Empoderamento, representatividade e novos hábitos potencializados pelo distanciamento social reformulam a indústria fashion.
Máscaras fashion, desfiles digitais, tecidos confortáveis e revenge buying (compras para vingar os meses em quarentena) são tendências que a comunidade da moda global viu tomar espaço com a chegada da pandemia do novo coronavírus (COVID-19).
De acordo com levantamento da Câmara de Comércio Internacional, a moda é um dos três setores (junto a aviação e turismo) mais suscetíveis à queda da comercialização mesmo após a crise. Além da instabilidade financeira, a indústria da moda passou por uma reformulação estrutural no pensamento dos consumidores, artigos adquiridos e valores agregados pelas marcas.
Conscientes, afetivos, questionadores e mais engajados em causas sociais, o perfil dos novos consumidores da ‘moda’ engatou polêmicas ainda sem respostas para um cenário de pós-pandemia: mercadorias terão mais carga sentimental do que comercial?; devemos prezar pela beleza ou conforto após a mudança de hábitos globais?; os ‘padrões’ de beleza irão persistir?
Para responder essas perguntas, a estilista Lourani Maria propõe, antes de qualquer projeção, uma reflexão sobre os novos consumidores. Segundo Lourani, os clientes da ‘moda’ na pós-pandemia serão estudados em três pilares: afetividade, responsabilidade e proteção; ou seja, haverá um novo ‘hall’ de consumo.
“Os produtos da ‘moda’, como adereços, tecidos, calçados e bolsas, irão adotar um significado que vai além de necessidades básicas e desejos, entrando agora em outro patamar: responsabilidade. Somado a consumidores mais afetivos após a pandemia, os itens passam a se distanciar do tom comercial e passam a ter cargas mais emocionais, cobertos de representatividade, diversidade, identidade e história de quem os carrega”, explica Lourani, “os produtos de moda ganham vida agora”, completa.
Saindo do pilar da ‘afetividade’, a estilista explana outra polêmica ainda não resolvida: a sobressalência entre ‘beleza’ ou ‘conforto’ no produtos da pós-pandemia. Lourani estima que o conforto dos novos consumidores será potencializado devido a permanência em casa, com a migração do modelo de trabalho para o home office, estudos EAD e outros hábitos que marcaram o distanciamento social.
“Apesar de haver margem para beleza, o conforto passa a ganhar significado, relevância e status com a pandemia. Não precisamos aparecer o tempo todo, e com novos hábitos sendo possíveis dentro das casas, fica fácil escolher peças mais confortáveis. É a moda se reinventando e quebrando mais e mais padrões”, elucida.
Para Lourani, a moda não tem mais espaço para estereótipos excludentes e que não gerem identificação com consumidores cada vez mais empoderados. Segundo a profissional, pensar em padrões exclusivos no cenário de pós-pandemia irá proporcionar um retrocesso da indústria da moda, denotando uma inadaptação para oferecer marcas e produtos em uma nova época.
“A moda tem o poder de ser mutável. Agora, finalmente começamos a ter mais abrangência nos artigos, não só por ser um álibi de mercado, mas porque estamos reforçando nossa identidade em marcas, lifestyle, roupas que vestimos e produtos que usamos. Somado aos novos hábitos que ficaram pela pandemia da COVID-19, devemos passar (indústria e consumidores) por uma longa reformulação do mundo fashion”, conclui.
Para entrar em contato com Lourani, acesse o perfil do Instagram @mlourani ou fale através do WhatsApp (71) 9 9308–0323.
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