30/01/2016

DIVERSIDADE DE RITMOS E ESTILOS GARANTE FOLIA DEMOCRÁTICA NO CARNAVAL DA CULTURA



Mais de 360 artistas e grupos se apresentam nos projetos Carnaval do Pelô, Ouro Negro e Pipoca


Serão 15 grandes shows no palco principal do Largo do Pelourinho, montado em frente à Fundação Casa de Jorge Amado. Crédito: Almir Santos


Diversidade de ritmos, estilos e expressões retratam os mais de 360 diferentes artistas, grupos e entidades culturais que dão vida ao Carnaval da Cultura 2016. No ano em que o Carnaval do Pelô homenageia o centenário do primeiro samba gravado no Brasil, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) apoia blocos afros, afoxés, de índios, de samba e de reggae, além de encontro de artistas, bandas de sopro e percussão, performances, palcos para shows e desfiles de chão, em apresentações gratuitas. Isso sem falar na criatividade dos microtrios e nanotrios, que são um convite à alegria sem cordas, para todos os públicos.

Para 2016, está previsto um investimento da ordem de R$ 11 milhões, destinado a quatro programas: Carnaval Ouro Negro, Carnaval do Pelô, Carnaval Pipoca e Outros Carnavais, que inclui a tradicional folia dos mascarados em Maragojipe. Juntos, eles mobilizarão cerca de 10 mil artistas em mais de 360 shows e performances artísticas. Realizado pela SecultBA, por meio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), o Carnaval da Cultura espalha-se pelos principais circuitos oficiais da festa em Salvador – Barra, Campo Grande e Pelourinho – e alcança também a cidade de Maragojipe, no Recôncavo Baiano. A programação promovida pelo Governo do Estado é um dos grandes diferenciais do Carnaval de rua e visa estimular e democratizar o Carnaval da Bahia.

“Essa homenagem ao samba é a inspiração central de nossa festa. Mas a diversidade deu nome à Bahia. Se você pensa em samba reggae, em marchinha, em frevo, em tudo aquilo que se adapta para o Carnaval, você vai ter um mosaico muito maior ainda de ritmos e expressões diferentes. E tudo isso é abraçado também pelo Carnaval da Cultura”, afirma o secretário de Cultura da Bahia, Jorge Portugal.


CARNAVAL DO PELÔ homenageia o centenário do primeiro samba gravado e abre espaço para pluralidade de estilos

Para homenagear o ritmo musical genuinamente brasileiro, o Carnaval do Pelô reunirá os grandes bambas da Bahia nos palcos dos Largos do Pelourinho, Tereza Batista, Pedro Archanjo e Quintas Berro D´Água, em uma grande festa que será aberta por Paulinho da Viola, Roberto Mendes e Samba Chula João do Boi na sexta-feira, 05 de fevereiro. Eles fazem o show Trajetória do Samba. Até a terça-feira de Carnaval, nomes como Riachão, Nelson Rufino, Juliana Ribeiro, Cacau do Pandeiro, Walmir Lima, Raimundo Sodré, Gal do Beco e Claudete Macedo homenagearão o ritmo musical genuinamente brasileiro.

“Quando eu digo samba, estou falando da gravação do primeiro samba, Pelo Telefone (Donga) porque o samba propriamente dito surgiu muito antes. Na verdade, o samba nasceu na Bahia, no Recôncavo Baiano. Ele foi levado para o Rio de Janeiro pelas três tias baianas. É um ciclo que fecha com algumas participações de conterrâneos e a expressão popular mais conhecida da nossa cultura – que é o samba e todos os seus desdobramentos, partido alto, pagode, samba-canção e bossa nova – tem essa raiz comum que é o Recôncavo Baiano. Então, essa homenagem é uma homenagem da Bahia, da Secretaria Estadual de Cultura e da alma profunda do secretário”, afirma Jorge Portugal.

Para além da homenagem, artistas e grupos dos mais variados estilos musicais se apresentam no Centro Histórico. Nomes como BaianaSystem, Lazzo Matumbi, Armandinho, Gerônimo, Scambo, IFÁ Afrobeat, Bailinho de Quinta, Larissa Luz, Diamba, Paula Lima, Peu Meurray, Ivan Huol, Ana Mametto, Ganhadeiras de Itapuã, Carla Visi, Márcia Short, Band´Aiyê, Zezé Motta e Adão Negro estão entre as atrações, que transitam pelos ritmos afro, afro pop, antigos carnavais, arrocha, axé, baile infantil, guitarra baiana, hip hop, orquestra, pop rock, reggae, samba.

No sábado, dia 06, Armandinho Macedo, Gerônimo Santana e Vânia Bárbara fazem o show Axé Música Forte, em uma noite que o público também irá se divertir ao som de Paulinho Boca, André Macedo e Cláudia Cunha. O samba pede passagem com a apresentação de Nelson Rufino, Juliana Ribeiro e Adão Negro. No domingo, dia 07, as Ganhadeiras de Itapuã sobem ao palco do Largo do Pelourinho ao lado de Zezé Motta e da cantora Aiace Félix, no show Toda Mulher é Chica da Silva. A noite contará, ainda, com shows de Alexandre Leão, Moreno Veloso e Targino Gondim, além do reggae de Dionorina.

As marchinhas, o carimbó e a animação de Bailinho de Quinta, Marcela Bellas e Felipe Cordeiro abrirão a festa na segunda-feira, dia 08. Na sequência, Ana Mametto, MagaryLord e Adelmo Casé fazem o show Multidão, Música e Alegria. A voz marcante de Lazzo Matumbi encerra a noite, ao lado de Tote Gira e Bagunçaço, com o Batuque do Coração. A terça-feira, dia 09, abre espaço para as inovações na música da Bahia, capitaneada por um de seus maiores expoentes nos últimos anos, a banda BaianaSystem, que tem feito grandes apresentações no Carnaval do Pelô. O público também irá se divertir na folia democrática ao som de Márcia Short, Aloísio Menezes, Nadjane Souza, I.F.Á Afrobeat, Band’Aiyê e Dão.

Serão 15 grandes shows no palco principal do Largo do Pelourinho, montado em frente à Fundação Casa de Jorge Amado. Além dos shows de abertura e encerramento – Paulinho da Viola e BaianaSystem, o credenciamento do Carnaval da Cultura selecionou 13 projetos compostos por três artistas, promovendo encontros musicais memoráveis e inusitados. Nas ruas do Centro Histórico, a animação será garantida por 22 grupos musicais – banda de percussão, bandão e bandinha de sopro e percussão – e 10 grupos performáticos. Juntos, eles valorizam a tradição dos antigos carnavais de rua e abrem alas na folia para os mais variados estilos musicais. “O credenciamento democratiza a festa, porque dá uma chance igual de trabalho a todos os músicos e artistas. Não tem indicação. É uma comissão especializada que faz a curadoria entre os projetos habilitados”, pontua Arany Santana, diretora do CCPI.

Uma das novidades deste ano é a inclusão da categoria Baile Infantil, que foi contemplada com quatro propostas, com repertório de músicas infantis e atividades recreativas para agitar a criançada que vem curtir o Carnaval do Pelô junto com as famílias. Os bailinhos acontecerão de sábado à terça de Carnaval, sempre às 15h30, no Largo Pedro Archanjo.

“As estrelas trazem brilho para nossa festa, mas o grande conteúdo do Carnaval da Cultura é poder ver de perto a excelência do trabalho dos artistas da terra. Nos cinco dias de programação, teremos quase 200 músicos só no palco principal, sem falar nas equipes técnicas; então é uma responsabilidade grande cuidar desse evento que é a grande vitrine de nossa produção musical, em sua diversidade”, remonta Arany. A programação do Carnaval do Pelô é inteiramente gratuita.

O processo de credenciamento do Carnaval 2016 selecionou 106 projetos através de uma curadoria composta pelo produtor musical, radialista e músico André Simões, o Andrezão, o radialista Cristóvão Rodrigues, os músicos Antenor Cardoso e Ademar de Andrade, o ator Fábio de Santana e a coordenadora de eventos do Centro de Culturas Populares e Identitárias da SecultBA, Thelma Chase. Os classificados participam dos projetos Carnaval Pipoca e Carnaval do Pelourinho.

O apoio da SecultBA é para o carnaval com atrações culturais voltadas para o folião que não veste abadá. Um carnaval da maioria, afinal o folião pipoca compõe o público majoritário do Carnaval de Salvador e, portanto, merece toda a atenção.


CENTENÁRIO DO SAMBA inspira decoração do Pelô

A arte no Carnaval da Bahia vai muito além da música e da dança. Transita também pelo universo das artes plásticas. Por isso, a homenagem aos 100 anos de Samba terá formas e cores traduzidas na decoração das ruas e largos do Pelourinho. O artista visual, designer e cenógrafo Ray Vianna assina o projeto, que tem como marco o centenário de gravação do primeiro samba no Brasil, Pelo Telefone, música composta por Donga. Personagens das diferentes vertentes do samba e instrumentos como violão, cavaquinho, pandeiro, marcação e notas musicais integram a decoração, que irá compor uma unidade colorida, alegre e vibrante. Foram utilizados 750m² adesivos, 220 m² de lonas, 220 folhas de compensado, 715 metros de nylon amassado e 66 refletores de luz para produzir a decoração, que contará também com 20 bonecos de 4,4 metros, representando personagens sambistas.

“Conceitualmente, procuramos mostrar a diversidade do samba. Ao mergulhar na pesquisa, encontramos um universo enorme a ser explorado, como os tipos de samba - samba de roda, samba chula, samba de breque, samba enredo, bossa nova - e os sambistas que podem ser a baiana do recôncavo, o cara de camisa listrada ou o destaque da escola de samba, dentre outros", afirma Ray Vianna. O artista foi o responsável pela criação da identidade visual da Timbalada, e por diversas obras que adornam espaços públicos de Salvador, como as tulipas brancas gigantes na praça da Av. Garibaldi; a obra “Odoyá”, dorso de peixe feito em aço e instalado em frente à praia do Rio Vermelho e o Caramuru-Guaçu, escultura em aço localizada em Piatã.

Mais de 90 entidades são apoiadas pelo OURO NEGRO

Ao todo, 94 entidades carnavalescas dentre blocos afro e de índios, afoxés e grupos de samba e reggae de Salvador foram contemplados pelo programa gerido pela Secretaria de Cultura, com objetivo de apoiar seus desfiles em todos os circuitos do Carnaval da capital. Criado há oito anos, o Ouro Negro reconhece o legado e a importância da cultura negra e indígena para o Carnaval e mantém o apoio para garantir a presença do espetáculo de beleza e simbolismo que esses blocos fazem na avenida.

O Carnaval Ouro Negro é de vital importância para as entidades baianas de matrizes africanas. Essas agremiações, em especial as médias e pequenas, têm grande dificuldade de obter patrocínios. As agremiações apoiadas pelo programa desfilam nos três circuitos da folia: Batatinha (Centro Histórico), Dodô (Barra) e Osmar (Avenida Sete).

Entre as 94 entidades credenciadas pelo programa, estão os afros Bankoma, Cortejo Afro, Didá,Malê Debalê, Muzenza, Os Negões e Okanbi; os blocos de samba Alerta Geral, Alvorada, Reduto do Samba e Quintal do Samba; o afoxé Filhos de Gandhy, os blocos de índios Apaches do Tororó e Comanche do Pelô e os blocos de reggae Aspiral do Reggae e Reggae - O Bloco. A lista completa das entidades apoiadas pelo Ouro Negro está disponível no site da SecultBA: www.cultura.ba.gov.br.


CARNAVAL DA CULTURA

O Carnaval da Cultura 2016 é o carnaval da democracia e da diversidade, que leva para as ruas, durante todos os dias e circuitos da folia, a mistura de ritmos e gêneros musicais e, principalmente, a estética e a arte de diferentes artistas, grupos e entidades culturais da Bahia. São centenas de atrações e shows gratuitos de afoxé, samba, reggae, axé, pop, MPB, fanfarras e muito mais. É diversão garantida para todos os gostos e estilos no espaço público da rua para alegria do folião. O Carnaval da Cultura – uma realização da Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, por meio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) – está organizado a partir de quatro programas: Carnaval do Pelô, Carnaval Ouro Negro, Carnaval Pipoca e Outros Carnavais. A programação completa de nossa festa está disponível nos sites www.cultura.ba.gov.br e www.carnaval.bahia.com.br.

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