Blocos femininos ganham destaque no Carnaval 2011 graças ao Dia da Mulher, que coincidirá com a terça-feira de Carnaval
No Carnaval que homenageia a percussão e que acontece na semana do Dia da Mulher (08 de março), os grupos formados por percussionistas mulheres terão grande destaque.
São entidades de matriz africana que integram o Carnaval Ouro Negro, programa de fomento da Secretaria de Cultura do Estado/SecultBA, que este ano investiu R$5 milhões, distribuídos entre 137 agremiações, entre afoxés, blocos afro, de samba, de índio, de reggae e de percussão.
É o caso do bloco afro A Mulherada, do Centro Histórico de Salvador. Criado em 2001, o bloco feminino é originário do Espaço Cultural Kallundu, que desde 1994 realiza atividades de valorização da mulher. Nesta quinta-feira, a partir das 20h, 150 percussionistas e 200 dançarinas do grupo farão a festa de abertura do Carnaval, no Campo Grande, logo após a entrega da chave da cidade ao rei Momo.
O tema do bloco este ano é A percussão no feminino. Além do Circuito Osmar na quinta-feira, A Mulherada desfila domingo e terça no circuito Dodô (Barra-Ondina).
Gandhy- O grupo de percussão que abrirá o Carnaval desta quinta, no Campo Grande, terá como reforço 50 percusionistas do afoxé As Filhas de Gandhy, outro bloco de mulheres que vai comemorar o Dia da Mulher nas ruas. A versão feminina do mais tradicional afoxé do Carnaval foi criada para atender a vontade das mulheres e filhas dos integrantes do Filhos de Gandhy.
No sábado, as Filhas de Gandhy saem da sede do bloco, localizada no Pelourinho, em direção ao Campo Grande. Tanto na segunda-feira, no circuito Dodô, como na terça-feira, no circuito Osmar, o afoxé feminino desfilará logo após o afoxé Filhos de Gandhy. No dia 08 de março, elas preparam um grande desfile que terá como convidada especial uma cantora baiana, cujo nome ainda não foi revelado. Além disso, o afoxé se apresentará no Largo Tereza Batista, no Pelourinho, às 20h, do dia dedicado às mulheres.
Didá - Se o tema é percussão, o nome mais lembrado neste Carnaval será o do Mestre Neguinho do Samba, que faleceu em 2009, deixando para a música baiana importantes criações, o samba-reggae e o bloco e banda Didá, ambos formado exclusivamente por mulheres.
Com agenda cheia durante todo o Carnaval, as percussionistas da Didá participam nesta quinta-feira, da abertura do Carnaval do Pelô, junto com centenas de músicos no show intitulado Batuques no Pelô. Além de animar o bloco no sábado e na segunda, na Avenida, a banda Didá foi convidada por estrelas do Axé Music para animarem o Carnaval da Barra.
Assim, elas estarão na sexta no camarote do Nana, no sábado, junto com Carlinhos Brown, em seu camarote andante, e na terça-feira, com Claudia Leite, no mesmo dia em que a cantora receberá a apresentadora Hebe Camargo em seu trio. O Carnaval da banda Didá será encerrado com um grande show na terça-feira, às 22h, no Largo do Pelourinho.
Senegal - Em 2011, a Didá homenageará as Mulheres do Senegal, trazendo para a avenida a história das guerreiras senegaleses que têm a luta como esporte e prática cultural. A presidente do bloco, Viviam Queiroz, comemora o patrocinío que o bloco recebeu de um banco privado, que complementará o valor oferecido pelo Programa Ouro Negro/SecultBA.
“Graças a esse recurso, foi possível estruturar nossas alas, que trarão 50 máscaras africanas gingantes, belos figurinos, e a força da nossa percussão, formada por 80 mulheres percussionistas”, destaca. Mais uma vez, o Mestre Neguinho do Samba será lembrado:
“Ele foi o grande precursor dessa mutação da cidade por meio da percussão. Ele não criou o samba reggae com foco apenas no palco, mas para a vida das pessoas, para possibilitar inclusão social e cidadania”, ressalta Viviam Queiroz.
Outras entidades de matriz africana que garantem a presença feminina no Carnaval, como o bloco afro Dandara e os afoxés Ilê Oyá e Filhas de Olorum também integram o Carnaval Ouro Negro. Para ver a lista completo das entidades, acesse: www.carnavalouronegro.ba.gov.br
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