07/12/2010

Exposição fotográfica homenageia Makota Valdina

A mostra apresenta 60 imagens de 11 fotógrafos baianos com diferentes olhares sobre a cultura negra, numa celebração aos 67 anos de Valdina.

O Teatro Vila Velha recebe no dia 15 de dezembro, às 19h, a exposição "A Cultura Negra e Suas Cidades - Uma Homenagem a Makota Valdina". A mostra fotográficareúne um acervo com 60 imagens registradas em diversas locações como Salvador, Cuba e Paris, por diferentes fotógrafos e tem por finalidade celebrar a beleza da cultura negra e homenagear os 67 anos de Makota Valdina. As fotos estarão à venda durante a mostra.

Na abertura, haverá um coquetel aos convidados e um pocket show com o cantor e percussionista Peu Meurray. A entrada é gratuita.

Uma Homenagem a Makota Valdina

A exposição "A Cultura Negra e Suas Cidades - Uma Homenagem a Makota Valdina", ao todo, conta com a participação de 11 fotógrafos. São eles: Pingo Carvalho, Maiara Nascimento, Elias Nunes, Roberta Castro, Moema Franca, Guilherme Cortizo Bellintani, Pablo Florentino, Isabel Gouveia, Elza de Abreu, Luiz Cesar e Salamanda.

Uma das organizadoras da exposição, Amaranta Cesar, destaca o ponto comum entre eles. “Esses fotógrafos emprestaram suas miradas sobre a cultura negra e suas cidades para homenagear Valdina. Todos eles reconhecem a importância dela, todos já a ouviram falar e sabem do poder de suas palavras. As imagens nos mostram a força do povo negro, em diversos lugares, como Salvador, Cuba e Paris”, afirma.

“Makota Valdina tem nos ensinado a olhar para essa força e essa beleza, a entender as mais belas lições herdadas dos nossos ancestrais africanos. Esta exposição porta os rastros dessa ancestralidade, que Makota cultua de maneira tão bela e fundamental. Apesar de se considerar uma eterna aprendiz, ela é uma grande sábia, que tem nos mostrado caminhos para transformar nossa vida, buscando valores que estão na natureza, no tempo, nos mais velhos”, explica Amaranta.

Makota Valdina

Aos 67 anos, Makota Valdina (nascida Valdina Oliveira Pinto), filha de Salvador, moradora do Engenho Velho da Federação, educadora e ativista socioambiental, também é chamada de “conselheira da cidade”, num reconhecimento aos anos de trabalho educativo e engajamento político, em prol do meio ambiente, da cultura e da população negra. “A natureza é a essência do candomblé”, ensina.

Fincada nestas tradições religiosas, tornou-se um instrumento de expressão da sabedoria popular baiana, brasileira, de base africana.

No início da década de 70, Valdina abandonou o catolicismo, e em 1975, foi iniciada na religião do Candomblé. No Terreiro Tanuri Junsara, liderado pela Sra. Elizabeth Santos da Hora, ela é confirmada para o cargo de Makota – assessora da Nengwa Nkisi. Com a iniciação, recebeu seu nome de origem africana, tornando-se a Makota ZIMEWAANGA.

A valorização das especificidades da nação de candomblé angola-congo, de matriz bantu, tem sido uma das marcas da trajetória de Valdina Pinto que, por isso, passou a ser conhecida como Makota Valdina.

Um dos pensamentos de Makota é de que a comunidade de terreiro não deve fechar-se em si mesma, buscando, ao contrário, relacionar-se com os organismos políticos e sociais externos que sejam necessários à manutenção e consolidação das tradições vivenciadas no terreiro – tradições que, por outro lado, ela defende que sejam, estas sim, resguardadas exclusivamente ao contexto religioso de quem as pratica.

Reconhecimento

Com a sua palavra calma e firme, que ilumina, com a sua indignação veemente que entusiasma, a Makota Valdina tem impressionado inúmeras plateias nas conferências e palestras que realiza no Brasil ou no exterior. Mas, como faz questão de frisar, no cotidiano das suas relações num terreiro de candomblé, está o seu local predileto de ensino e aprendizagem.

Valdina Pinto já recebeu diversas condecorações por seu papel na preservação do patrimônio cultural afrobrasileiro, como o Troféu Clementina de Jesus, da União de Negros Pela Igualdade (UNEGRO).

Troféu Ujaama, do Grupo Cultural Olodum, em Agosto/2004, recebeu a Medalha Maria Quitéria, a maior honraria da Câmara Municipal de Salvador, em dezembro de 2005 recebeu da Fundação Gregório de Mattos, o Troféu de Mestra Popular do Saber. Makota Valdina é, atualmente, a conselheira ‘mor’ da Cidade de Salvador, convidada a avaliar e avalizar plataformas de governo, campanhas eleitorais e mandatos parlamentares, ou ONG’s e eventos em defesa das tradições de origem africana e do Meio Ambiente.

SERVIÇO:
Exposição fotográfica "A Cultura Negra e Suas Cidades - Uma Homenagem a Makota Valdina"
Abertura: Coquetel e pocket show com Peu Meurray
Data: 15 de dezembro de 2010
Horário: 19h
Local: Foyer do Teatro Vila Velha [Av. Sete de Setembro, s/n - Passeio Público - Campo Grande – Tel.: 3336-1384]
Entrada franca

Nenhum comentário:

Postar um comentário