Foto: Will Recarey.
Com a proposta de transformar além da sua estrutura física, mas também criar uma cultura mais diversa e inclusiva, o Aeroporto Salvador Bahia realizou na noite da última quinta-feira (28) o sarau temático “Exercitando a sororidade”. Contemplando debate, apresentações artísticas e um happy hour, o evento reuniu homens e mulheres interessados no tema.
O bate-papo foi conduzido pela cantora Tainah, que intercalou as falas das participantes de uma mesa-redonda com canções. Mulheres com diferentes bandeiras de luta compartilharam experiências pessoais que de alguma forma dialogavam com o tema “sororidade”. O termo ainda está sendo incorporado aos dicionários da língua portuguesa e refere-se a união/aliança entre mulheres.
Para a Major Denice Santiago, comandante da Ronda Maria da Penha da Polícia Militar da Bahia, a diminuição do combate à violência contra a mulher virá com a transformação de homens e mulheres, com a união de esforços. “Eu acredito no empoderamento feminino, mas se eu não agir em relação ao homem, vou polarizar a situação. Eu preciso juntar essas forças”, completou.
O exercício da sororidade na vida da jornalista Adriana Nogueira veio a partir de um desafio pessoal. Mãe de um menino autista, hoje ela é uma voz ativa na conscientização sobre o autismo e na ajuda a outras mães na mesma condição. “A sororidade foi um exemplo que começou em casa, tive minha mãe e minha avó como exemplo. É trabalhar para dar uma voz ativa, cuidar de quem cuida”, conta.
A juíza de Direito Cristiane Menezes, que se considera uma magistrada pouco tradicional, compartilhou que não escapou a situações de preconceito, mas nunca focou nas barreiras que poderiam surgir a partir de sua condição de minoria. A sororidade veio através da empatia exercitada na atividade profissional, como por exemplo quando concedeu a primeira decisão de mudança do nome do registro civil a uma mulher trans. "Acho que é incrível transformar a vida de uma pessoa”, relatou.
A educadora social Paulete Furacão relatou o quanto ainda é difícil para as mulheres trans serem acolhidas com sororidade, pois em sua maioria são rejeitadas pela família ou não encontram oportunidades igualitárias de emprego. Este é um dos motivos da sua militância. “Eu não escolhi Paulete, a sociedade me deu Paulete. Alguém me disse para ressignificar essa dor em uma bandeira de luta. E estar aqui nessa mesa é uma bandeira de luta. Eu estou aqui, a única mulher trans. Tem muita gente esperando para me ver aqui compondo esta mesa”, disse, destacando o simbolismo de estar participando do bate-papo naquele momento.
Durante o evento, a gerente de comunicação do Aeroporto Salvador Bahia, Daniela Franco destacou a importância de as reflexões trazidas serem passadas adiante, para que todos possam atuar como agentes da transformação, seja dentro de casa com os próprios filhos ou em outros ambientes.
Sobre o Aeroporto Salvador BahiaLocalizado na capital baiana e primeira capital brasileira, o Aeroporto Salvador Bahia está na lista dos dez aeroportos mais movimentados do país. Durante o ano de 2018, mais de 8 milhões de passageiros viajaram pelo terminal para cerca de 30 destinos com ligação direta, entre domésticos e internacionais.
O Aeroporto Salvador Bahia foi integrado à rede VINCI Airports em 2 de janeiro de 2018, através de um Contrato de Concessão com duração até 2047. Visando oferecer uma melhor experiência aos seus passageiros e um melhor serviço às companhias aéreas, a VINCI Airports deu início a um ambicioso plano de investimentos para modernizar e ampliar o aeroporto. A primeira fase das obras, que inclui a construção de uma nova área de 20.000 m² e a remodelação do terminal existente, estará concluída em outubro de 2019.
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