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24/04/2014
NIVEA VIVA O SAMBA CHEGA A SALVADOR E CELEBRA OS 100 ANOS DO GÊNERO COM SHOW GRATUITO NA PRAÇA CAYRU
Foto: Marcos Hermes.
Alcione, Diogo Nogueira, Martinho da Vila e Roberta Sá estão no espetáculo gratuito apresentado ao ar livre em seis capitais do país, sob direção de Monique Gardenberg.
O samba é coisa de pele, já sentenciou o poeta carioca Jorge Aragão no título do pagode que compôs com seu parceiro Acyr Marques e que ganhou o coração do povo brasileiro em 1986. E se o samba nasceu lá na Bahia, como defende o poeta nos versos do Samba da benção (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1966), o fato consumado e oficializado em papel da Biblioteca Nacional é que o samba é natural do Rio de Janeiro. O que justifica a abertura do roteiro do espetáculo NIVEA VIVA o Samba – protagonizado pelos cantores Alcione, Diogo Nogueira, Martinho da Vila e Roberta Sá – ser feita com o maior sucesso do compositor carioca Zé Keti (1921 – 1999), A voz do morro, samba de 1956 que perfila o gênero na primeira pessoa com versos como “Eu sou o samba / (...) / Sou eu quem levo a alegria / Para milhões de corações brasileiros”.
Alcione, Diogo Nogueira, Martinho da Vila e Roberta Sá também são o samba e levam alegria para milhões de brasileiros. Por isso, os quatro cantores de gerações e estilos distintos foram escolhidos para formar o elenco estelar do show dirigido por Monique Gardenberg e roteirizado por Hugo Sukman para a terceira edição do projeto NIVEA VIVA. Juntos, sob a direção musical de Alceu Maia, os quatro cantores abrem em cena a cortina do passado, cantando A voz do morro e pedindo passagem para celebrar o samba neste espetáculo que está em fina sintonia com a atual campanha publicitária da NIVEA, cujo tema musical é o samba de 1982 O que é O Que é?, uma das obras-primas de Gonzaguinha (1945 – 1991). “NIVEA VIVA o Samba faz parte da plataforma que tem como objetivo promover acesso à cultura por meio de tributos a grandes artistas da música brasileira e agora a um dos gêneros que melhor representa o país”, explica Tatiana Ponce, diretora de Marketing da NIVEA Brasil. “Considerando que o samba é uma expressão cultural que está presente na vida do brasileiro, NIVEA VIVA quer levar o melhor deste ritmo contagiante a um grande público, sempre em shows gratuitos e em grandes espaços ao ar livre, para emocionar o maior número de pessoas e fazer diferença no cenário cultural do país”, completa Tatiana.
O espetáculo NIVEA VIVA o Samba, idealizado para o povo brasileiro, estreou em Porto Alegre e já passou pelo Rio de Janeiro, Brasília e Recife, reunindo um público de 350 mil pessoas no total. No dia 27 de abril, a apresentação acontece em Salvador, na Praça Visconde Cayru (Elevador Lacerda), a partir de 16h30, e depois segue para São Paulo (em 25 de maio, às 16h30, no Parque da Juventude), onde encerra a turnê.
Como o samba, a NIVEA também é coisa de pele. Marca global presente em cerca de 160 países, a NIVEA atua no mundo desde 1911, mas sua origem no Brasil data de 1914. O que dá sentido todo especial ao espetáculo idealizado na terceira edição do projeto NIVEA VIVA, já que os 100 anos da presença de NIVEA no Brasil coincide com a abertura das comemorações pelo centenário do samba, o ritmo que mais identifica o Brasil no mapa-múndi musical. Por essa razão especial, a empresa celebra o samba após ter idealizado espetáculos em que reviveu as obras da cantora gaúcha Elis Regina (1945 – 1982) – homenageada em 2012 por sua filha, a também cantora Maria Rita – e do soberano compositor carioca Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994), reverenciado em tom jovial, em 2013, pela cantora mato-grossense Vanessa da Mata. O espetáculo de 2014 antecipa a festa dos 100 anos do samba, cujo marco zero oficial é o registro na Biblioteca Nacional, em 26 de novembro de 1916, da composição Pelo telefone (Donga e Mauro de Almeida), apontada como o primeiro samba oficial.
“Este tipo de evento ajuda a fortalecer o samba, que já é forte por si mesmo”, saúda Martinho da Vila, cantor e compositor fluminense que despontou para o sucesso nacional em 1967 na era dos festivais. Aos recém-completados 76 anos, Martinho José Ferreira é um dos mestres do samba.
Sua contribuição ao gênero foi decisiva para revitalizar na segunda metade dos anos 1960 o samba-enredo – até então gênero de letras caudalosas que Martinho tornou mais coloquial sem perda da essência – e o partido alto, modalidade de samba na época mais restrita aos terreiros. Martinho popularizou o partido alto entre a classe média brasileira, dando visibilidade nacional ao gênero e abrindo caminho para o aparecimento, no início da década de 1980, de nomes como os cariocas Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho. É por isso que ninguém tem mais autoridade do que Martinho para cantar, no espetáculo NIVEA VIVA o Samba, sucessos autorais como Casa de bamba (1969), seu primeiro número solo no show. Martinho é bamba e está em casa no espetáculo.
“O samba tem um poder agregador. Cabem dentro do samba várias histórias de nosso país”, ressalta Alcione, cantora maranhense projetada em escala nacional em 1975 com o lançamento de seu primeiro LP, sintomaticamente intitulado A voz do samba. Com seu potente contralto, Alcione sempre cantou de tudo, mas se tornou uma das vozes brasileiras mais associadas ao samba desde esse álbum de 1975 que apresentou ao Brasil o sucesso Não deixe o samba morrer (Efson e Aloísio), não por acaso o primeiro número solo da cantora no show NIVEA VIVA o Samba. Na voz de Alcione, o samba continua vivo.
“Para a gente, o samba é mais do que música. A gente conversa através dele. O samba tem o poder de transformar as pessoas”, acredita Diogo Nogueira, jovem cantor carioca que despontou com grande sucesso no fim dos anos 2000, dando prosseguimento ao legado de seu pai, o também carioca João Nogueira (1941 – 2000), um dos mais importantes compositores da história do samba. A caminho dos 33 anos, a serem completados em abril de 2014, Diogo se situa entre a modernidade e a tradição, representando no show o caminho tomado atualmente pelo samba. Com a autoridade de ser filho de João, Diogo sola O poder da criação, parceria de seu pai com o poeta e compositor carioca Paulo César Pinheiro, lançada por João em 1980 no álbum apropriadamente intitulado Boca do povo.
“O samba é a tristeza que balança, como disse Vinicius”, define Roberta Sá, cantora potiguar (de vivência carioca) que se transformou numa das mais belas e joviais traduções do samba a partir de 2003, ano em que sua gravação de A vizinha do lado (Dorival Caymmi, 1946) foi parar na trilha sonora de uma novela da TV Globo, revelando uma cantora cheia de frescor. Roberta é bamba. Por isso, seu primeiro buliçoso número solo é o clássico Eu sambo mesmo (Janet de Almeida, 1946). Ninguém duvida.
Além dos números coletivos, o roteiro de Hugo Sukman prevê o revezamento dos quatro cantores em cena para permitir solos e duetos inéditos. Alcione e Roberta Sá, por exemplo, cantam juntas Conto de areia (Romildo Bastos e Toninho Nascimento), samba de cadência baiana que consolidou em 1974 a carreira fonográfica de Clara Nunes (1942 – 1983), cantora mineira que se tornou uma das vozes mais relevantes do samba nos anos 1970, década em que formou com Alcione e Beth Carvalho o célebre ABC do samba. O dueto de Alcione e Roberta é uma homenagem a Clara, luminosa referência desde então para todas as cantoras do gênero.
Outro dueto especialmente sedutor é o feito por Diogo Nogueira com Martinho da Vila em Sou eu, samba que Chico Buarque e Ivan Lins compuseram juntos e deram para Diogo gravar no álbum Tô fazendo a minha parte (2009). Martinho canta apenas o refrão, mas sua presença em cena valoriza o clima de disputa masculina pela mulher retratada nos versos de Chico.
A cena do espetáculo NIVEA VIVA o Samba também é valorizada pelas imagens projetadas no telão e pelos adereços cênicos. A moldura de rosas que se forma atrás de Roberta Sá - quando a cantora dá voz a Pressentimento (Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, 1968) – contribui para a beleza deste número solar em que Roberta adota tons exteriorizados. Cabe destacar também o vídeo em preto e branco produzido ao estilo dos filmes do cinema mudo e projetado quando a mesma Roberta canta ...E o mundo não se acabou, samba de 1938 que representa no roteiro a malícia e a ginga carioca da obra do compositor baiano Assis Valente (1911 - 1958). No filme, a atriz Maria Flor encarna a moça pudica que, na iminência do fim do mundo, sai de casa rumo a uma gafieira, ambiente em que é disputada por dois homens (um deles vivido com ar malandro por Diogo Nogueira).
Compositores-ícones do samba urbano popularizado a partir dos anos 1930, o carioca Noel Rosa (1910 – 1937) e o centenário baiano Dorival Caymmi (1914 – 2008) têm sambas entrelaçados por afinidade estilística e temática no roteiro do espetáculo em número que junta Roberta Sá e Diogo Nogueira. Ela inicia o dueto cantando Com que roupa? (1930) – o primeiro grande sucesso de Noel – para depois entrar no jogo de sedução armado por Diogo ao interpretar Vestido de bolero, samba de 1944.
Sozinha, Alcione dá show quando canta – com arranjo que remete à sonoridade dos conjuntos regionais da música brasileira pré-Bossa Nova - O mundo é um moinho (1976), uma das obras-primas do compositor carioca Angenor de Oliveira (1908 – 1980), o Cartola, bamba associado à escola de samba Estação Primeira de Mangueira, adotada por Alcione na vinda para o Rio. O número é especialmente significativo para a cantora maranhense pelo fato de Cartola remeter, na fisionomia e na filosofia de vida, ao seu pai, João Carlos Dias Nazareth. Também é especialmente significativo quando a Marrom puxa – com a presença de Diogo, Martinho e Roberta em cena – o samba Os meninos da Mangueira (Rildo Hora e Sérgio Cabral, 1976), já que ela é madrinha da Mangueira do Amanhã, a agremiação infantil da tradicional escola verde-e-rosa.
Dentro da geografia carioca do samba, o roteiro do espetáculo faz paradas em dois bairros emblemáticos da cidade que viu o samba nascer e prosperar, Vila Isabel e Mangueira. Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico, 1934) celebra o bairro de Noel que virou o sobrenome artístico de Martinho, intérprete do samba em dueto com Alcione, em número que funciona também como homenagem da Marrom ao seu compadre. Já O meu lugar (Arlindo Cruz e Mauro Diniz, 2006) é tributo romantizado ao bairro de Madureira, terra da Portela, escola de Diogo Nogueira, intérprete natural do samba popularizado na voz de seu autor Arlindo Cruz (no fim do show, nos números coletivos, Diogo reafirma a veia portelense ao puxar Foi um Rio que passou em minha vida, samba de 1970 que consolidou o sucesso popular da obra elegante de Paulinho da Viola). Ainda dentro dessa geografia carioca, Rio antigo (Chico Anysio e Nonato Buzar) faz giro nostálgico por pontos da cidade pré-Bossa Nova na voz de Alcione, que lançou a música em 1979. Imagens desse Rio antigo saltam na tela e enchem os olhos do público.
Ao longo de 27 números, o roteiro monta abrangente painel das formas e compositores de samba. Música ouvida no show na voz de Diogo Nogueira, Vazio (Está faltando uma coisa em mim) lembra o legado do cantor carioca Roberto Ribeiro (1940 – 1996) - intérprete original deste samba em gravação de 1979 – ao mesmo tempo em que celebra, na figura do compositor baiano Nelson Rufino, toda a produção do samba que nasceu lá na Bahia. Já Por causa de você (1957) – uma das obras-primas compostas por Antonio Carlos Jobim com a cantora e compositora carioca Dolores Duran (1930 – 1959) – exemplifica a vertente romântica do samba-canção, tipo de samba mais calmo e sentimental, tão ao gosto do brasileiro. Quem dá voz no show a Por causa de você é Alcione, cantora cultuada por várias gerações pela habilidade em soltar a voz em temas de romantismo explícito.
Tema da atual campanha da NIVEA, o samba O que é o que é (Gonzaguinha, 1982) é introduzido no roteiro pelo toque virtuoso do violão de Luís Filipe de Lima. Roberta Sá puxa o samba, que logo cai na esfuziante batida arrasta-povo, já com as adesões de Alcione, Diogo e Martinho. No bloco final, com os quatro cantores no palco, Martinho da Vila abre alas para seu samba-enredo Renascer das cinzas enquanto Roberta Sá puxa o bloco ao som da Aquarela brasileira (1964), o antológico samba-enredo do imperial Silas de Oliveira (1916 – 1972).
Fechando o coletivo bloco final, Isto Aqui O Que é? (Sandália de Prata) – uma das cores mais vivas da majestosa aquarela de sambas de Ary Barroso – contagia o público, arrematando show criado para o Brasil que canta e é feliz. O Brasil de Ataulfo Alves (1909 – 1969), Beth Carvalho, Clementina de Jesus (1901 – 1987), Geraldo Pereira (1918 – 1955), Pixinguinha (1897 – 1973) e Wilson Batista (1913 – 1968), entre outros bambas que tem suas imagens projetadas no telão alocado ao centro do palco. O Brasil que sabe que o samba, assim como a NIVEA, é coisa de pele.
Salvador
27 de abril (domingo), às 16h30
Praça Visconde Cayru s/nº (Elevador Lacerda)– Cidade Alta, Salvador – BA.
Sobre a NIVEA Brasil
Marca global pioneira em cuidados com a pele, a NIVEA começou sua história de sucesso em 1911, quando lançou no mercado o primeiro hidratante do mundo, desenvolvido a partir da emulsão estável de óleo em água, o Eucerit. Esta mistura deu origem ao Creme NIVEA, que ficou conhecido como o icônico creme da latinha azul.
Hoje presente em cerca de 160 países, no Brasil a marca tem uma trajetória que remonta a 1914, quando ocorreu a primeira importação de produtos NIVEA no País, processo que ganhou força na década de 30. Porém, foi em 1975 que a empresa instalou-se efetivamente por aqui, com a abertura de seu escritório em São Paulo.
Em 2003, inaugurou sua fábrica no município de Itatiba (SP), decisão motivada pela expressiva expansão do segmento de cosméticos, produzindo localmente loções hidratantes para o corpo, protetores solares, sabonetes líquidos e desodorantes em formato roll-on. Em seu portfólio, a NIVEA conta com aproximadamente 1.600 itens. No Brasil, a marca oferece produtos em oito categorias – protetores solares e labiais, hidratantes corporais e faciais, itens para cuidados masculinos, para banho e desodorantes.
A NIVEA pertence ao grupo alemão Beiersdorf, com sede em Hamburgo, que detém várias marcas, entre elas Eucerin, La Prairie e Labello.
Repertório
1) A Voz Do Morro (Zé Keti)
2) Eu Sambo Mesmo (Janet de Almeida)
3) Casa De Bamba (Martinho da Vila)
4) Poder Da Criação (João Nogueira / Paulo Cesar Pinheiro)
5) Não Deixe O Samba Morrer (Edson/Aloisio)
6) ...E O Mundo Não Se Acabou (Assis Valente)
7) Com Que Roupa? / Um Vestido De Bolero (Noel Rosa)/(Dorival Caymmi)
8) Meu Ébano (Nenéo / Paulinho Resende)
9) Mulheres (Toninho Gerais)
10) Sou Eu (Ivan Lins / Chico Buarque)
11) O Mundo é Um Moinho (Cartola)
12) De Pai Prá Filha (Martinho)
13) Além Do Espelho (João Nogueira / Paulo Cesar Pinheiro)
14) Conto De Areia (Romildo/Toninho)
15) O Que É O Que É? (Gonzaguinha)
16) Feitiço Da Vila (Noel Rosa e Vadico)
17) Rio Antigo (Chico Anísio e Nonato Buzar)
18) Meu Lugar (Arlindo Cruz e Mauro Diniz)
19) Vazio (Esta Faltando Uma Coisa Em Mim) (Nelson Rufino)
20) Pressentimento (Elton Medeiros/ Hermínio Bello de Carvalho)
21) Por Causa De Você (Dolores Duran e Tom Jobim)
22) A Flor e o Espinho (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito)
23) Os Meninos Da Mangueira (Rildo Hora e Sergio Cabral)
24) Renascer Das Cinzas (Martinho da Vila)
25) Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida (Paulinho Da Viola)
26) Aquarela Brasileira (Silas de Oliveira)
27) Isto aqui o que é? (Sandália De Prata) (Ary Barroso)
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