10/03/2017

CURADOR DA EXPOSIÇÃO POESIA AGORA LANÇA DOIS LIVROS EM SALVADOR



O escritor carioca Lucas Viriato, curador da Poesia Agora - maior exposição de poesia já realizada no país, em cartaz na CAIXA Cultural Salvador do dia 15 de março até o dia 28 de maio, vai lançar dois livros na capital baiana. Nepal Legal e Índia Derradeira foram escritos entre 2013 e 2016 e publicados pela OrganoGrama Livros, ambos sobre uma mesma viagem ao Oriente, realizada pelo autor entre janeiro e abril de 2013. O evento acontecerá segunda-feira (13), às 19h, na NOSSA - Casa Colaborativa, no Rio Vermelho.
Em sua viagem rumo à Índia, Lucas Viriato faz sua passagem pelo Nepal, onde encara de frente as nuances arquitetônicas de Kathmandu e as amplitudes da cadeia dos Himalayas. Em toda a viagem, perigos o rondam: o abismo que o encara, as pegadas de felinos na neve, a possibilidade de um terremoto iminente — que veio a se confirmar em 2015 —, fazendo do livro um verdadeiro mapa de registros de um Nepal que já não existe mais, um Nepal soterrado, um Nepal próprio, inalcançável a não ser pela via da poesia.
A leitura é um convite para atravessar o país e subir os Himalayas junto com o autor: ela é trabalhosa, densa, arriscada, bela, e é dessa mistura incomum que os versos de Nepal Legal são feitos. O resultado do primeiro livro dessa sequência, a profunda imersão nessa viagem, não poderia ser outro: o autor alcança o ponto mais alto de sua produção até aqui.
O segundo livro da sequência, Índia Derradeira, narra a continuação desta viagem, e é a retomada de um projeto de escrita sobre o Oriente iniciado dez anos atrás, pois seguem o caminho literário dos livros Memórias Indianas (2007) e Retorno ao Oriente (2008). Sua poética, com fortes traços narrativos desde aquela primeira Índia, contempla experiências em um Oriente estranho e familiar, outro e si mesmo, através de uma escrita ágil e de intensa força poética, que se refina a cada livro, a cada poema, a cada novo espanto.
Dos grandiosos templos religiosos aos menores detalhes e gestos da natureza e do homem, Lucas constrói seus poemas, que compõem uma verdadeira viagem literária, continental, linguística, psicológica, antropológica e filosófica — sempre acompanhado de muito humor e do uso inventivo da linguagem.
Compostos por 108 fragmentos de viagem cada um, assim como todos os livros de seu projeto de escrita sobre o leste do mundo, os livros também serão lançados futuramente dentro de um box de luxo exclusivo, de edição limitada.
SOBRE POESIA AGORA
Dividida em seis alas, que apresentam diferentes abordagens poéticas, a mostra reúne obras de mais de 300 autores contemporâneos brasileiros.  A abertura será no dia 14 de março, às 19h, com um sarau organizado pelo escritor carioca Lucas Viriato, curador e idealizador da exposição, e contará com a presença de 20 poetas locais e nacionais. As visitações ocorrerão do dia 15 de março até o dia 28 de maio, sempre de terças-feiras a domingos, das 9h às 18h, com acesso gratuito e livre para todos os públicos. Poesia Agora é uma realização da Via Press Comunicação e Eventos.
A mostra foi realizada anteriormente no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, em 2015, e reuniu um público de mais de 200 mil visitantes. A proposta é fazer um mapeamento do cenário da poesia-contemporânea nas mais diferentes regiões do país, sempre priorizando as iniciativas inclusivas que agregam o público, aproximando o leitor do autor e, por vezes, embaralhando esses papéis. “O objetivo é tirar a poesia do pedestal e mostrar às pessoas que ler e escrever poesia é uma possibilidade para todos”, revela Lucas Viriato, escritor com nove livros publicados, doutorando da PUC-Rio em Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo, editor do jornal literário Plástico Bolha e curador da exposição. “Alguns dos autores que fazem parte da exposição já têm uma carreira consolidada, enquanto outros são completamente inéditos”, acrescenta.
São mais de trezentos poetas de todo o Brasil, de todos os gêneros, classes e idades, espalhados pelas salas e espaços, iluminando mundos, fazendo sentir e pensar. O público é peça chave da mostra, ele é convidado a participar de maneira ativa, ora arregaçando as mangas e escrevendo livremente seus próprios poemas, ora dando luz às criações a partir de desafios selecionados. A interatividade é um dos pontos altos da exposição que traz, pela primeira vez a Salvador, um projeto assinado pelo premiado cenógrafo mineiro, André Cortez (3 Prêmios Shell).
Interação
A participação do público acontece em diversos momentos, desde a primeira sala onde a luz é o principal elemento. Lá, o visitante é iluminado pelos versos. "A ideia é de que o poema ilumina o que ele está contando e o leitor ilumina a poesia na hora de ler. É um jogo de retroiluminação", conta Viriato.

Na Sala de Leitura/Escrita, chamada de "Scriptorium", o envolvimento evolui para a possibilidade de o público deixar seus poemas nos 50 livros com diferentes palavras em suas lombadas, que também funcionam como um convite para as pessoas montarem frases poéticas ao reordená-los. E a interação aumenta ao abrir esses livros, cada um com quatro poemas e diversas páginas em branco, para os espectadores colocarem seus versos.

Na mesma sala, está o convite para participar dos desafios poéticos, uma espécie de exercício de "desautomatização" da escrita. O visitante é convidado a escrever um poema sem utilizar uma das vogais e depositá-lo em uma urna. A equipe de curadoria escolherá os mais criativos, que serão impressos em formato lambe-lambe e expostos na mostra, em uma curadoria aberta, em que a exposição vai sendo modificada ao longo do tempo. “A ideia é subverter o conceito de que uma exposição literária apresente somente obras antigas e já consagradas. O próprio visitante, o novo ou futuro poeta, pode ter seu poema na exposição”, explica o curador da mostra.

Poetas que estão fazendo a diferença na cena literária contemporânea ganham um destaque especial da exposição. São nomes que foram indicados por consagrados autores brasileiros como sendo as suas apostas para o futuro da poesia brasileira.  "Nesse espaço de curadoria colaborativa, nós voltamos uma geração para que eles pudessem olhar para frente e dizer quem são as promessas do futuro, da nova geração", conta Viriato.

No espaço destinado a poesia de rua, em meio a tijolos e texturas urbanas, imagens captadas pelas ruas de várias cidades exibem formas diversas de expressão poéticas, como grafites, cartazes, escritas, entre outras. Nesse espaço, o público é convidado a participar mandando sua imagem de poesia das ruas pelo e-mail participepoesiagora@gmail.com ou usando a #PoesiaAgora em suas redes sociais (desbloqueadas) que serão selecionadas e expostas ao longo da exposição.  

Por fim, no último espaço, a poesia ganha corpo e voz. O visitante encontrará gangorras poéticas onde serão exibidos conteúdos poéticos em áudio e vídeo, como documentários e compilações de apresentações de poetas de diversos lugares do país, além do som ambiente onde autores respondem à pergunta: "O que é poesia para mim?", dando o tom do espaço.

Por fim, a participação do público será completa com a realização de um grande sarau, envolvendo nomes da cena poética local e também vindos de outros estados. Nesta ocasião, através de um momento de microfone aberto, todos terão a oportunidade de, com o corpo presente, falar seus versos e espalhar a poesia.

Serviço:Exposição: Poesia Agora
Período: de 14 de março a 28 de maio de 2017
Horário: das 9h às 18h, de terças-feiras a domingos
Local: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro – Salvador (BA)
Entrada franca
Informações: (71) 3421-4200
Classificação indicativa: livre
Mais sobre o Poesia Agora:  www.facebook.com/ExposicaoPoesiaAgora/

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