12/08/2012

Concerto ao Amado Amar leva público do Pelourinho ao delírio


Um verdadeiro time de artistas realizou ontem (11), pela segunda noite consecutiva, uma belíssima homenagem ao maior contador de histórias da Bahia, Jorge Amado. Se estivesse vivo, o escritor que tão bem soube retratar a Bahia sendo por muito tempo o autor brasileiro com maior quantidade de livros traduzidos no mundo, completaria 100 anos e o seu centenário foi muito bem lembrado com homenagens em todo o Estado.

Na noite de sexta, no Teatro Castro Alves, e ontem, no Pelourinho, o Concerto ao Amado Amar, que reuniu os cantores Alexandre Leão, Ana Mametto, Carla Visi, Claudia Cunha, Gerônimo, Luiz Caldas, Manuela Rodrigues, Moraes Moreira, Roberto Mendes e Saulo Fernandes além da Orquestra Sinfônica da Bahia, com direção artística de Carlos Prazeres e direção musical de Luciano Calazans, emocionou baianos e turistas.

“Decidimos romper a barreira do preconceito e aceitar o desafio de levar orquestra e música clássica para o Pelourinho. Aqui neste lugar está concentrada boa parte da narrativa das obras de Jorge amado. Foi aqui que ele teve inspiração para escrever alguns dos seus livros. Nada mais justo que este lugar e este público façam parte e prestem as suas homenagens ao grande escritor”, disse Albino Ruim, Secretário da Cultura da Bahia (SecultBA).

“Estamos na expectativa da aproximação da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) com o povo. Do popular com o erudito. Esse evento deve ser apreciado como um remédio para a alma. Ontem cantamos no TCA e hoje cantaremos na casa de Jorge Amado, no Pelourinho, lugar que ele retratou como sendo a cara da Bahia”, disse o cantor Gerônimo, que teve a opinião compartilhada com os cantores Alexandre Leão e Carla Visi.

Antes de iniciar a sua apresentação, a cantora Ana Mametto foi só elogios ao Centro Histórico. “Amo tanto o Pelourinho, que faço aqui a minha festa. É um prazer cantar aqui para Jorge Amado. Ninguém nos retratou de uma forma tão original quanto ele”, disse a cantora.

“Estou honradíssimo em fazer parte dessa grandiosa homenagem a Jorge Amado, com várias gerações de cantores e junto com a OSBA. Jorge é o representante literário do povo. Neste concerto, o povo se depara com o que é sublime, espiritual e verdadeiro. Tenho certeza que Jorge estará aqui”, poetizou o cantor Saulo Fernandes.

Muito emocionado após a apresentação, o maestro Carlos Prazeres falou da importância do escritor para a sua vida. “Perdi meu pai na mesma época em que lia o livro Quincas Berro D’Água e foi muito difícil aceitar a morte do meu pai”, disse o maestro que está há um ano e meio à frente da OSBA.

E não foram só os cantores que elogiaram a iniciativa da SecultBa que contou com o apoio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI). O casal de franceses Christine e Pierre Julies também exaltou a apresentação. “Muito boa essa mistura de música clássica com a música brasileira. Nunca esperamos encontrar isso aqui no Pelourinho. Li o livro Dona Flor e seus Dois Maridos e estou me sentindo dentro da história. Isso aqui é muito místico”, contou o casal.

Para finalizar a aclamada apresentação, todos os cantores subiram ao palco para cantarem juntos as músicas que tão bem retratam as obras de Jorge Amado: A Luz de Tieta e Gabriela, sob o coro do público. “É lindo ser baiano. Dá um orgulho retado e isso não é história de Caetano não!”, comemorou o cantor Saulo Fernandes, ao deixar o palco.


Mais música

HOJE (12), quem quiser curtir o Dia dos Pais no Pelourinho terá como opção o som percussivo dos tambores do OLODUM. O ensaio da banda cartão-postal do Pelourinho começou às 16h, no Largo Pedro Archanjo.

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