Uma oficina de espiral de ervas, uma montagem de mosaico e uma intervenção de pintura no Vale do Canela prometem reunir mais um grupo de soteropolitanos dispostos a recuperar espaços públicos verdes da cidade.
As atividades, gratuitas, estão programadas para sábado, dia 1 de setembro, a partir das 9h, no canteiro onde se iniciou o projeto Canteiros Coletivos e que hoje funciona como laboratório de ações que são implantadas em novos espaços. "É no Vale do Canela que experimentamos formatos de oficinas e intervenções artísticas. Ao mesmo tempo em que recuperamos a área, desenvolvemos modelos de intervenção para dar continuidade ao projeto", diz a coordenadora Débora Didonê.
Outra novidade é a parceria com o Instituto de Permacultura da Bahia, reconhecida por seus trabalhos no semi-árido baiano, que se une aos Canteiros Coletivos com a proposta de levar plantas comestíveis aos canteiros urbanos, proporcionando aos moradores de diversos bairros autonomia para produzir ervas, verduras, legumes e frutas.
A ação mais recente do grupo ocorreu no bairro industrial de Valéria, há menos de um mês, a convite da Ong. Estrela da Paz. Cerca de 50 pessoas participaram da recuperação de um canteiro de 40 metros quadrados em um dia. Em julho também foi celebrada uma parceria com o Curiar - Escritório Modelo de Arquitetura da UFBA no Gantois, e outra com o Cine Teatro Solar Boa Vista, que promoveu duas ações dos Canteiros em um espaço do Parque Solar Boa Vista.
Ao todo, o projeto soma quatro espaços nos quais pretende trabalhar até o fim do ano, divulgando calendários de atividades mensais sempre com 15 dias de antecedência. O de setembro já está publicado nas páginas do projeto no Facebook. "Nosso desafio agora é afinar a relação da comunidade com o espaço recuperado para que ela ganhe autonomia para mantê-lo. A partir daí temos condições de seguir a novos espaços que já estão começando a ser mapeados pelo grupo a partir das demandas dos moradores", diz Débora.
Sobre os Canteiros Coletivos
Este coletivo foi criado pararecuperar os canteiros de Salvador, os espaços esquecidos, transformados emterrenos de entulho, espaços esses pelos quais passamos todos os dias, mas quenos dão mal estar e insegurança pelo seu aspecto decrépito e abandonado. Oobjetivo é mapear pequenos canteiros que possam ser recuperados por pequenosgrupos ao longo de inúmeros bairros.
Vamos mobilizar moradores e estudantes(inclusive de arquitetura), empresas da região, grafiteiros, e colocar a mão namassa para ajudar a tornar Salvador mais digna de se morar. A ação pode parecerpequena e isolada, mas acreditamos que ajude a contagiar os soteropolitanos coma ideia de que, quando queremos, podemos melhorar nossa cidade por nós mesmos,e ocupá-la da maneira que merece, sem medo e sem abandono.
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