O secretário de Cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim, receberá a imprensa nesta segunda-feira, 2, às 9h, para uma entrevista coletiva. O evento acontece no Casarão do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) e marca o lançamento da 3ª Bienal da Bahia - que acontece de 29 de maio a 4 de setembro de 2014. Além do secretário, estarão presentes a coreógrafa Lia Robatto, que participou da 1ª Bienal da Bahia (1966), e os artistas Gaio e Ayrson Heráclito.
"A Secretaria de Cultura da Bahia acredita que, neste ano, o Brasil e a Bahia devem ter uma grande visibilidade, inclusive por conta da realização da Copa do Mundo. Neste sentido, entendemos que a Bienal apresenta para o mundo e para a Bahia a nossa e muitas outras culturas. A terceira Bienal continua processos interrompidos pela ditadura que, em 1968, fechou a segunda Bienal da Bahia. Resgatar a história e estar sintonizada com a contemporaneidade são dois bons desafios para uma Bienal", afirma o secretário.
O diretor do MAM-BA, Marcelo Rezende, foi convidado pelo secretário para conduzir a produção e a realização da Bienal em 2014, juntamente com um conselho curatorial. A bienal internacional da Bahia foi instituída por decreto em 2009. “Uma bienal não é uma exposição, são vários projetos e acontecimentos. Significa também conviver com a arte, experimentá-la. O estado da Bahia decidiu recuperar uma história que foi interrompida em 1968”, afirma Rezende, referindo-se à 2ª edição do evento, que foi fechada pela Ditadura Militar dois dias após sua abertura. O diretor participou da 28ª Bienal de São Paulo, em 2008, com a criação da plataforma curatorial 28b. A nova bienal substitui o Salão da Bahia, organizado pelo MAM durante 16 anos.
Após 46 anos, a Bahia terá novamente uma Bienal que, durante 100 dias, contará com exposições e atividades educativas que vão ocupar diferentes espaços culturais e sociais da capital e do interior do estado. Marcelo Rezende, que integra a direção geral da Bienal, ressalta que as ações serão distribuídas não só pelos museus de Salvador e centros culturais do estado, mas acontecerão também na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nas universidades e em outros locais expositivos, inclusive residências e espaços menos convencionais.
É tudo nordeste? é a indagação que move o projeto curatorial, o conceito central que percorre todas as ações, exibições, projetos e encontros da 3ª Bienal da Bahia. A questão impõe um ato de aproximação da produção cultural e artística da região, em suas mais diversas perspectivas: o Nordeste como condição geográfica, construção histórica e ainda como potente peça do imaginário.
História das Bienais – Promovida pelos artistas Juarez Paraíso, Chico Liberato e Riolan e com o apoio do governo da Bahia, a 1ª edição do evento – denominada 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas – foi realizada em 1966. A proposta era descentralizar a produção de arte no Brasil, ao mesmo tempo em que afirmava o diálogo do cenário baiano e nordestino com as obras e os artistas nacionais.
Com a 1ª Bienal, Salvador se torna, então, um centro regional para discussão da arte, após um rico contexto cultural delineado desde a década de 1930. Hélio Oiticica, Lygia Clark, Rubem Valentim e Rubens Gerchman foram os premiados da primeira edição, que teve ainda a participação de Calasans Neto, Emanoel Araújo e Mario Cravo Neto.
A 2ª Bienal de Arte da Bahia, realizada em 1968, foi fechada dois dias após a abertura. Após um mês, reabriu com dez obras a menos, pois haviam sido consideradas subversivas pela Ditadura. Desde então, as Bienais Nacionais de Artes Plásticas da Bahia, ou apenas Bienais da Bahia, não ocorreram mais. Uma recordação recente veio em 2008, com a Escola de Belas Artes da UFBA. A instituição realizou um encontro a fim de relembrar o movimento das artes na Bahia e no Brasil.
Lançamento da 3ª Bienal da Bahia - Entrevista coletiva com o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim
Convidados: Lia Robatto e Gaio
Onde: Casarão do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA)
Quando: Segunda-feira, 2 de dezembro
Horário: 9h
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