráter
emancipatório e foi considerada uma iniciativa radical, já que tinha
proposta de igualdade e democracia para toda a sociedade da época. A
política colonial elevava os preços de alimentos, causando insatisfação
na população que contaminou cidadãos e até militares.
Eles pediam a abolição da escravatura; a proclamação da república; a
diminuição de impostos; a abertura dos portos; o fim do preconceito; e
aumento salarial.
A
bandeira da conjuração (azul, branca e vermelha) são até hoje as cores
da Bahia. A repressão foi violenta.
Em 8 de Novembro de 1799, foram executados quatro participantes: o
soldado Lucas Dantas do Amorim Torres; o aprendiz de alfaiate Manuel
Faustino dos Santos Lira; o soldado Luís Gonzaga das Virgens; e o mestre
alfaiate João de Deus Nascimento.
O quinto condenado à pena capital, o ourives Luís Pires, fugiu e nunca mais foi localizado. Outros foram presos,
castigados com chibatadas em praça pública e degredados. Mais informações na Biblioteca Virtual Consuelo Pondé (www.bvconsueloponde.ba.gov.br ) da Fundação Pedro Calmon, no ‘Dossiê de Revoltas’:
http://goo.gl/zRmtwU. Conheça os patrimônios culturais protegidos na Bahia:
www.patrimonio.ipac.ba.gov.br.
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