Produzido por Antônio Nykiel e Zezão Castro, com participação dos músicos Ivan Huol, Ivan Bastos, Baú Carvalho, Gilmar Gomes, Giba Conceição e do próprio Lourimbau, o CD “A arte de Mestre Lourimbau” foi gravado em 1997 no Teatro Vila Velha e remasterizado por Tadeu Mascarenhas. O CD foi produzido com o apoio da Secretaria de Cultura através do Fundo de Cultura.
Um dos principais representantes na arte de fazer e tocar berimbau, o baiano nascido Lourival Santos Araújo, mais conhecido como mestre Lourimbau, lança o CD A Arte de Mestre Lourimbau na próxima quarta-feira, (17/11) no Teatro do Sesi, no Rio Vermelho, às 20h, com ingressos populares (R$ 5,00). A produção do CD é uma idéia de Antônio Nykel e conta com apoio da Secretaria de Cultura do Estado - SecultBA, através do Fundo de Cultura da Bahia. Na ocasião, Mestre Lourimbau, que é, além de cantor, compositor e berimbalista, comenta aspectos da sua carreira e destila uma fusão única de capoeira, MPB e jazz acompanhado por Ivan Bastos (baixo), Paulo Mucci (guitarra) e Giba Conceição (percussão).
O CD foi gravado ao vivo no Teatro Vila Velha em 1997, com participação dos músicos Ivan Huol, Ivan Bastos, Baú Carvalho, Gilmar Gomes, Giba Conceição e do próprio Lourimbau. O CD tem onze faixas, sendo que dez delas são de sua autoria ou parcerias com Djalma Araújo, Antonio Carlos e Ivan Bastos.
"A performance de Lorimbau impressiona.O contraponto rítmico e melódico construído entre o berimbau e sua voz, somado à beleza poética de suas letras, nos conduz a um minimalismo estético que edifica os sentidos. Essa rara aptidão faz de Lorimbau um dos grandes compositores hoje existentes na Bahia. Apoiar o registro desse grande músico é de fundamental importância para possibilitar desdobramentos em sua carreira e permitir que um público cada vez mais maior tenha acesso à sua obra, além de ampliar o acervo da memória musical do estado", Gilberto Monte, diretor de Música da FUNCEB.
Além de músico, Lourimbau dedicou tempo na construção do instrumento, fazendo–os com a melhor qualidade, o que lhe garantiu o título de luthier e a estima de grandes músicos brasileiros. Percussionistas do cenário nacional, tais como Hermeto Pascoal, Carlinhos Brown, Naná Vasconcelos e o falecido Ramiro Mussoto, utilizam ou utilizaram os instrumentos produzidos por Mestre Lourimbau como ferramenta de trabalho nas suas turnês.
Lourimbau fez berimbau de cinco tipos, conforme explica: “O violinha tem o som mais agudo e cristalino e é o menor berimbau que existe. O viola é mais ou menos do mesmo tamanho e explora os tons médios. O uruçuca tem uma cabaça maior sendo mais utilizado como berimbau de centro. O gunga, bem maior e mais grave, é um berimbau intermediário. Por último, há o berra – boi, bem mais grave, que imita um mugido”, afirma.
Mestre Lourimbau – Nascido no Alto do Peru, no bairro do Largo do Tanque, em Salvador, Lourimbau sempre esteve próximo a cultura popular. “Capoeira não era a minha, mas eu ia porque gostava de ver o pessoal e meu pai jogarem, era Angola, e ele era um mestre. Ele via o pessoal tocando berimbau e dizia assim: ‘Esse berimbau não ta bom não (quer dizer, o toque). E eu ouvindo aquela coisa com 9, 10 anos. ‘Ó esse berimbau aí, ele dizia’”, relembra Lourimbau.
Antes de compreender que a arte do Berimbau daria rumo para sua vida, Lourival Santos, tentou fazer a vida como jogador de futebol. Passou por diversos clubes da capital baiana como Galícia, São Cristóvão, Ypiranga e Botafogo. Passou ainda pelo Estanciano, de Estância – Sergipe e tentou o Capelense, de Capela – Alagoas, São Domingos, de Maceió, River de Picos – Piauí entre tantos outros. Em 1977 Lourimbau decide nunca mais dar “um tapa na orelha da bola”.
Com as chuteiras penduradas, Lourimbau voltou a dar aulas de berimbau e a vendê-los para estrangeiro. A partir de 1982 participa de festivais instrumentais na sala principal do Teatro Castro Alves acompanhando o musicista Bira Reis. Ainda nos anos 80 ele passa a dar aula na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia – UFBA, na Escola de Comunicação e Artes da Universidade São Paulo – USP e no Conservatório Musical Souza Lima.
No final da década de 80 é convidado para tocar em Berna (Suíça), para apresentação na Feira de Música Brasileira. Após essa apresentação é convidado para tocar em Luneburg (Alemanha) e depois retorna ao país. Logo na chegada é influenciado a montar uma banda que formou com Baú (guitarrista), Ivan Bastos (Baixo) e Gilmar Gomes (Percussão).
No cinema o artista trabalhou compondo trilhas sonoras. Em parceria com Baú Carvalho, fez a trilha sonora do curta metragem Tocador de Ilusões, de Lula Oliveira (1997) e em parceria com Roberto Barreto, André T e Alexandre Lins a trilha sonora de O Trampolim do Forte, de Rodrigo Mattos (2010).
Serviço:
O Quê: Lançamento do Cd “A Arte de Lorimbau”.
Onde: Teatro Sesc – Rio Vermelho.
Quando: 17/11.
Horas: 20h.
Quanto: R$ 5 (cinco reais).
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