Em homenagem ao Novembro Negro, o Artesanato da Bahia apresenta a mostra Dilenga: Artesanato das Coroas de Rainha do Afro Bankoma, em cartaz a partir desta quinta-feira (25/11) até 04 de dezembro, no Centro de Comercialização Artesanato da Bahia (Largo do Porto da Barra, 02). A exposição vai reunir cinco trajes de rainhas do bloco afro Bankoma produzidos artesanalmente no Terreiro São Jorge Filho da Goméia. A visitação é gratuita e o horário de funcionamento é das 10h às 18h (de segunda a sexta) e das 9h às 14h (sábado).
A abertura da exposição será transmitida ao vivo, na próxima quinta-feira, às 16h, no canal do Artesanato da Bahia no YouTube (youtube.com/artesanatodabahia
SOBRE A MOSTRA
A mostra Dilenga: Artesanato das Coroas de Rainha do Afro Bankoma é fruto do mapeamento da produção artesanal nas comunidades de terreiros realizado pela Coordenação de Fomento ao Artesanato/Setre. “O evento objetiva dar visibilidade ao artesanato produzido no interior dos espaços religiosos de matriz africana que representam a nossa cultura, a nossa resistência, a nossa forma de reinventar o continente africano em solo brasileiro. É uma singela homenagem à cultura negra neste mês da Consciência Negra”, afirma Ângela Guimarães.
No Terreiro São Jorge Filho da Goméia, localizado em Lauro de Freitas, a tradição artesanal encontrada se expressa em bordados, na tecelagem manual, na criação de paramentos das entidades religiosas, entre outras atividades. Além disso, desde 2000, o terreiro leva às ruas no carnaval o bloco afro Bankoma, expressão cultural de sua música, instrumentos, danças, adereços e roupas. A rainha da agremiação representa, anualmente, em seu traje e coroa (“dilenga”, em kimbundo), o tema do desfile e a referência estética marcada pela herança africana reconstituída no Brasil.
A responsabilidade de vestir a rainha fica nas mãos da liderança religiosa, mestra artesã e griô Mametu Kamuricy. Todos os participantes da comunidade são ouvidos por ela e ajudam no processo de criar e tecer roupas e adereços para o desfile. “Tudo que é utilizado dentro do candomblé e no terreiro, levamos de uma forma espiritual para a nossa rainha. O Bankoma não é apenas um bloco afro, mas uma forma de levar a voz, falar e mostrar a beleza de tudo que temos dentro da religião. O carnaval para nós é uma mostra dos afazeres do terreiro”, afirma Mametu Kamuricy.
A mostra no Centro de Comercialização do Artesanato da Bahia reúne os trajes das rainhas dos carnavais de 2016 a 2020. Eles são o resultado do compor artesanal intrínseco ao próprio terreiro, como a tecelagem, o crochê, o macramê, os bordados e os trançados. Palha da costa, búzios, miçangas e outras contas, além de fios, linhas e tecidos, são alguns dos materiais utilizados nestas criações.
Realizada pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – Setre Bahia, através da Coordenação de Fomento ao Artesanato, e pela Associação Fábrica Cultural, a mostra faz parte das ações do Novembro Negro e conta com a parceria da Associação São Jorge Filho da Goméia.
SOBRE O TERREIRO
O Terreiro São Jorge Filho da Goméia foi fundado por Mãe Mirinha de Portão em 1948, em Portão, bairro de maioria negra situado no município de Lauro de Freitas, e, desde seu surgimento, é um espaço de encontro e fortalecimento da comunidade. Em 2003, o foi tombado como patrimônio material e imaterial pelo Instituto do Patrimônio do Estado da Bahia. O bloco afro Bankoma surgiu no terreiro e foi às ruas pela primeira vez no ano 2000, exibindo o resultado das oficinas de arte-educação e economia solidária que eram desenvolvidas na comunidade.
SERVIÇO
MOSTRA DILENGA: ARTESANATO DAS COROAS DE RAINHA DO AFRO BANKOMA
Data: de 25/11 a 04/12
Local: Centro de Comercialização Artesanato da Bahia - Largo do Porto da Barra, n. 2
Horário: De segunda a sexta, das 10h às 18h; sábado, das 9h às 14h.
Visitação gratuita.
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