12/11/2010

Matilde Matos lança livro sobre os 50 anos de arte na Bahia

Matilde Matos lança livro sobre os 50 anos de arte na Bahia

A edição com 399 páginas, ilustrada, bilíngüe e com projeto editorial de Fernando Oberlaender, tem o apoio da Secretaria de Cultura do Estado através do Fundo de Cultura da Bahia.

Um panorama das artes plásticas produzida na Bahia desde 1945 é tema do livro 50 anos de Arte na Bahia, escrito pela crítica de arte, curadora e artista, Matilde Matos, com projeto do artista plástico Fernando Oberlaender e apoio para realização da Secretaria de Cultura do Estado – SecultBA, através do Fundo de Cultura da Bahia. O livro será lançado no Palacete das Artes, no dia 18 de novembro, às 19h e contará com a presença da classe artística baiana e com a presença especial da própria Matilde Matos que completou em 2010, 84 anos.

“Sinto-me numa situação espetacular, eu na posição de secretário de Estado poder apresentar a obra de Matilde Matos, que, há 50 anos, nos mostra com olhares múltiplos e generosos, a obra de artistas baianos.

Matilde sempre esteve atenta à diversidade e anteviu o que talvez ainda não estivesse presente, mas já estava apontado, na obra inicial de jovens artistas. E Matilde, crítica, sempre acompanhou esses vários caminhos, sinalizando novas possibilidades do desenvolvimento de cada célula”, declara o secretário de Cultura do Estado, Márcio Meirelles.

“Em textos curtos, para dar lugar às imagens, expresso minha visão dos acontecimentos que influenciaram a trajetória da arte visual desenvolvida na Bahia a partir da introdução do Modernismo, e dos artistas que se destacaram nas respectivas décadas, com o sentimento que me despertaram então. Gostaria de ter incluído outros artistas, mas faltou espaço”, afirma Matilde Matos.

O livro foi escrito em dois anos, e coube a Matilde fazer uma análise desses artistas, escrevendo novos textos, muitos deles com base nas antigas publicações que realizou na época que escrevia como crítica de arte para o extinto Jornal da Bahia. O ex-editor do jornal, João Falcão assina a apresentação do livro.

“Apresentar a autora Matilde Matos é para mim um privilégio, tendo em vista que a trajetória de sua vida tem interfaces com a minha trajetória de jornalista, tendo sido ela uma das primeiras colaboradoras do Jornal da Bahia com a coluna de crônicas, ‘A cidade e as gentes’ escrita com muita sensibilidade. Matilde, dotada de espírito empreendedor, aliou ao colunismo à crítica sobre a arte visual produzida na Bahia”, escreve Falcão.

A publicação – com texto bilíngüe (português – inglês), 399 páginas e ilustrado, o livro permeia a história das artes visuais na Bahia a partir da década de 1945 até a data atual, indicando, a partir de olhares da artista, os principais movimentos artísticos e dentro dele, os principais artistas.

Alguns dos artistas citados são: Mario Cravo Jr., Genaro de Carvalho, Jenner Augusto, Lygia Sampaio, Carybé, Hansen Bahia, Juarez Paraíso, Juraci Dórea, Calasans Neto, Eckenberger, Chico Liberato, Sante Scaldaferri, Edílson da Luz, Bel Borba, Mario Cravo Neto, Guache Marques, Sergio Rabinovitz, J. Cunha, Babalu, Viga Gordilho, César Romero, Ramiro Barnabó, Fernando Oberlaender, Leonel Mattos, Caetano Dias, Ayrson Heráclito, Domingos Terciliano, Giovana Dantas, entre outros.

“Tivemos referência dos textos publicados na época do Jornal da Bahia, então Matilde olhou para o passado e produziu novos textos. Esse livro não é e nem deverá ser visto como uma bíblia sobre as artes visuais na Bahia, ele é apenas um olhar de Matilde Matos, crítica de arte, sobre 50 anos de arte produzida aqui.

Então existem outros artistas que não estão no livro, mas que são também importantes e reconhecidos no cenário baiano”, explica o idealizador do projeto e o responsável gráfico do livro, o também artista plástico Fernando Oberlaender.

O galerista Fábio Pena Cal fica feliz com a produção do livro. “Ter um livro dedicado às artes plásticas na Bahia e escrito por Matilde Matos, é algo imprescindível para não só o registro de nossa história, como é fundamental para reposicionar o mercado de arte da Bahia, pois o mercado de arte de uma forma geral, não consegue absorver e corresponder à altura de todos os bons artistas e suas respectivas produções”, afirma.

A diretora de Artes Visuais da Fundação Cultural do Estado – FUNCEB, unidade vinculada à Secretaria de Cultura, Luciana Vasconcelos, pontua a produção do livro como uma importante contribuição para a Bahia. “A Fundação Cultural da Bahia já vem reconhecendo a importância de Matilde Matos para o desenvolvimento das Artes Visuais da Bahia, ao homenageá-la nos editais de montagem e curadoria de exposições que levam seu nome, desde 2007.

O livro, além de ser uma fundamental contribuição para o registro do patrimônio artístico da Bahia, servirá como importante instrumento de reflexão sobre a produção em artes visuais no estado, nos últimos anos”, conclui.

Matilde Matos – Com 84 anos completos em 2010, a artista plástica, curadora e crítica de arte, Matilde Matos é referência quase que unâmine quando se fala em artes visuais na Bahia.

Matilde Matos tem extenso currículo devotado à arte: curadora de inúmeras exposições, tanto em Salvador como fora da cidade, a autora destacou-se como crítica de arte escrevendo colunas no Jornal da Bahia, Jornal Bahia Hoje e na Revista Soterópolis. É colaboradora da revista bilíngüe, Southward Art, editada em Buenos Aires e divulgada nas três Américas.

Em maio de 2006, foi homenageada pela Associação Brasileira de Críticos de Arte por sua contribuição à crítica, à arte e à cultura brasileira, em uma cerimônia no SESC, em São Paulo.

Seu trabalho vem, desde sempre, servindo como registro e instrumento crítico das Artes Visuais no estado. Autora dos livros: “Fernando Oberlaender – Pintura e Tradução Poética” (2001) e “A Cidade e as Gentes” (2004), Matilde escreveu, ainda, os prefácios dos volumes “100 Artistas da Bahia” (1999), “+ 100 Artistas da Bahia” (2001), editados pela Galeria Prova do Artista; o prefácio do livro “Casa Tempo” de Sonia Rangel (2005) e texto para “A Obra de Juarez Paraíso” (2006).

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