O evento, que tem caráter beneficente, celebra a conquista de mulheres que recuperaram saúde, autoestima e qualidade de vida depois de emagrecerem.
As doze finalistas vão desfilar com vestidos exclusivos da estilista Luciana Galeão desenhados para o evento e produzidos a partir da ressignificação de roupas usadas pelas candidatas antes do emagrecimento
Doze finalistas vão subir ao palco no próximo dia 13 de novembro, às 19 horas, no Teatro SESC Casa do Comércio, para a escolha da Miss Bariátrica 2019, concurso idealizado pelo NTCO (Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade). Todas as candidatas têm algo em comum: elas se submeteram à cirurgia bariátrica e resgataram a saúde e a autoconfiança, ressignificando suas próprias vidas, a relação delas com o corpo, com a moda e com o mundo. Agora, essas mulheres vão desfilar para o público e para um time de jurados e mostrar que é possível superar a obesidade e muitas doenças associadas ao excesso de peso. As três primeiras colocadas serão escolhidas com base em critérios como postura, criatividade, espontaneidade, carisma, evolução e presença cênica. “Além da saúde física e emocional, essas mulheres resgataram autoestima, confiança e qualidade de vida”, explica o cirurgião Erivaldo Alves, diretor do NTCO.
O desfile será realizado em duas etapas. Na primeira, cada candidata vai desfilar com uma roupa customizada por ela própria. Na segunda, elas vão usar modelos criados pela estilista Luciana Galeão para o concurso. A estilista assina os vestidos das finalistas nesta edição com designs exclusivos produzidos artesanalmente a partir de tecidos de roupas que as candidatas usavam antes do emagrecimento e com a participação de cada uma delas no desenvolvimento do seu próprio figurino. Em sua sétima edição, o concurso terá como mote três elementos: saúde, moda e sustentabilidade. “Produzir roupas com valor agregado, respeitando questões ambientais, causa um impacto positivo para a vida das pessoas O design existe para melhorar a vida das pessoas e trazer qualidade vida”, afirma a estilista.
O Miss Bariátrica é um evento que celebra transformações. A noite de desfiles será um espetáculo que pretende contar as histórias de vida das finalistas, a superação delas, suas transformações e o processo de criação dos vestidos exclusivos e produzidos de modo sustentável.
Os ingressos para o Miss Bariátrica serão trocados por 3 kg de alimentos não-perecíveis, dentro do limite de lotação do espaço. A troca pode ser feita de 4 a 12 de novembro na sede do NTCO (Rua Agnelo de Brito, 187, Centro Odontomédico Henry Dunant, Federação). Todos os alimentos arrecadados serão destinados a instituições beneficentes. Desde a primeira edição, o evento arrecadou e distribuiu mais de 5 toneladas de alimentos.
O Miss Bariátrica, idealizado pelo NTCO e produzido pela Aláfia Produções, é um concurso pioneiro do gênero no Brasil e é realizado todos os anos desde 2013. A partir dele, iniciativas semelhantes têm sido realizadas em outros estados do país. O concurso é voltado para mulheres que se submeteram à cirurgia bariátrica, independente do serviço ou clínica onde foi realizado o procedimento. A proposta do evento é promover um estilo de vida saudável, desmitificar tabus sobre a cirurgia bariátrica e valorizar mulheres que descobriram uma nova vida após terem sido submetidas a uma cirurgia bariátrica para tratamento da obesidade mórbida e de muitas doenças associadas ao excesso de peso.
“Superar uma doença como a obesidade exige muito de qualquer pessoa e já é uma grande conquista. Todas as participantes do concurso podem se considerar vencedoras”, afirma o cirurgião bariátrico Adriano Rios, diretor do NTCO. “A cirurgia sozinha não opera milagres, o paciente precisa fazer uma mudança significativa no seu estilo de vida, adotar novos hábitos e ter muita perseverança, disciplina, força de vontade e determinação”, acrescenta o médico Leonardo Vinhas, da diretoria do NTCO.
Cerca de 20% da população brasileira sofre de obesidade
Dados da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018), do Ministério da Saúde, revelam que o índice de brasileiros com obesidade cresceu 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. O levantamento também registrou crescimento considerável de brasileiros com sobrepeso (excesso de peso). Mais da metade da população brasileira, 55,7%, sofre de sobrepeso.
Considerada uma doença crônica, multifatorial, progressiva e que pode causar a morte precoce, a obesidade resulta de um desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade gasta, causando acúmulo de gordura. A doença é reconhecida, hoje, como importante problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, trata-se de uma epidemia global, decorrente de hábitos alimentares, sedentarismo, fatores genéticos, fator metabólico, fator de microflora intestinal e advento da tecnologia. Uma pessoa com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 é considerada obesa. O IMC é calculado dividindo-se o peso da pessoa em quilos por sua altura ao quadrado.
Entre as doenças e complicações associadas ao excesso de peso, estão hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, artropatias (doenças das articulações), diabetes mellitus tipo 2, problemas de circulação, refluxo gastroesofágico, apneia so sono (parada respiratória involuntária durante o sono), dislipidemia (colesterol e triglicerídeos altos), infertilidade, esteatose hepática (gordura no fígado), vários tipos de câncer, disfunções respiratórias, distúrbios hormonais, depressão e outros transtornos psicológicos.
Ter uma alimentação saudável, combater o sedentarismo e praticar atividade física regular são fatores fundamentais prevenção do sobrepeso e da obesidade, assim como das inúmeras doenças associadas ao excesso de peso.
A cirurgia bariátrica
O Brasil é o segundo país do mundo no ranking de cirurgia bariátrica, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), nos últimos oito anos, entre 2011 e 2018, o número de cirurgias bariátricas cresceu 84,73%. Neste período, foram feitas cerca de 424 mil cirurgias bariátricas no Brasil.
O tratamento cirúrgico é recomendado em casos específicos, quando o grau de obesidade ou de doenças associadas com risco de morbidade torna a cirurgia uma alternativa mais eficaz e resoluta. Além de tratar a obesidade, a cirurgia também apresenta um alto índice de resolução de doenças associadas ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão, apneia do sono e esteatose hepática.
Apesar de ser bastante segura, a cirurgia bariátrica apresenta riscos como qualquer procedimento cirúrgico e deve ser realizada em centros especializados. “O paciente precisa ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar antes e depois do procedimento”, explica o cirurgião Erivaldo Alves. Cada caso precisa ser avaliado cuidadosamente. A análise do paciente envolve vários exames. É importante que o paciente esteja bem informado sobre o procedimento, o pré e o pós-operatório e os hábitos que terá que adotar após a cirurgia. A indicação cirúrgica pode ser feita dos 18 aos 65 anos.