A estação mais fria do ano exige cuidados especiais para portadores de doenças como rinite, asma e DPOC, dentre outras.
Durante o inverno o atendimento nas unidades de emergência e as internações hospitalares aumentam entre 30 a 50% no Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Para abordar esse tema, Salvador vai sediar, no próximo dia 2 de agosto, o I Simpósio de Doenças de Inverno, na sede da Associação Bahiana de Medicina – ABM (Rua Baependi, 162, Ondina). A promoção é do Serviço de Pneumologia do Hospital Santa Izabel, sob a coordenação do médico Guilhardo Fontes Ribeiro. O tema principal do encontro será a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).
O evento cientifico é aberto a todos os médicos interessados no tema e conta com o apoio da Boehringer Ingelheim e da Bayer. Inscrições gratuitas e limitadas: telefone (71) 2203-8367 (das 7 às 14h) ou pelo e-mail pneumohsi@scmba.com.br
“As infecções no inverno são mais preocupantes nos idosos e crianças, em função de alterações do sistema imunológico, particularmente na população de baixa renda,” esclarece o pneumologista Guilhardo Fontes.
A estação mais fria do ano exige cuidados especiais nos pacientes portadores de doenças crônicas respiratórias, como a asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), no passado conhecida como bronquite e enfisema pulmonar. Neste período, ocorre a chamada inversão térmica, onde a poluição não se dissipa para a atmosfera e permanece em baixa altitude agravando e precipitando crises nos pacientes portadores de doenças pulmonares crônicas.
O uso freqüente da automedicação, principalmente com antitérmicos, anti-inflamatórios, descongestionantes e analgésicos, pode mascarar o quadro clínico de muitas destas doenças, retardando o diagnóstico, além de poder desencadear efeitos colaterais graves. Segundo a OMS, 23% das internações hospitalares no Brasil são relacionadas ao uso inadequado de medicamentos, duas vezes mais que a estatística mundial, que é de 10% .
“Prevenir não é só melhor que remediar, mas é mais vantajoso. Então, se você antecipa o diagnóstico e inicia o tratamento mais precocemente, o resultado é sempre mais eficiente e mais barato que o tratamento em estados mais avançados. Infelizmente, não é o que ocorre na pratica diária, especificamente na população carente que carece de informação e acesso fácil ao médico especialista,” explica o pneumologista Guilhardo Fontes.
DOENÇAS DO INVERNO
1- Doenças Alérgicas
Rinite - manifesta-se com coriza, espirros, obstrução nasal. Aproximadamente um terço da população sofre com esta doença principalmente no inverno. São fatores desencadeantes destas doenças as mudanças bruscas de temperatura, umidade, mofo comum nesta época do ano. Cheiro ativos (produtos químicos), fumaça de cigarro, poluição ambiental são também fatores agravantes em qualquer época do ano.
Asma - acomete 20 milhões de brasileiros, sendo registrado pelo DATASUS 160 mil internamentos. A doença se caracteriza pela dificuldade de respirar, aperto no peito, tosse que surge principalmente à noite e tem característica de recorrência, além de ser também desencadeada pelos fatores ambientais já citados e fatores emocionais, semelhante à rinite. Quase 90% dos portadores de asma têm rinite e 40% dos pacientes portadores de rinite grave têm ou poderão ter asma se não tratados. Na verdade a asma e a rinite são doenças inter-relacionadas.
2- Doenças infecciosas
Amigdalite- inflamação que acomete as amígdalas (órgão de defesa), aquelas “bolinhas” que ficam no fundo da garganta, próximo a base da língua. Os sintomas são dor na garganta ao engolir, febre, mau hálito, aumento dos gânglios do pescoço, que podem ser causados por vírus ou bactérias.
Otite - dor no ouvido habitualmente ocasionada por vírus e bactérias que inflamam a garganta ou seios nasais e que migram para o ouvido.
Bronquite aguda - inflamação dos brônquios causada por vírus ou bactérias que causam tosse com eliminação de catarro, desconforto torácico ao tossir e febre na maioria dos casos.
Pneumonia- infecção aguda do pulmão causada por vírus, bactérias e fungos, geralmente precedida por uma gripe ou bronquite. Apresenta tosse com catarro, dor torácica, que às vezes piora com a respiração, febre, calafrios e falta de ar proporcional a extensão da pneumonia. De acordo com o DATASUS, são estimados 2,1 milhões de casos de pneumonia no Brasil anualmente, considerada a maior causa de internação hospitalar, somando 900 mil pacientes por ano.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO DAS DOENÇAS DE INVERNO
Alimentação - deve ser dentro do possível saudável, com frutas e verduras
Hidratação – beber bastante líquidos para evitar ressecamento da mucosa, pois este, diminui a resistência às infecções.
Atividade física – o exercício físico regular ajuda a reduzir o stress e fortalece o sistema imunológico.
Uso regular de agasalhos para evitar mudanças bruscas de temperatura, particularmente nas pessoas portadoras de doenças alérgicas.
Evitar aglomerações de pessoas, principalmente em ambientes fechados, pois os vírus estão mais ativos e se disseminam com maior facilidade nesta época fria do ano.
Lavar as mãos freqüentemente e levar na bolsa álcool gel para usar após usar transporte coletivo, carrinhos de supermercados ou cumprimentar pessoas nas ruas.
Vacinação contra gripe e pneumonia, principalmente os idosos, crianças e portadores de doenças crônicas.
Antes do inverno os portadores de asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) devem procurar o seu médico para ajuste de doses dos medicamentos e orientações para casos de crises.
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