09/03/2017

CAIXA CULTURAL RECEBE MAIOR EXPOSIÇÃO DE POESIA DO PAÍS

Foto: Paulo Uras Neto.

Poesia Agora traz uma coletânea de mais de 300 autores da atual produção poética brasileira

A CAIXA Cultural Salvador apresenta Poesia Agora, maior exposição de poesia já realizada no país. Dividida em seis alas, que apresentam diferentes abordagens poéticas, a mostra reúne obras de mais de 300 autores contemporâneos brasileiros.  A abertura será no dia 14 de março, às 19h, com um sarau organizado pelo escritor carioca Lucas Viriato, curador e idealizador da exposição,  e contará com a presença de 20 poetas locais e nacionais. As visitações ocorrerão do dia 15 de março até o dia 28 de maio, sempre de terças-feiras a domingos, das 9h às 18h, com acesso gratuito e livre para todos os públicos. Poesia Agora é uma realização da Via Press Comunicação e Eventos.

A mostra foi realizada anteriormente no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, em 2015, e reuniu um público de mais de 200 mil visitantes. A proposta é fazer um mapeamento do cenário da poesia-contemporânea nas mais diferentes regiões do país, sempre priorizando as iniciativas inclusivas que agregam o público, aproximando o leitor do autor e, por vezes, embaralhando esses papéis. “O objetivo é tirar a poesia do pedestal e mostrar às pessoas que ler e escrever poesia é uma possibilidade para todos”, revela Lucas Viriato, escritor com nove livros publicados, doutorando da PUC-Rio em Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo, editor do jornal literário Plástico Bolha e curador da exposição. “Alguns dos autores que fazem parte da exposição já têm uma carreira consolidada, enquanto outros são completamente inéditos”, acrescenta.

São mais de trezentos poetas de todo o Brasil, de todos os gêneros, classes e idades, espalhados pelas salas e espaços, iluminando mundos, fazendo sentir e pensar. O público é peça chave da mostra, ele é convidado a participar de maneira ativa, ora arregaçando as mangas e escrevendo livremente seus próprios poemas, ora dando luz às criações a partir de desafios selecionados. A interatividade é um dos pontos altos da exposição que traz, pela primeira vez a Salvador, um projeto assinado pelo premiado cenógrafo mineiro, André Cortez (3 Prêmios Shell).

Interação
A participação do público acontece em diversos momentos, desde a primeira sala onde a luz é o principal elemento. Lá, o visitante é iluminado pelos versos. "A ideia é de que o poema ilumina o que ele está contando e o leitor ilumina a poesia na hora de ler. É um jogo de retroiluminação", conta Viriato.

Na Sala de Leitura/Escrita, chamada de "Scriptorium", o envolvimento evolui para a possibilidade de o público deixar seus poemas nos 50 livros com diferentes palavras em suas lombadas, que também funcionam como um convite para as pessoas montarem frases poéticas ao reordená-los. E a interação aumenta ao abrir esses livros, cada um com quatro poemas e diversas páginas em branco, para os espectadores colocarem seus versos.

Na mesma sala, está o convite para participar dos desafios poéticos, uma espécie de exercício de "desautomatização" da escrita. O visitante é convidado a escrever um poema sem utilizar uma das vogais e depositá-lo em uma urna. A equipe de curadoria escolherá os mais criativos, que serão impressos em formato lambe-lambe e expostos na mostra, em uma curadoria aberta, em que a exposição vai sendo modificada ao longo do tempo. “A ideia é subverter o conceito de que uma exposição literária apresente somente obras antigas e já consagradas. O próprio visitante, o novo ou futuro poeta, pode ter seu poema na exposição”, explica o curador da mostra.

Poetas que estão fazendo a diferença na cena literária contemporânea ganham um destaque especial da exposição. São nomes que foram indicados por consagrados autores brasileiros como sendo as suas apostas para o futuro da poesia brasileira.  "Nesse espaço de curadoria colaborativa, nós voltamos uma geração para que eles pudessem olhar para frente e dizer quem são as promessas do futuro, da nova geração", conta Viriato.

No espaço destinado a poesia de rua, em meio a tijolos e texturas urbanas, imagens captadas pelas ruas de várias cidades exibem formas diversas de expressão poéticas, como grafites, cartazes, escritas, entre outras. Nesse espaço, o público é convidado a participar mandando sua imagem de poesia das ruas pelo e-mail participepoesiagora@gmail.com ou usando a #PoesiaAgora em suas redes sociais (desbloqueadas) que serão selecionadas e expostas ao longo da exposição.  

Por fim, no último espaço, a poesia ganha corpo e voz. O visitante encontrará gangorras poéticas onde serão exibidos conteúdos poéticos em áudio e vídeo, como documentários e compilações de apresentações de poetas de diversos lugares do país, além do som ambiente onde autores respondem à pergunta: "O que é poesia para mim?", dando o tom do espaço.

Por fim, a participação do público será completa com a realização de um grande sarau, envolvendo nomes da cena poética local e também vindos de outros estados. Nesta ocasião, através de um momento de microfone aberto, todos terão a oportunidade de, com o corpo presente, falar seus versos e espalhar a poesia.

Sobre o curador
Carioca, Lucas Viriato é formado em Letras, Mestre em Literatura Brasileira, e Doutorando em Leitura, Cultura e Contemporaneidade, todos pela PUC-Rio. Desde 2006, edita o jornal literário impresso e virtual "Plástico Bolha". É autor dos livros: "Memórias Indianas" (2007); "Retorno ao Oriente" (2008); "Contos de Mary Blaigdfield, a mulher que não queria falar sobre o Kentucky - e outras histórias" (2010); "Antologia de prosa Plástico Bolha" (2010)"; "Curtos e Curtíssimos" (2012); "Muestras" (2013); "Corpo Pouco" (2013); "Antologia de poesia Plástico Bolha" (2014); "Blue" (2015).

Lucas traduziu o livro "O estranho mundo de Jack" (2016), de Tim Burton, para a editora Cobogó. Participou de diversos eventos de poesia nacionais e internacionais. Tem atuação regular como curador e produtor. Organizou o evento "Labirinto Poético" para a Fundação Cidade das Artes, o evento "Estação Nordeste" para a Prefeitura do Rio de Janeiro, o "Sarau Mario de Andrade" para o POP e coordenou, entre 2010 e 2011, com o poeta Chacal, o tradicional evento de poesia "CEP 20.000". Em 2012, recebeu o Prêmio Agente Jovem de Cultura concedido pelo Ministério da Cultura do Brasil.

Sobre o cenógrafo
Mineiro, André Cortez é formado em arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sempre se interessou pelas optativas em Artes Plásticas, e logo percebeu a sintonia entre as duas áreas. Após ter participado de um curso de cenografia do FIT (Festival Internacional de Teatro, Palco e Rua) e de realizar seus primeiros trabalhos em Belo Horizonte, se mudou para São Paulo na intenção de aprimorar a técnica no curso de cenografia do CPT (Centro de Pesquisa Teatral).  Desde então, já assinou mais de cem projetos de cenografia, incluindo teatro, exposições, desfiles e eventos. Atualmente trabalha com os melhores diretores brasileiros, tendo recebido vários prêmios — dentre eles, três Prêmios Shell pela categoria “Melhor Cenário” com "A Serpente”, de Nelson Rodrigues e direção de Yara de Novaes; "PAI", com direção de Paulo Autran; e “Um Bonde Chamado Desejo”, dirigido por Rafael Gomes.
 
Serviço:Exposição: Poesia Agora
Período: de 14 de março a 28 de maio de 2017
Horário: das 9h às 18h, de terças-feiras a domingos
Local: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro – Salvador (BA)
Entrada franca
Informações: (71) 3421-4200
Classificação indicativa: livre
Mais sobre o Poesia Agora:  www.facebook.com/ExposicaoPoesiaAgora/

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