Obra "A terra que nós somos" de Bruno Gomes
“STARTS Prize” é uma iniciativa da Comissão Europeia para reconhecer, premiar e fortalecer projetos que promovem alianças entre a tecnologia e as práticas artísticas que beneficiam a humanidade enfrentando os diferentes tipos de problemas, seja sociais, ecológicos e ou econômicos. “STARTS Prize 2019”, por intermédio de seu júri composto por 20 especialistas de diferentes países, depois de receber 2278 candidaturas de todos os continentes, depois de três dias de deliberações outorgaram dois Prêmios e oito Menções Honrosas.
O projeto “Arte Eletrônica Indígena” (AEI) que consistiu em residências artísticas em comunidades indígenas para fomentar a cocriação intercultural - recebeu uma Menção Honrosa do júri que declarou: “Esta iniciativa um forte exemplo de parcerias que centram as vozes das comunidades indígenas e ampliam suas perspectivas como parte da identidade contemporânea e do patrimônio coletivo. Os povos indígenas estão entre os guardiões da linha de frente do meio ambiente e suas contribuições contínuas para os sistemas culturais e ecológicos modernos são insumos essenciais para a inovação. Na esperança de apoiar ainda mais o papel desses povos no ecossistema de inovação, a Arte Eletrônica Indígena demonstra as melhores práticas para capacitação criativa em comunidades rurais indígenas".
O prêmio está associado à pesquisa da Dr. Thea Pitman, Universidade de Leeds, que conquistou Prêmio de Pesquisa: BA / Leverhulme Small Research Grant 2017, com financiamento do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial (BEIS) e do Fundo do 44º Congresso Internacional de Americanistas.'
O diálogo criado por essas residências artísticas apresenta uma poderosa contra-narrativa em torno e uma demonstração de significativa resistência aos tradicionais programas focados na integração, que muitas vezes tentam homogeneizar as tradições e produções artísticas de povos historicamente marginalizados. Ao incorporar ferramentas digitais em novos formatos criativos, as residências situam a arte eletrônica como um meio atrativo para processos criativos colaborativos e propõe o papel crucial que os povos indígenas podem e devem desempenhar no contínuo desenvolvimento do ecossistema tecnológico global. Esse engajamento artístico multifacetado exige diálogos significativos em torno dos usos práticos da tecnologia para ativar processos criativos colaborativos - e isso pode enriquecer práticas digitais para todos.”
Cabe lembrar que o projeto “Arte Eletrônica Indígena - AEI” é uma iniciativa brasileira da ONG Thydêwá que contou, em 2018, com patrocínio do Oi Futuro e da Oi, através do Fazcultura das Secretarias da Fazenda e de Cultura do Estado da Bahia, e que realizou 10 residências artísticas em 10 comunidades indígenas, trazendo 10 obras fruto das cocriações entre indígenas e não indígenas para interagir com o público.
Para o presidente da ONG Thydêwá, Sebastian Gerlic partilha: “É muito importante para o Brasil receber um prêmio internacional que reconhece o trabalho de uma ONG em parceria com a iniciativa privada e com o governo do estado da Bahia, especialmente neste momento em que os defensores dos Direitos Humanos, da Cultura, da Diversidade, estão sendo perseguidos e massacrados. Atualmente o governo federal é contra os indígenas, contra a vida, e para nós que somos a favor da vida, o premio vem nos afirmar em nosso compromisso. O Premio STARTS mostra que estamos fazendo um bom começo, nosso AEI teve sua primeira temporada em 2018 e estamos já trabalhando por mais edições.
Nenhum comentário:
Postar um comentário