SALVADOR POR STEFANO DIAZ: Lançamento do livro ‘CAPOflora FaunaEIRA, uma arte brasileira’ acontece em Lauro de Freitas e Salvador

Publicação financiada pelo Fundo de Cultura aborda a capoeira com textos e ilustrações de linguagem infanto-juvenil

Com texto da capoeirista, contramestra e educadora Lilu Luísa Pimenta e ilustrações elaboradas por 46 mulheres e crianças praticantes de capoeira, oriundos de diferentes realidades sociais, o livro “CAPOflora faunaEIRA uma arte brasileira” apresenta um poema ilustrado com desenhos e reflexões sobre episódios da história da formação do povo brasileiro em diálogo com a fauna e a flora do país, através da capoeira, resultando um livro repleto de vida, expressões e figuras coloridas.

O lançamento acontece primeiro em Lauro de Freitas no dia 5 de abril, às 19h, na Escola Acalento - Rua Priscila Dutra, nº 541, Bairro Pitangueiras, já o segundo lançamento ocorre no dia seguinte, 6 de abril, às 19h, em Salvador, na Casa da Mandinga, localizada na Rua das Laranjeiras, 27, Pelourinho. Ambos os eventos contam com a presença dos ilustradores, coordenadores, arte educadores e mestres populares envolvidos no projeto. Além da apresentação do livro, haverá uma exposição das ilustrações e a entrega de exemplares aos participantes do projeto. Exclusivamente nos dois eventos de lançamentos, o livro será vendido ao preço promocional de R$ 30,00 (trinta reais) para o público interessado.

O livro possui uma cota de 150 exemplares com distribuição gratuita aos grupos de capoeira do país. Para cada grupo, e filiais de um mesmo grupo, será doado um exemplar mediante disponibilidade do produto, até o total de 150 livros. Para solicitar um exemplar do livro, o representante do grupo deve enviar email para capoflorafaunaeira@hotmail.com, e preencher o formulário online que será enviado àqueles que entrarem em contato. A distribuição gratuita para grupos de capoeira está sujeita à disponibilidade do produto. Uma segunda cota de 150 livros para distribuição gratuita será destinada às escolas públicas da Bahia.

O projeto e o livro “CAPOflora faunaEIRA, uma arte brasileira” têm apoio financeiro do Governo do Estado, por meio do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, contemplado no edital setorial de Capoeira, do Centro de Culturas Populares Identitárias.

O livro e o projeto – O texto foi inspirado a partir de um desenho elaborado há mais de dez anos por uma das primeiras alunas da turma de crianças da capoeira, e escrito por completo há cerca de cinco anos. Desde então, vem sendo aprimorado pela autora, Lilu, no intuito de aproximar a linguagem utilizada no poema com a percepção das crianças e jovens sobre a história da capoeira e da formação do povo brasileiro. O livro é escrito nas versões português e inglês.

O processo de elaboração das ilustrações foi construído ao longo do ano de 2017 por meio de parcerias estabelecidas entre o Grupo Cultural Capoeira Malta da Serra, a Escola Municipal Jovina Moreira Rosa, a Escola Acalento (Lauro de Freitas) e o Projeto Kirimurê (Salvador), para elaboração de desenhos com as crianças, e do Coletivo Mariá (Lauro de Freitas), onde a capoeira foi trabalhada sob a ótica feminina. Os participantes tiveram encontros semanais em oficinas de estudos de texto e de registros imagéticos sobre capoeira em que tomaram conhecimento e analisaram pinturas e gravuras de Debret, Rugendas, Carybé, Goya Lopes e a cartografia de Rafael Sanzio.

Houve ainda a prática do desenho de observação, além de encontros gratuitos para amplo público que contaram com a participação de três mestres populares e artesãos selecionados pelo projeto para promoção de vivências acerca de seus ofícios: Mestre Olavo da Bahia, 76, mestre popular e artesão de berimbau; Mestre Lua Rasta, 68, mestre popular e artesão dos instrumentos da capoeira; e Mestre Ivan de Santo Amaro, 51, mestre popular e artesão de caxixi. Também foram realizadas rodas de capoeira e de conversa para acolhimento da demanda de todos os participantes.

Sobre a autora – Lilu inicia sua trajetória na prática da capoeira em 1992. Já em 1995 trabalhava com capoeira na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 2000 se transfere para a Bahia a fim de dar continuidade ao seu aprendizado e, juntamente com seu companheiro Mestre Luciano, começa a freqüentar as rodas do Mestre Lua Rasta, um dos principais influenciadores do trabalho que ambos começariam a desenvolver em Lauro de Freitas. Também a partir dos ensinamentos da Capoeira Regional de Mestre Bimba, forte e expressiva linhagem da capoeira baiana, preservada e continuada por Mestre Nenel, Lilu decide, então, ingressar na faculdade de Pedagogia (UFBA) ao perceber uma lacuna existente entre a prática da capoeira e a visibilidade e a valorização do seu potencial educativo. Inicia, assim, uma nova etapa na sua trajetória como capoeirista, que une os fundamentos apreendidos na prática da capoeira, a construção de novos saberes e as oportunidades de trabalho. Para atender a principal demanda que lhe surge como desafio, a de oferecer aulas de capoeira direcionadas a crianças em escolas públicas e particulares de Lauro de Freitas, Lilu começa a desenvolver uma metodologia que utiliza como chave-gatilho as cantigas da capoeira e o imaginário da fauna e da flora brasileira para chegar à prática corporal e ao treinamento dos movimentos da capoeira com seus alunos. Paralelamente a este trabalho com as crianças, Lilu Luísa Pimenta organiza um grupo de mulheres, a Capoeira Mariá, que, além do treinamento, tem como objetivo fortalecer e valorizar as mulheres nas rodas e coletivos de capoeira.

Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural e Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br