08/11/2010

Claudio Simões comemora 20 anos de Teatro Baiano com projeto apoiado pela Secretaria de Cultura do Estado

O projeto tem apoio da SecultBA através do Fundo de Cultura e visa registrar, analisar e recuperar a memória dos vinte anos de dramaturgia completados pelo autor baiano Claudio Simões no ano de 2010 .

O dramaturgo Claudio Simões completa 20 anos de carreira e comemora duas décadas de trajetória com projeto 20 anos de Teatro Baiano que traz neste momento, programação cultural com exposição fotográfica e uma montagem teatral inédita. O projeto tem o apoio da Secretaria de Cultura do Estado – SecultBA através do Fundo de Cultura da Bahia, sempre às quintas-feiras de novembro, no Teatro Módulo, às 21h.

A ideia do projeto surgiu quanto Claudio se deu conta do extenso trabalho realizado nos últimos 20 anos. “Conversando com minha produtora, tivemos a feliz constatação de que durante esse tempo não houve um só ano em que uma peça escrita por mim não estivesse em cartaz, então, resolvemos fazer uma retrospectiva dessa trajetória e comemorar com o público.”, conta o autor de “Quem Matou Maria Helena?”, “O Indignado”, “Vingança, Vingança, Vingança!!!”, “Caso Sério” e “Jingobel”, trabalhos que contribuíram para o desenvolvimento e consolidação do teatro profissional soteropolitano.

Leituras Dramáticas - O projeto começou com as leituras dramáticas públicas de três peças emblemáticas da produção teatral de Claudio, representando três vertentes de sua obra dramática. No dia 14 de outubro foi lida “Quem não ama não mata”, espetáculo montado com o título “Abismos de Rosas” e que retrata a fase sombria do autor, voltada para tramas policiais.

No dia 21 de outubro, foram lidas os textos “DIAS 94”, peça engajada no combate aos preconceitos, e “Nada será como antes”, peça que faz parte da fase solar de Claudio, voltada para uma construção mais humanista das personagens. As leituras serão seguidas de mesas redondas para uma análise crítica e debate sobre a obra apresentada com a participação de convidados especiais.

Trilogia Shirley – A celebração da carreira contará ainda com a montagem inédita da “Trilogia Shirley” – composta por “Simplesmente Shirley”, “Totalmente Shirley” e “Finalmente Shirley” - que fica em cartaz de 4 a 25 de novembro. Os três textos exploram situações de humor, mistérios e planos mirabolantes que giram em torno do mesmo eixo: a decadência da estrutura da família tradicional, sintetizada no conflito entre pais e filhos.

Exposição – Também de 4 a 25 de novembro será realizada uma exposição de fotografias, com cerca de 40 obras e de cartazes e programas dos espetáculos assinados pelo dramaturgo, bem como dos espetáculos em que Simões, como artista múltiplo no teatro baiano, atuou e/ou dirigiu. Serão expostas também matérias, entrevistas e críticas jornalísticas a respeito do artista e de seus espetáculos.

Sobre Claudio Simões - A trajetória artística de Claudio Simões coincide com uma fase de desenvolvimento e consolidação do teatro profissional soteropolitano. A estréia como ator se deu em 1988, no espetáculo SIM – O universo de Arrabal, resultado do III Curso Livre da Escola de Teatro da UFBA, com direção de Luiz Marfuz.

Em 1990, já aluno regular do curso de Interpretação da Escola de Teatro, Simões escreveu suas primeiras peças: a Trilogia Shirley e Dias, conseguindo um reconhecimento como autor de teatro, mesmo que ainda restrito à classe artística, principalmente no meio acadêmico.

O primeiro texto lançado comercialmente foi uma adaptação do infantil O Pássaro Preto e a Namorada, sobre obra de Nélson Araújo, estreada em 1992. Mas foi em 1994, formando-se em Direção pela Escola de Teatro, que veio o reconhecimento da crítica jornalística e do público.

Foi em 1994 que Simões estreou a inquietante DIAS 94, uma releitura da Dias, em que se debruça sobre o tema da vida com hiv/aids e a manutenção da dignidade na convivência com o vírus. A montagem alternativa chamou a atenção da mídia jornalística para o novo autor. No mesmo ano, estreou também a comédia policial Quem matou Maria Helena?, conquistando, desta vez, o reconhecimento do público.

Desde a estréia de Quem matou Maria Helena? até hoje, Simões esteve sempre, a cada ano, com pelo menos um espetáculo em cartaz, estabelecendo-se como um dos mais produtivos dramaturgos do teatro soteropolitano contemporâneo.

Em sua obra (excetuando talvez Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia, parceria com Cacilda Povoas e Gil Vicente Tavares), Simões tem procurado registrar uma Salvador urbana e contemporânea, sem negar os elementos identitários da cidade, mas com um foco sutilmente crítico na nossa classe média, contribuindo para ampliar o imaginário artístico sobre a capital baiana.

Reconhecimento e Premiações

Nesses 20 anos de trajetória, o artista foi contemplado com o Troféu Bahia Aplaude nas categorias Destaque (por DIAS 94, em 1994), Melhor Diretor (por Puxa Vida!, dirigida em parceria com Celso Jr. e Teresa Costalima em 1994), Melhor Espetáculo Infantil (por O mistério do chiclete grudado, peça que dirigiu em 1995) e Melhor Autor (por Abismo de rosas, de 1997), e com o Prêmio Copene de Teatro na categoria Melhor Autor por Como Raul já dizia (2001).

Recebeu ainda indicações como Melhor Autor por Quem matou Maria Helena? (1994), Jingobel (1998). Em 2000, dirigiu, com Fernanda Paquelet, o espetáculo Vingança, vingança, vingança!!!, que lhe rendeu indicações ao Prêmio Braskem de Teatro nas categorias Melhor Autor, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Espetáculo Adulto. Nos últimos anos, tem estabelecido diversas parcerias.

Escreveu Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia, em parceria com Cacilda Povoas e Gil Vicente Tavares (2004), e O indignado, em parceria com Djaman Barbosa (2008). Recentemente montou Caso sério, sua primeira parceria teatral com Margareth Boury, recebendo indicação de Melhor Texto no Prêmio Braskem de Teatro 2010.

ServiçoPeça Trilogia Shirley
Direção: Claudio Simões
Assistente de Direção: Nayara Homem
Elenco: Fernanda Paquelet, Fernando Marinho, Zeca Abreu, George Vladimir, Fábio Ferreira, Laura Haydée
Período: 4 a 25 de novembro (quintas-feiras)
Horário: 21h
Local: Teatro Módulo
*Valor: R$ 20 (Inteira) R$ 10 (Meia)

Exposição
Período: 4 a 25 de novembro
Abertura: 3 de novembro, às 20h
Local: Teatro Módulo
*Entrada Gratuita

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