Tradicional bloco afro do Carnaval terá como atração o grupo baiano Opanijé e a cantora bresiliense Ellen Oléria.
Engana-se quem pensa que não há inovação no desfile dos blocos mais tradicionais do Carnaval de Salvador. Sem perder os elementos herdados da matriz africana, blocos afro e afoxés estão conectados com os novos ritmos e sons produzidos pelas periferias brasileiras e trazem novidades para o desfile do Carnaval 2011.
A grande promessa deste ano é o desfile do Okanbí, tradicional bloco nascido do Engenho Velho de Brotas, em 1982. Duas revelações da música negra atual animarão os dois dias de desfile do bloco, na segunda e terça-feira, no circuito Osmar (Campo Grande): O grupo de RAP baiano Opanijé, que mistura samplers e batidas eletrônicas ao som de berimbaus, instrumentos percussivos e cânticos do candomblé, e a cantora brasiliense Ellen Oléria, que traz, em sua voz e violão, o swing de gêneros da black music, como o funk, samba, soul e hip hop.
Dentro do acervo da música negra brasileira que ganha o swing de Ellen Oléria estão: Gilberto Gil, Jorge Ben, Sandra de Sá, Tim Maia, Jovelina Pérola Negra, entre outros.
“Essa parceria é a cara do Carnaval de Salvador. Além dos ritmos negros que nos unem, Ellen Oléria traz letras engajadas, que tratam de temas que nos interessam”, destaca Lázaro Erê, vocalista da banda Opanijé. O grupo é formado por Lázaro, que também cria as letras, Rone Dum Dum, voz e letras, Dj Chiba, nas pick-up's e Bell Prata na percussão.
O nome Opanijé, além de se referir a um toque sagrado do candomblé, dedicado ao Orixá Omolú, é a sigla da expressão Organização Popular Africana Negros Invertendo o Jogo Excludente. Nos dois dias, os artistas convidados tocarão juntos com a Ókánbí Afro Pop, comandada pelo músico Jorjão Bafafé.
“Tanto o rap como a música dos blocos afro têm em comum a forte batida percussiva. Essa mistura já devia ter acontecido”, afirma o vocalista, prometendo muito animação para os associados do Okanbí e o folião que seguir o bloco. “Estamos preparando algumas versões de músicas do Carnaval baiano, como as canções do Ilê Aiyê”, adianta.
O Okanbí é uma das 137 entidades de matriz africana que integram o Carnaval Ouro Negro, programa de fomento da Secretaria de Cultura do Estado/SecultBA, que este ano investiu R$5 milhões, distribuídos entre afoxés, blocos afro, de samba, de índio, de reggae e de percussão. Para ver a lista completo das entidades, acesse: www.carnavalouronegro.ba.gov.br
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