28/04/2018

Apae promove inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho


Centro de Formação e Acompanhamento Profissionalizante (Cefap) prepara os jovens para o trabalho e para a vida.

Daniel Ramos dos Santos Júnior é um jovem de 37 anos com a Síndrome de Asperger, transtorno de neurodesenvolvimento, no qual ocorre uma ruptura nos processos fundamentais de socialização, comunicação e aprendizado. Aos 34, seus pais tiveram a alegria de receber a notícia de que seu filho ia ingressar no mercado de trabalho. Capacitado e encaminhado pelo Centro de Formação e Acompanhamento Profissionalizante da Apae (Cefap), Daniel Júnior passou a integrar a equipe de colaboradores da empresa JHSF.
Na empresa do segmento da Construção, Daniel Júnior encontrou uma razão a mais para ser feliz. “A primeira experiência de trabalho fortaleceu bastante a sua visão de mundo. Desenvolveu nele a capacidade de interagir com outras pessoas, melhorou sua qualidade de vida e o fez descobrir novas possibilidades”, afirma o pai do jovem aprendiz, Daniel Ramos dos Santos.
Daniel Júnior é um dos 400 aprendizes do CEFAP, que atua em três vertentes: capacitação e inserção no mercado de trabalho, atividade sócio-assistencial e artes. “Nós buscamos preparar esses jovens para o mundo social e para o mundo do trabalho. Passamos valores, trabalhamos noções de hierarquia, capacitação em diversas áreas, sem especificar uma determinada atividade ou função”, explica a gerente do Cefap, Camila Lima.
Além dos desafios enfrentados por esses jovens, pelas próprias limitações das suas deficiências intelectuais, há algumas preocupações dos familiares, resistência de muitas empresas, entre outras dificuldades de inclusão. Ainda assim, a Cefap tem feito um trabalho abrangente e conquistado bons resultados. Cerca de 1,5 mil pessoas já passaram pela capacitação ou assistência da entidade, que encaminhou mais de 700 aprendizes para o mercado de trabalho, em funções diversas.
“Sem o trabalho primoroso desenvolvido pela Cefap seria muito mais difícil conseguir essa inclusão. Torcemos para que outras empresas abram portas para aumentar as ofertas às pessoas com essas características”, defende o pai de Daniel Júnior, que já está com trabalho garantido para começar no dia 2 de maio uma nova trajetória profissional na Federação das Apaes.
Uma missão de vida
Outro aprendiz que mudou completamente a sua vida depois de entrar no mercado de trabalho através do encaminhamento da Cefap foi Ricardo Silva de Jesus. Ricardo entrou na Apae com apenas 4 anos de idade. Saiu com 35 para trabalhar na Lemos Passos, referência no ramo de alimentação, com atuação estendida para as áreas de hotelaria, gestão de alojamento, serviço de conservação, limpeza e paisagismo. “Ele teve grande mudança. Não sabia falar direito, tinha muita dificuldade na pronúncia, e hoje consegue se comunicar normalmente com todo mundo, interagir e isso o faz muito feliz”, afirma a mãe de Ricardo, Maria das Graças de Jesus.
Ricardo fez diversos cursos no Cefap em parceria com o Senac, desde panificação, jardinagem, até doces e salgados. “Hoje ele não quer saber de feriado, fim de semana, fica triste quando não tem que sair para trabalhar”, garante a mãe. Segundo Maria das Graças, nem em casa ele fica parado. Depois que iniciou as atividades na empresa, mudou seu ritmo e qualidade de vida. “Ele chega às 6h30 para tomar o café com o grupo de colegas e sai às 17h. Essa é a rotina dele e que o faz mais de bem com a vida há dois anos”, completa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário