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07/11/2012
Celo Costa lança projeto de circulação do CD Silêncio Vizinho
Músico se apresenta em novembro nas cidades de Amargosa, Jacobina, Brejões e Salvador.
Música de qualidade com apresentações gratuitas, abertas ao público e ao ar livre. Essa é a proposta do cantador, compositor e multiinstrumentista Celo Costa ao lançar, durante o mês de novembro, o projeto de circulação do seu mais recente trabalho, o CD Silêncio Vizinho. A proposta do programa é percorrer cidades do interior baiano, além da capital, divulgando sua música e instrumentalidade peculiares.Contemplado no edital de demanda espontânea 2011 do Fundo de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT), as apresentações acontecem, respectivamente, nas cidades de Amargosa (09), Brejões (10), Jacobina (24) e Salvador (30).
De acordo com o músico, a escolha das cidades tem um significado importante e especial para seu trabalho. “Em Amargosa, já desenvolvemos um trabalho social através da música desde o ano passado, ajudando famílias de baixa renda a melhorar a vida de jovens em situação de risco através da musicalidade. Em Jacobina, há um movimento universitário muito forte e, como acredito que a música ajuda a formar cidadãos, tenho muito interesse em trabalhar com este público. Já em Brejões, onde já realizei shows, percebo a possibilidade de movimentar a região através de iniciativas sociais e musicais que tragam oportunidade para a juventude local”, afirma Celo Costa.
O objetivo de tornar itinerante o lançamento de seu CD vem do desejo de divulgar um trabalho diferenciado, no sentido de não ter a obrigatoriedade do retorno comercial nos processos que envolvem a criação e divulgação do mesmo. “Este álbum guarda a dedicação e doação de muitos profissionais amigos”, declara o músico.
Nas apresentações, o artista interpretará as músicas do seu novo CD e canções de toda a sua trajetória musical, marcadas por composições e arranjos extremamente simples, que contrastam harmonias dissonantes, ritmos populares e doces melodias. “Não abrimos mão da presença do espírito cancioneiro, figura que, mesmo sendo nata da cultura popular brasileira, anda apagada e esquecida”, explica.
Educação Musical
Além das apresentações nas cidades, como atividade de formação, Celo Costa ministrará um curso de apreciação musical, intitulado O Som Nosso de Cada Dia, para até 30 jovens da rede pública de ensino. “A proposta é ajudar esses jovens a entenderem como é feita a música, saber como é produzido o processo de criação de arranjos, letras e melodias”, afirma Celo Costa.
O projeto combina com sua proposta de utilizar a música como instrumento de transformação. “De modo amplo, independente de estilos, observamos que a produção de qualquer obra artística exige uma concentração específica, uma dedicação direcionada, ou seja, uma ligação muito forte com a palavra e o som, linguagens que, se bem combinadas, podem gerar um importante instrumento de sensibilização, compreensão e educação para as pessoas”, revela o cantor.
Sobre as produções musicais de massa, Celo acredita que elas tendem a dar pouca ou quase nenhuma atenção à construção poética, história, ética ou cultura em seus produtos. “Observamos mudanças profundas nas relações de comercialização da música, o que afeta fortemente o senso crítico e a apreciação semântica tornando a música, em algumas ocasiões, um entretenimento vazio”, afirma.
Sobre o CD
“Silêncio Vizinho” é o mais recente trabalho de um autêntico representante da nova geração da música popular brasileira: Celo Costa. Com influências de Chico Buarque, Cartola, Lenine e Roberto Mendes, entre outros, as onze faixas compostas pelo artista trazem vivências musicais do sertão, da música afro e do universo erudito europeu herdados de sua vivência acadêmica.
No CD, gravado e produzido pelo próprio cantor em Salvador e no Rio de Janeiro, os destaques ficam por conta das composições e dos arranjos extremamente simples, contrastando harmonias muito rítmicas com doces melodias. A canção que deu nome ao CD foi composta em meio às gravações onde Mariene de Castro, talentosa cantora baiana e vencedora de importantes prêmios de música, interpreta a canção acompanhada por Celo Costa ao violão e Cicinho de Assis no acordeon.
Sob o ponto de vista do artista, neste novo disco reúnem-se vários silêncios. “Tantos meus e de tantos que amo. Silêncio de tempos distintos, de quando ainda não sabia que todos os silêncios são uma espécie de ventre. Estão aqui, até aqui, todos os meus ‘eus’ antigos parindo o ‘eu’ de agora”, explica o artista.
Sobre o artista
Cantador, compositor, instrumentista, poeta e ator, Celo Costa é parananese de nascimento (da cidade de Umuarama-PR) e baiano de alma e coração. Com quase treze anos de carreira, ele reúne mais de 300 músicas próprias e tem os ingredientes para ir muito além. Seus companheiros inseparáveis são o violão, a viola de dez cordas e a sanfona.
Por ter sido criado no interior (na cidade de Santa Maria da Vitória, oeste baiano) e vindo para Salvador para graduar-se em Música pela UFBA, Celo absorveu distintas influências, principalmente da cultura urbana baiana. Por isso seu trabalho dialoga em universos múltiplos, não restritos ao regionalista apenas, como ficou mais conhecido.
A regionalidade, contudo, permanece involuntária em ferramentas como a instrumentação e as letras das músicas, que trazem expressões do dialeto cotidiano do oeste baiano. “Reconheço essa característica que se revela até como parte do meu figurino (chapéu e sandália de couro), mas quero valorizar cada vez mais a fusão de influências que moldam minha música. Não há como esconder o metabolismo de influências erudita, acadêmica e popular da cultura urbana baiana. Estou em consonância com a modernidade em termos técnicos, que usufrui de samplers e tantos outros recursos das produções fonográficas contemporâneas. Por isso, não tenho como me restringir apenas ao regional”, declara Celo Costa.
O trabalho do artista já pôde ser conferido na Europa, onde realizou uma turnê de três meses em 2003, passando pela Itália, Suíça e França. Nesta última, participou de um festival de acordeonistas na cidade de Tulle, apresentando-se também em uma das casas de espetáculos mais famosas de Paris, Favela Chic. Celo já se apresentou com artistas como Dominguinhos, Xangai, Armandinho, Roberto Mendes, Chico César e Alceu Valença.
Locais e datas das apresentações:
Amargosa - 09/11 - 20h - Espaço Nordeste
Brejões - 10/11 - 20h - Quadra de Esportes
Jacobina - 24/11 - 18h - Anfiteatro da Missão
Salvador - 30/11 - 20h - Centro de Cultura Plataforma
Formação musical dos shows de circulação:
Voz, sanfona, viola e Violão: Celo Costa
Guitarra e viola: Julio Caldas
Percussão: Ricardo Hardman
Percussão:Ferreti
Flauta, Barito e Sax: Kiko Souza
Baixo: André Tigana
Ficha técnica do CD:
Produzido por: Celo Costa e Richard Meyer
Concepção Musical: Celo Costa
Direção Musical: Celo Costa
Administração do projeto: Fátima Falcon
Produção Executiva: Fátima Falcon
Direção Artística: Celo Costa e Richard Meyer
Arranjos: Celo Costa e Barulio Barral (Afago da Distância), Leonina (Celo Costa e Pedro Moraes), demais músicas Celo Costa
Técnicos: Richard Meyer, Bráulio Barral, Zeca Sous, Ivo Conceição e Drix
Mixagem e Masterizão: Richard Meyer
Projeto Gráfico: Danilo Watanabe
Fotos: Eduardo Ravi
Figurino: Fátima Falcon e Eduardo Ravi
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