22/02/2014

“Bahia Negra: Caymmi e Ilê” é o tema do Carnaval do Pelô


Fotos: Lúcia Correia Lima / Sidney Rocharte.

“Bahia Negra: Caymmi e Ilê” é o tema do Carnaval do Pelô 2014, escolha que comemora o centenário de nascimento do cantor e compositor Dorival Caymmi (30 de abril de 1914) e os 40 anos do Ilê Aiyê (1974). A homenagem ao Ilê foi estendida também a outros blocos Afro, Afoxés e de índio que ajudam a perpetuar as manifestações culturais e artísticas no carnaval e no dia a dia dos baianos.


“A história da militância negra começa com os blocos afro e afoxés, então há uma preocupação do Governo em requalificar os blocos afro, afoxé, de índio, de reggae e de samba, que crescem assustadoramente nesta terra. O Ilê Aiyê foi o bloco que deslanchou essa reafricanização do carnaval da Bahia, mudando, de forma política, a estética, o ritmo, a cor e o cheiro do nosso carnaval. Mas não ficamos somente com o Ilê como tema, abrimos o leque para as entidades que estão arredondando os anos de sobrevivência nesta terra”, explicou a diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) da Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, Arany Santana.

Entre os aniversariantes homenageados estão os afoxés Filhos de Gandhy (65 anos) e Badauê (35 anos); o afro Malê Debalê (35 anos) e os blocos de índio Comanches do Pelô (40 anos), que tem retaguarda negra, e Apaxes do Tororó (45 anos), uma referência para o samba da Bahia.

A decoração do Pelourinho vai mostrar nas bandeiras, estandartes e portais os símbolos e cores que identificam essas entidades, associados a elementos da cultura baiana cantados por Caymmi. O artista plástico baiano J. Cunha assina a criação e o projeto gráfico da decoração. “É interessante ver a arte cumprir sua função social, levando a história e o conhecimento ao cidadão. Para mim, essa condição de expor ao ar livre, fora dos espaços convencionais, de forma que todo mundo veja e, ainda, ter a oportunidade de harmonizar estes elementos com uma paisagem tão culturalmente significativa como a do Pelourinho, é muito importante”, declara J. Cunha. O artista informa, ainda, que as inserções gráficas nas ruas e largos preservam integralmente a arquitetura e o patrimônio do Pelourinho.

Vale ressaltar que o Carnaval do Pelô integra o Carnaval da Cultura, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, que apoia centenas de artistas, atrações e entidades carnavalescas numa programação pautada pela diversidade cultural. A programação completa do Carnaval do Pelô e do Carnaval da Cultura estão disponíveis nos sites www.cultura.ba.gov.br e carnaval.bahia.com.br

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