Foto: Ligia Rizeiro.
Ainda sem uma solução financeira que viabilize a realização da Jam no MAM em curto prazo, a Huol Criações, responsável pela produção do projeto, avisa ao público que não haverá jam session no próximo sábado, dia 04 de julho de 2015. Desde a semana passada a Jam no MAM cancelou os seus encontros semanais por conta da Bahiatursa ter suspenso temporariamente o aporte que garantiria o financiamento de todos os custos envolvidos na produção das próximas jams sessions até o mês de agosto, quando o patrocínio acordado com uma empresa nacional deverá ser efetivado.
A JAM no MAM é um dos projetos mais festejados – e presentes – na agenda cultural nacional. De 25 de agosto de 2007 a 20 de junho de 2015, por exemplo, foram realizadas 392 jam sessions, com mais de 510.701 espectadores e uma média geral de 1.303 pessoas por sessão. O projeto conta hoje com uma infraestrutura profissional que inviabiliza sua manutenção com os ganhos exclusivos da bilheteria, mesmo com os expressivos números de 1.303 pessoas por sessão, em média. Os valores populares dos ingressos, de R$7,00, a inteira, e R$3,50, a meia, só são possíveis porque recursos vindo de patrocinadores complementam o valor que é cobrado ao público para que a qualidade de todos os itens envolvidos em cada jam session seja garantida.
No último dia 08 de maio a Bahiatursa anunciou que patrocinaria 12 edições da JAM no MAM, quantidade de sessões necessárias para que o projeto não parasse até o mês de agosto. No dia 08 de maio, foi publicado no Diário Oficial o patrocínio de duas apresentações (dos dias 09 e 16 de maio) e no dia 22 de maio foi publicado (também no Diário Oficial) o patrocínio de mais quatro apresentações (dias 23 e 30 de maio e dias 06 e 13 de junho), todos viabilizados pela Bahiatursa. Embora estivesse acordada a efetivação de mais uma cota para cobrir as quatro apresentações que viriam a seguir, desde então mais nenhum repasse foi publicado, o que inviabiliza a manutenção do projeto até a chegada do novo patrocínio.
Em seus 16 anos, colaborou com a formação e visibilidade de várias gerações de músicos que, através das jam sessions semanais, construíram um espaço democrático para ouvir música instrumental e exercitar a arte da improvisação ao lado de músicos profissionais que são referência no mercado local – o que, por sua vez, fortaleceu o surgimento de um jazz com sotaque baiano, fortemente influenciado pela multiplicidade rítmica da música do estado. Pela força que conquistou tanto em relação à formação de músicos, quanto no que diz respeito à criação de um público cativo no consumo da música instrumental com referências jazzísticas, as jam sessions que acontecem no MAM Bahia ganharam representatividade internacional e garantem hoje à JAM o status de ser um dos mais longínquos e assíduos projetos da agenda cultural do Brasil.
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