Um dos momentos mais tradicionais do Carnaval baiano, a saída do Ilê Aiyê mais uma vez reuniu uma multidão de soteropolitanos e turistas no Curuzu, bairro da Liberdade, neste sábado (18). Com os cânticos ancestrais, banho de pipoca e pombas brancas, o Ilê foi abrindo os caminhos e abençoando os presentes.
Pela segunda vez na história do Ilê, a cerimônia de saída do bloco afro foi comandada por Hildelice Benta dos Santos, em substituição a Mãe Hilda dos Santos, falecida em 2009. Pouco antes das 22h, os tambores do Ilê ecoaram pelas ruas do bairro mais negro do Brasil, ao som de "Que bloco é esse?”.
Depois que a batucada começou, a ala de canto, durante todo o percurso, foi acompanhada em coro pelo público. No repertório, clássicos do bloco como "Por amor ao Ilê", "Ilê de Luz", "Coisa de Nego", "Corpo Excitado", "Pérola Negra" e "Negrume da Noite".
Com muito colorido, riqueza musical e força étnica, o Ilê Aiyê, que comemora 38 anos de existência, desfilou pelas ruas do Curuzu/ Liberdade e seguiu para o centro da cidade, do Campo Grande até a Praça da Piedade. Um dos destaques do bloco é a Deusa do Ébano, cargo ocupado este ano pela funcionária pública Edjane Nascimento, 27 anos.
Considerado o principal bloco afro da Bahia, o Ilê Aiyê, que é patrocinado pelo Itaú, leva para as ruas neste Carnaval o tema "Negros do Sul - lá também tem, homenageando a diversidade racial do país e mostrando que mesmo no Sul, região de maioria branca, também há espaço para a cultura afro. O Ilê desfila ainda na segunda (20), no Campo Grande, às 17h30, e na terça (21), no Pelourinho, às 18h15.
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