05/11/2010

Pai do “ócio criativo”, Domenico De Masi leva 1.500 pessoas para o Teatro Castro Alves



O sociólogo italiano ministrou palestra sobre “Criatividade, Empreendedorismo e Inovação”, na noite de ontem (4)

Como fazer para transformar o seu trabalho em ‘ócio criativo’ e, assim, ser mais empreendedor e mais inovador frente ao mercado cada vez mais competitivo? Quais são os valores mais importantes da sociedade atual, pós-industrial, que norteiam o mercado de trabalho? E os desafios da próxima década, quais são eles?

Atrás de respostas para essas e outras perguntas, cerca de 1.500 pessoas lotaram a Sala Principal do Teatro Castro Alves, na noite de ontem (4), para ouvir os “conselhos preciosos” do “pai” do “ócio criativo”, aquele que é considerado um dos mais influentes pensadores da atualidade, o sociólogo italiano Domenico De Masi.

Com apresentação de Jorge Portugal, De Masi, que esteve em Salvador pela última vez em 2005, voltou à capital baiana, a convite do Sebrae Bahia, para ministrar uma palestra inédita, sobre “Criatividade, Empreendedorismo e Inovação” para uma plateia de empresários, dirigentes de entidades, de empresas, de sindicatos e do terceiro setor, gestores públicos, empreendedores, universitários e demais interessados no tema.

“Essa é uma oportunidade única, pois Domenico De Masi é um dos mais importantes pensadores, em âmbito mundial, dentro do campo da criatividade humana, portanto, devemos explorar ao máximo e aprender com as idéias, além de aplicá-las dentro da realidade baiana”, pontuou Edival Passos, superintendente do Sebrae Bahia.

Para o sociólogo, a sociedade atual privilegia valores como a estética, a emotividade e a subjetividade, por isso, fez um alerta: “as empresas costumam não apostar em trabalhadores emotivos, e erram ao fazer isso”. Segundo ele, essas pessoas possuem grande capacidade criativa. Ainda de acordo com Domenico, o ideal é que as empresas sejam compostas por “grupos criativos”, aqueles compostos por pessoas emotivas, os “fantasiosos”, que vão trazer novas idéias, e racionais, “os concretos”, que vão executá-las.

“Uma pessoa para ser considerada ‘criativa’ é exatamente aquela que fantasia, propõe novas idéias, e que também consegue executar essas idéias, colocá-las em práticas”, frisa Domenico De Masi. Para ele, Caetano Veloso e Oscar Niemeyer são exemplos de pessoas criativas.

Além de abordar as suas conhecidas teorias sobre a sociologia do trabalho, com enfoque na mais famosa delas, defendida em seu best-seller, “Ócio Criativo” (Editora Sextante, 20000), De Masi pontuou suas impressões sobre Salvador, cidade que gosta e admira: “Notei que Salvador possui mais ‘arranha-céus’ do que há cinco anos, e acho isso muito perigoso, pois é uma clássica influência da cultura americana”; e disse que o Brasil é o país do futuro, porém, faz um alerta: “O Brasil precisa, porém, encontrar um jeito brasileiro de continuar se desenvolvendo”.

Domenico De Masi - Domenico de Masi é professor da Cátedra de Sociologia do Trabalho na Universidade La Sapienza de Roma; Fundador e diretor científico da S3 Studium SRL, uma sociedade de consultoria, pesquisa e formação em Comunicação; Presidente da Fundação Ravello.

Foi reitor da Faculdade de Ciência da Comunicação na Universidade La Sapienza de Roma; Presidente da reserva ambiental Parco Nazionale Del Cilento e Del Vallo de Diano (Província de Salerno, Itália); Presidente nacional do Instituto Nacional de Arquitetura (In/Arch); Presidente da Associação Italiana de Fromação (AIF); Presidente da Sociedade Italiana Teletrabalho (SIT); Gerente diretor da empresa Finsider, CMF-Finsider, Ifap - Centro Iri para o Estudo das Funções Diretivas Empresariais) e consultor de algumas das maiores empresas italianas.

Agora se dedica a lecionar na Universidade, à formação e à pesquisa sócio-organizativa em algumas das maiores empresas italianas e brasileiras.
Dirige a revista Next - Instrumentos para Inovações e colabora com importantes jornais italianos.

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