05/11/2010

Editora Solisluna lança três livros sobre a cultura afro-baiana, contemplados no Edital da SecultBA

Política de editais da Secretaria de Cultura, com recursos do Fundo de Cultura, permite avanço no mercado editorial baiano. Lançamentos acontecem no mês da Consciência Negra.

No dia 18 de novembro (quinta-feira), às 18h, no auditório do Museu Carlos Costa Pinto (Corredor da Vitória), o mercado editorial brasileiro ganhará três novos títulos da cadeia produtiva baiana com o lançamento da Coleção “Traços do Encantamento”. A trilogia, voltada para a cultura afro-baiana e lançada pela Solisluna Editora, foi contemplada no Edital de Apoio à editoras para a edição de coleção de livros 2008, da Fundação Pedro Calmon/SecultBA. No lançamento, os livros serão comercializados a preços promocionais e os autores falarão sobre as obras.

A coleção “Traços do Encantamento” é formada pelos livros Imagens da Diáspora, dos autores Goya Lopes (imagens) e Gustavo Falcón (textos), e Candomblé da Bahia e Cacimbo, ambos do escritor José de Jesus Barreto. Os livros abordam o universo da cultura negra, através de imagens e textos que retratam aspectos da religiosidade, da estética afro e da herança africana no Brasil.

O livro Imagens da Diáspora resgata, através das imagens da artista plástica Goya Lopes, acompanhadas por textos do historiador Gustavo Falcón, a trajetória dos africanos e seus descendentes no Brasil, ressaltando a singularidade e a beleza do legado afro-brasileiro. A autora, que também é designer têxtil, revela a importância de seu trabalho, “neste livro eu posso traduzir o desenho que eu faço para moda em um outro produto. As pessoas vão ver que no seu vestuário há conteúdo, e que este conteúdo resgata a trajetória da nossa ancestralidade africana”.

Os livros do autor José de Jesus Barreto, Candomblé da Bahia aborda a religião e o culto aos Orixás nos terreiros de candomblé da Bahia, através da vivência e experiências do autor ao longo da vida e dos estudos sobre a religião de matriz africana; Cacimbo, segundo Barreto, possui uma linguagem de um jornalismo literário, ao retratar as heranças e dessemelhanças entre Luanda e Salvador, a partir da experiência do autor em Angola.

“Meu objetivo foi escrever os livros com o propósito de que pessoa que o ler compreenda e entenda o que está escrito. Dessa maneira, abro uma janela para os mistérios da fé afro-baiana, tratando sobre as origens, a África e as heranças, manifestadas na Bahia, e, sobre tudo, no Recôncavo”, destaca Barreto.

Editais – A política de editais da Secretaria de Cultura, iniciada em 2007, e com recursos do Fundo de Cultura da Bahia, tem mostrado o avanço da economia da cultura voltada para o setor livreiro, através de projetos que fomentam a leitura e a produção literária. Nestes três anos, os editais, coordenados pela Fundação Pedro Calmon (FPC), geraram investimentos de mais de R$ 3,4 milhões na cadeia produtiva do livro e nas culturas identitárias.

“Acredito que a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia entrou numa nova era, juntamente com o Fundo de Cultura. Essa perspectiva de distribuição e de possibilidades que os editais proporcionam, contempla a exposição e, também, a manutenção dos produtos culturais gerando com isso a democratização da cultura em nosso Estado”, evidencia a artista plástica Goya Lopes.

Além do edital de apoio a editoras para edição de coleção de livros, a Fundação coordena os editais de pesquisa para criação literária de escritores baianos, a edição de livros de autores baianos e de incentivo à leitura. “Esta política de editais da Secretaria é um instrumento transparente e democrático de fomento à cultura, investindo não só na publicação de livros, mas em toda a sua cadeia produtiva”, ressalta o diretor geral da FPC Ubiratan Castro de Araújo.

Lançamento na Bienal – A trilogia “Traços do Encantamento” foi lançada, também, durante a 21ª. Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no estande da Bahia, iniciativa da Secretaria de Cultura, através da Fundação Pedro Calmon/SecultBA e da Câmara Baiana do Livro, que promoveram o lançamento de oito títulos baianos, além da comercialização de mais de 500 títulos, entre romances, cordéis, contos e poesia.

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