Artistas africanas e brasileiras se unem para compartilhar projetos artísticos
Na conversa online com transmissão ao vivo “Uma coisa leva a outra: processos criativos de cinco artistas negras gestionados no Atlântico Sul”, a artista visual e cênica Lindiwe Matshikiza, da África do Sul, ex-residente do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia, e a bailarina e educadora brasileira Candai Calmon se unem para convidar outras três artistas negras e compartilhar seus projetos e processos artísticos engajados em seus territórios: a dançarina Luiza Meireles (Brasil), a multiartista Loiá Fernandes (Brasil) e a artista cênica, escritora e educadora Mwenya B. Kabwe (Zâmbia/África do Sul). Cada uma das participantes, cujo um dos alicerces de suas produções é o fato de serem “processos criativos continuados”, terá sua fala sobre os projetos pessoais que engajam, utilizando também de vídeos e fotos dos seus trabalhos. O evento digital acontece no dia 8 de maio (sexta-feira), às 16h, na plataforma online Chorus Call, acessível pelas páginas de Facebook das unidades do Goethe-Institut de Salvador e de Joanesburgo. A mediação será da jornalista Mira Silva, com tradução simultânea por Fernanda Amâncio.
Este evento acontece em parceria com a Casa Respeita as Mina, uma iniciativa da Maré Produções, e da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), com patrocínio da Bahiatursa, do Goethe-Institut e da UNIDAS – Rede de Mulheres entre a América Latina, o Caribe e a Alemanha. Inaugurado em fevereiro, o espaço realizou, durante o mês de março, antes de suspender atividades devido à quarentena, uma variedade de ações para discutir e dar visibilidade a pautas feministas, além de promover formação, qualificação e incentivo a mulheres de diversas áreas.
Lindiwe Matshikiza – Ex-residente do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia entre janeiro e março, é uma artista da África do Sul com formação em criação teatral. Trabalha como autora, performer e realizadora em vários contextos, tais como projetos de artes visuais, performances públicas, peças de teatro, cinema e outras mídias. Sua abordagem é predominantemente colaborativa, exploratória, processual e interdisciplinar, e seus projetos muitas vezes assumem mais de uma forma ao longo do tempo. Lindiwe é cofundadora e codiretora da Mother Box: Organização para a Cooperação nas Artes, uma organização sem fins lucrativos, artisticamente liderada, que lida com pesquisas e processos artísticos com o objetivo de articulá-los em uma linguagem que incorpore os seus próprios processos.
Candai Calmon – Mulher negra, quilombola urbana, feminista de comunidade. Profissional da dança, bailarina, educadora. Trabalha no segmento da dança há 18 anos, tendo formações artísticas dentro e fora do Brasil, sobretudo no campo da dança contemporânea, nos seus moldes mais afro-referenciados, sul-decoloniais e feministas. Nesse campo, tem trabalhado com diversos profissionais, pioneiros no estudo do “corpo discursivo” e dos “estados corporais” na dança. Candai é bacharela em Estudos de Gênero e Diversidade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestranda em Dança pela mesma instituição. Tem coordenado diversos projetos de cunho social e artístico voltados para mulheres, como o “CorpoTerritório” (2018), voltado para mulheres quilombolas, e o “Mulheres de Si” (2019), sobre saúde sexual e reprodutiva. Hoje, seus interesses e pesquisa circundam sobre corpo feminino, negritude e memória para caminhos de empoderamento, autocuidado e expressão, desenvolvendo diversas experiências artísticas imersivas com mulheres negras e povos tradicionais quilombolas, a partir dos elementos criativos da dança contemporânea, improvisação e criação.
Loiá Fernandes – Negra mulher, soteropolitana, multiartista. Desenvolve trabalhos artístico-sociais com foco na raça, no gênero e na cultura, entendendo o ser humano enquanto a própria obra de arte, na perspectiva de Babatunde Lawal, acreditando que a arte é intrínseca à vida e que, dessa forma, temos o poder da transformação. Inspirada e conduzida pelos tambores, tem o ritmo enquanto linha condutora dos trabalhos. Desde criança, se relaciona com a percussão, tocando no caixote do avô. Depois, formou-se em Produção Audiovisual e, recentemente, passou a trabalhar também com teatro, tanto como atriz quanto como preparadora percussiva. Em todas essas esferas de atuação, busca estimular a sensibilidade, na perspectiva de que esta qualidade contribui para que haja maior compreensão, empatia, identificação e amor entre as pessoas.
Luiza Meireles – Bailarina, mestranda profissional em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), integra o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) desde 1993. Atuou no Balé da Cidade de São Paulo (BCSP) por quatro anos, durante seu período de licença da companhia baiana. No BCSP, trabalhou com Ohad Naharin, Angelin Preljocaj, Germaine Acogny, Jorge Garcia, Henrique Rodovalho, entre outros expoentes da dança. Ao retornar ao BTCA, trabalhou com novos artistas em destaque na dança, como Morena Nascimento, Jorge Alencar e Neto Machado. Desde 2005, passou a criar trabalhos autorais dentro e fora do grupo.
Mwenya B. Kabwe – Realizadora zambiana de teatro e performance, facilitadora de processos criativos, intérprete, escritora, educadora artística e acadêmica de estudos performativos com tendências migratórias. Transita por Joanesburgo, Lusaka, Cidade do Cabo, Nova Iorque e Boston, e a sua prática criativa centra-se no teatro e performance africana contemporânea, na arte ao vivo, com formato imersivo e específico do local, na criação da arte colaborativa e interdisciplinar da reimaginação do futuro africano. É movida pelo desejo de trazer algo de novo à existência e tem uma obsessão criativa com as questões da migração. Kabwe aspira a uma educação interdisciplinar e colaborativa das artes criativas e está empenhada numa pedagogia transformadora que entende as artes como prática social. Ela é covencedora do The Pan-Galactic Women's Joy Collective, um encontro mensal de mulheres ferozes nos círculos teatrais e performativos.
Mira Silva – Diretora de programa de TV. Há 20 anos, trabalha em televisão. Atualmente, dirige o programa “Conexão Bahia”, uma revista de variedades que vai ao ar todos os sábados, às 8h da manhã, pela TV Bahia (afiliada Globo no estado). Durante oito anos, foi diretora do “Aprovado”, também da TV Bahia, único programa com cunho educativo entre as afiliadas da Rede Globo no país. Em 2016, fez estágio como assistente de direção na novela “Malhação” da Rede Globo de Televisão. Há oito anos, é uma das curadoras e mediadoras da “Fliquinha”, parte infantil da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). Em 2017, trouxe ao Brasil a exposição “Transpareze”, do artista plástico italiano Marco Orlandi, que ficou em cartaz por três meses no Palacete das Artes, em Salvador. Em 2019, produziu a exposição “Monxtras – muito além do gênero”, do fotógrafo italiano Antonello Veneri. Neste mesmo ano, foi uma das diretoras e roteiristas do curta-metragem “2 de Julho – Caminhos da Liberdade”, no qual também foi preparadora do elenco.
Live internacional “Uma coisa leva a outra: processos criativos de cinco artistas negras gestionados no Atlântico Sul”
Com:
Lindiwe Matshikiza (África do Sul), Mwenya B. Kabwe (África do Sul/Zâmbia), Candai Calmon, Loiá Fernandes e Luiza Meireles (Brasil)
Mediação: Mira Silva
Quando: 8 de maio de 2020 (sexta-feira), 16h (Brasil) e 21h (África do Sul)
Onde: Plataforma online Chorus Call com tradução simultânea para português e inglês
Acessível pelas páginas de Facebook das unidades do Goethe-Institut de Salvador (www.facebook.com/goethe.bahia ) e de Joanesburgo (www.facebook.com/goethe. joburg)
Classificação indicativa: Livre
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