Foto: Marcos Hermes.
Primeira mulher a cantar no trio elétrico, ela será atração, domingo, na Castro Alves
A presença de Baby do Brasil torna ainda mais completa as comemorações dos 70 Anos do Trio Elétrico, tema do Carnaval 2020 de Salvador. Convidada especial para a festa, a primeira mulher a cantar no trio elétrico vai se apresentar neste domingo (23/02), a partir das 17h30, no pôr do sol da Praça Castro Alves, onde tudo começou. É claro que a bordo do trio, Baby promete balançar o chão da praça com um repertório que traça a sua trajetória na folia da Bahia, desde os Novos Baianos até os dias atuais.
“É com muita honra e emoção que comemoro os 70 Anos do Trio Elétrico, como a sua primeira cantora, na Praça Castro Alves. Ali, onde tudo começou quando peguei o microfone do bumbo que tocava, e cantei: “Quem é o Campeão dos Campeões? E a massa gritou: “É o Bahia!” E foi assim que, com a voz e o microfone, foi transformada a trajetória e a história do trio elétrico da Bahia”, conta.
A empolgação de largar o bumbo e cantar foi no primeiro dia que Baby, na época com os Novos Baianos, subiu no trio elétrico. “O Seu Osmar ficou tão surpreso e empolgado ao ver a massa cantando comigo o Hino do Bahia, que no ano seguinte colocou Moraes Moreira, nosso amigo querido, puxando o trio com voz”, lembra.
No início dos anos 70, os Novos Baianos eram apaixonados pelo som do pau elétrico no trio de Dodô e Osmar e também pelo Tapajós, que foi o segundo trio a aderir à folia na Castro Alves. Esta paixão levou o grupo fazer o bloco da família junto com uns amigos e ir se divertir com o som dos trios, com Armandinho e seus irmãos Macedo tocando ainda pequenos. A partir daí, os Novos Baianos decidiram criar um trio para o próximo ano.
Baby conta que, com este trio, o grupo também foi responsável pela transformação do som no caminhão. Sem grana para as cornetas, um tipo de alto-falante, colocaram caixas de som, que usavam nos shows, no trio emprestado por Valdemar. “Acrescentamos as distorções da guitarra de Pepeu e criamos o som elétrico com o PA de palco. Isso foi tão incrível que gerou a transformação das cornetas para equipamento de som. O trio ganhou novo formato que tivemos que derrubar o muro para sair da garagem”, diz.
REPERTÓRIO
Dos Novos Baianos aos hits de sua carreira solo, o público pode esperar surpresas no repertório. Não faltam os sucessos A menina dança, Menino do Rio, Masculino e feminino, Sem pecado e sem Juízo, Aquarela do Brasil, Desafinado e Acabou Chorare.
Com estilo próprio e inconfundível, Baby do Brasil vem marcando a história da música brasileira. Uma cantora que surpreende a cada dia com sua voz doce e suave, rasgada em seu Rock and Roll extravagante e no domínio de vários ritmos registrados em inúmeros sucessos. Ela é brasileiríssima, roqueira, pop, jazzística, clássica, gospel e carnaval.
TRAJETÓRIA
Depois de um longo período de introspecção espiritual, Baby voltou aos palcos com força total em 2012, com o show Baby Sucessos - A menina ainda dança (que virou CD e DVD), culminando em uma super turnê nas principais capitais do país e na apresentação apoteótica no Rock In Rio, acompanhada de seu filho, o guitarrista, compositor e diretor musical, Pedro Baby, além do convidado especial Pepeu Gomes, seu ex-marido e parceiro musical.
Com a carreira retomada, ela dedicou-se à volta dos Novos Baianos aos palcos, com uma turnê de mais de 20 shows e gravação do CD e DVD Acabou Chorare - os Novos Baianos se encontram, com grande sucesso de público e crítica. No ano passado, ela levou o trio elétrico para o carnaval de rua de São Paulo. O Bloco da Baby arrastou mais de 20 mil pessoas para a região da Faria Lima.
Ao longo da carreira, Baby bateu recordes de vendas com hits que que viraram clássicos. Entre eles, Menino do Rio, Todo dia era dia de Índio, Um auê com você, Cósmica, Telúrica, Planeta Vênus, A menina dança e Tinindo e trincando. Na cena internacional, ela ficou conhecida a partir de sua participação no Montreux Jazz Festival, onde gravou um disco ao vivo, que se tornou mais um sucesso em sua carreira, com a célebre interpretação do clássico Brasileirinho.
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