01/12/2016

Terreiro do Bate Folha celebra 100 anos com seminário, música , teatro e poesia


Exposição da fotógrafa Marisa Vianna estará aberta à visitação de 3 a 18 de dezembro no Terreiro

Foto_ Marisa Vianna

Em celebração aos seus 100 anos, o Terreiro do Bate Folha (Mata Escura) receberá, nos dias 03 e 04 de dezembro, cerca de 200 pessoas. A ocasião é para debater e apresentar a história do Terreiro, tendo como ponto crucial, a salvaguarda da religião do culto afro-brasileiro de Nação Congo-Angola (ou apenas Angola) na Bahia. O Centenário é apoiado pela Fundação Pedro Calmon, unidade da SecultBA e sua programação apresenta conferências e palestras com a proposta de preservar o legado histórico dos 100 anos do Terreiro.
No sábado (3), a programação será iniciada às 9h30 com as falas dos zeladores do terreiro Nengua Gaguanssesse, Tata Muguanxi e Tata Kissendu, presidente da Sociedade Beneficente Santa Barbara e, às 10h40, Zulu Araújo irá proferir a palestra com o tema “Preservação de espaços sagrados: a importância da memória para terreiros de candomblé”. Na ocasião, será oficializado convênio da Fundação com o Terreiro para a construção do Memorial Terreiro Bate Folha, que será assinado, logo em seguida.
Pela tarde, a programação retorna com a conferência “Terreiro Bate Folha – espaço de salvaguarda da memória afrodescendente”, com a participação de Yeda Pessoa de Castro e de Ordep Serra, ambas da UFBA. A mediação será feita por Rogério Lima Vidal, da Uneb. Após a conferência, às 16h30, serão feitos os lançamentos comemorativos aos 100 anos do Terreiro Bate Folha. Encerrando o primeiro dia do evento, às 17h, acontecerão as apresentações do Bloco Alvorada e do músico Gerônimo.
Já no domingo (4), as atividades começam com a mesa “Protagonismos das religiões de matriz africana”, às 9h30. Os palestrantes convidados foram Erivaldo Nunes, da UFBA, Camilo Afonso, Adido cultural de Angola, e Tata Tauá, do Terreiro Bate Folha.
A mesa “O candomblé de Angola e sua resistência cultural” será apresentada às 14h com os palestrantes Tata Nzazi, do Terreiro Tumbansé, João Monteiro, do Ilê Ogum Maata, e Carla Nogueira, do Terreiro Bate Folha. A conversa será mediada pelo professor da UFBA, José Roberto Severino.
Após os debates, será apresentado o Recital “Fala Preta”, unindo a Poesia de Landê Onawalê à Música e Teatro das atrizes e cantoras, Denise Correia e Luciana Souza e o musicista, Maurício Lorenço. O Recital é concebido e dirigido pelo ator Jorge Washington. Por fim, encerrando a programação de atividades comemorativas do Terreiro, será realizado o show de encerramento, às 17h30, com apresentação do Maracatu Nação Raízes de Pai Adão.
Exposição
Dois anos de vivência na comunidade religiosa do Bate Folha – Terreiro de Candomblé que celebra 100 anos com programação especial – resultaram na exposição da fotógrafa Marisa Vianna, que estará aberta à visitação de 3 a 18 de dezembro, no Terreiro. Na mostra serão apresentadas fotos atuais do Terreiro e ficará acessível ao público no Terreiro do Bate Folha e, depois, percorrerá algumas galerias públicas, a fim de promover a divulgação do Centenário. 

Nela estão representadas as lideranças religiosas do Terreiro, além de fotos que demonstram a ampla área geográfica da Casa, rodeada de Mata Atlântica. Segundo Marisa, essa será apenas uma amostra de uma maior exposição, que acontecerá em março do ano que vem. “O Bate Folha faz parte da nação Bantu e decidi fazer esse trabalho ao longo de dois anos, acompanhando todas as manifestações para que isso ficasse como uma memória. O Bate Folha é um Candomblé fechado e pouco conhecido. Espero que eles venham a servir como material de pesquisa e estudos para ajudar em trabalhos acadêmicos ou até pessoas leigas, a fim de despertá-las à religiosidade de matriz africana de forma orientadora e esclarecedora, fazendo dele uma fonte de memória” explica.

A autora conta ainda que, em suas imagens, “as pessoas que têm um aprofundamento na religião se identificam com as fotos e entendem os rituais que estão sendo retratados, compreendendo os processos e as belezas dos atos”. Nessa primeira exposição, Vianna pretende mostrar as imagens que mais representam o Terreiro e são pouco vistas, dentre imagens de festas, rituais e manifestações do Terreiro. Confira aqui programação em homenagem aos 100 anos do Bate Folha

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