17/06/2011

Metrô de superfície proposto para Salvador será o mais barato do Brasil



Responsável pela implantação do metrô de São Paulo, Plínio Assmann defende proposta da Invepar para a cidade.

A quatro dias do anúncio oficial do projeto de mobilidade urbana a ser escolhido pelo Governo do Estado para a cidade de Salvador, oempresário Plinio Assmann, fundador da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e responsável pela implantação da linha pioneira do Metrô de São Paulo, em 1974, entrou na defesa do metrô de superfície como melhor proposta de mobilidade urbana para Salvador.

O projeto do metrô de superfície foi apresentado pela empresa Invepar, que opera com sucesso o metrô do Rio de Janeiro. A empresa propôs um traçado que liga a atual linha do metrô, já construída na avenida Bonocô, à uma nova linha a ser construída até Lauro de Freitas, passando por um trecho da avenida ACM (em frente ao Detran) e seguindo pelo canteiro central da avenida Paralela.

Segundo Assmann, o metrô será um grande “indutor do desenvolvimento, além de ser extremamente mais econômico em comparação com as outras propostas”. Presidente do Metrô de São Paulo por sete anos e atualmente conselheiro da ANTP, Assmann diz que o metrô de Salvador será o mais barato do Brasil. “O metrô de superfície será muito mais econômico do que os metrôs de SP, RJ e outras cidades.

É uma solução de transporte de massa por causa da alta demanda que Salvador tem hoje. A cidade tem um nível de crescimento populacional muito alto e essa tendência deve continuar nos próximos decênios. Por isso, a solução adequada é do tipo metrô”, pontua.Na avaliação do engenheiro e empresário, os outros sistemas, como BRT e VLT, que estão sendo também propostos, são sistemas de média capacidade, por isso não podem ser considerados transporte de massa.

“O planejamento de transporte numa cidade quantifica a demanda futura e a indicação dessa demanda em Salvador aponta o metrô como solução”, diz o empresário, acrescentando que tanto o VLT quanto o BRT não vão atender a demanda futura de Salvador.

Questionado sobre uma informação divulgada pelo deputado federal Nelson Pelegrino (PT), em audiência pública realizada na Assembléia Legislativa do Estado, de que a operação do sistema metroviário necessitaria ser subsidiada pelo Governo Federal, Assmann afirma que, em São Paulo, a operação do metrô, ou seja, a receita menos a despesa da operação do sistema, não é subsidiada.

“O que é subsidiado é o investimento. Isso porque a implantação precisa realmente de investimento público, pois a construção de uma estação tem aspectos de construção de uma cidade”.Ainda comparando o metrô com outros sistemas de transporte, Assmann lembra que o usuário do metrô tem uma viagem muito mais confortável do que em uma viagem de ônibus.

“A aceleração e a frenagem do trem de metrô são suaves, geram conforto para o usuário. É por isso que o metrô atrai usuários de todas as classes sociais”.Outro dado importante a ser lembrado, segundo ele, é que o usuário de automóvel troca o seu carro particular pelo metrô, mas não troca pelo ônibus.

“É preciso pensar nisso se queremos reduzir o trânsito”, diz. Jáem relação ao tempo de execução para implantação do sistema, antes da Copa do Mundo de 2014, o empresário afirma que é perfeitamente possível, pois as estações do metrô em superfície são simples de construir, a linha permanente também é um processo prático, bem como as oficinas, que também são coisa simples”.

Além disso, “o material também é importado e fácil de se conseguir no mercado internacional. É preciso que a seleção do modelo, que afinal de contas o governo do estado vai escolher, traga junto uma competência empresarial capaz de fazer isso no tempo da Copa.

A principal vantagem é o aspecto urbano. A cidade de Salvador vai se desenvolver em torno da linha do metrô. Os outros sistemas não possibilitam isso. O metrô é um indutor de crescimento urbano”, disse ele.

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