Acervo de 800 peças doadas ao Estado será catalogado pelo Ipac
À esquerda de Jorge Portugal (C), Mário Cravo e o filho, Ivan Cravo, e Ana Liberato. À direita do secretário,
Claudio Mello, Daniela Araújo (Sema), e João Carlos Oliveira / Foto: Rosilda Cruz
Notícia
ruim ou errada sempre chega a galope. A de que as 800 obras de arte de
Mário Cravo Jr. seriam retiradas do parque de Pituaçu, onde estão
expostas,
provocou uma enxurrada de reportagens equivocadas. Hoje, o secretário
de Cultura do Estado, Jorge Portugal, ao lado de representante da
Secretaria de Meio Ambiente (Sema), botou um ponto final no burburinho, e
definiu que o acervo do artista permanece no Espaço
Cravo, no Parque de Pituaçu.
“Vamos dar a Mário Cravo o tratamento que ele merece. A Bahia é que deve a ele”, disse Portugal.
Na
reunião com o artista e o filho, Ivan Cravo, assessores da SecultBA e
representantes da Secretaria de Meio Ambiente – Sema, foi esclarecido
que o
acervo que reúne pinturas, desenhos, gravuras e esculturas e doado ao
Estado, em 1994, será catalogado, preservado e mantido no mesmo lugar.
Também ficou assegurado que a Fundação Mário Cravo receberá apoio
jurídico do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural
(Ipac), que já iniciou o inventário das peças. Um trabalho minucioso,
segundo a museóloga e diretora de Museus, Ana Liberato. “O trabalho
demanda critérios técnicos para garantir a integridade das obras”.
O
espaço onde hoje está guardada a maioria das obras deve passar por
reformas, mas, antes, por medida de segurança, os trabalhos serão
retirados por
técnicos do Ipac. “Essa não é um decisão unilateral, pelo contrário,
estamos ouvindo Mário Cravo, seus desejos, para que possamos pensar
juntos soluções que atendam as necessidades do artista e as do Estado,
sem prejuízo para ambos”, disse João Carlos Oliveira,
diretor do instituto.
A
SecultBA vai comandar uma força tarefa que começa a trabalhar já,
ressaltou o chefe de gabinete, Claudio Mello. A ideia é reunir forças e
nortear
ações que protejam as obras de arte e garantam a exposição permanente.
“O mais importante é que o artista e os cuidadores da Fundação Mário
Cravo se sintam abraçados”, disse Mello, que também garantiu a parceria
com a Sema, que é responsável pela manutenção
do parque que fica entre a Avenida Paralela e a Orla de Salvador.
“Vamos
preservar essa parceria com a Fundação Mário Cravo nos moldes corretos,
respeitando o artista e a sua obra, formalizando a ocupação para dar
segurança aos dois lados”, falou Daniela Araújo, que representou o
secretário de Meio Ambiente, Eugênio Spengler.
Ao
final do encontro, os nós foram desatados e a máxima que diz “entre
mortos e feridos, salvaram-se todos” permaneceu soberana. “Estou
satisfeito com
a reunião, com o interesse do governo em restaurar e recuperar o
patrimônio que não é de Mário Cravo e, sim, do povo da Bahia”, concluiu
Ivan Cravo, filho do artista e presidente da Fundação Mário Cravo.
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