28/03/2017

Palhaças, bem vindas sois vós entre todos nós




A dica para participar é confiança, entrega, muita disposição para dançar intensamente e mergulhar em si mesma


A vivência “Palhaças, Bem Vindas Sois Vós” acontece nos dias14, 15 e 16 de abril, das 9h às 17h, na Casa Guió, Rio Vermelho.São 15 vagas para quem deseja se aprofundar em um estudo prático da comicidade feminina, pesquisa desenvolvida pela artista Felícia de Castro, que ministra a vivência em Salvador há dez anos.
“O curso nasceu num momento em que a cidade tinha muitas mulheres buscando a palhaçaria e eu era ainda uma das poucas referências de mulher-palhaça na cidade. Embora eu sempre deixe claro que o foco do trabalho é artístico, não terapêutico, é inevitável a consequência em autoconhecimento e crescimento pessoal”, explica Felícia.

Não é necessário ter feito cursos de palhaçaria ou teatro para participar da experiência. ““Palhaças, Bem Vindas Sois Vós” é uma roda de amor que funciona como um suporte acolhedor para encarar os tocantes desafios de desarmar-se e de expor a si mesma. O mergulho na palhaçaria e no sagrado feminino leva a mulher a descobrir-se como uma força da natureza e a revelar a expressão da beleza exuberante e do grotesco tenebroso que é inerente à terra”, argumenta Felícia.

A vivência alinha palhaçaria pessoal e sagrado feminino tendo em vista que o riso, como aspecto oculto e ancestral da sexualidade feminina, sempre foi instrumento de transformação e, desde períodos mais remotos, esteve presente em ritos associados à vida e à fertilidade. “Nos encontramos nesta vivência para despertar o riso que habita o ventre da terra”, observa Felícia.

A pesquisadora brincante Lydia Hortélio, fala que antes de mais nada é preciso ser feliz, é preciso brincar para afirmar a vida’. “Acho que este desejo de ser feliz e de brincar é tudo que precisamos para estarmos vivos. É o que perdemos e é o que nos conecta de volta”, complementa Felícia.

A busca e o desenvolvimento da palhaça e sua cena acontecem através do contato com aspectos do feminino que pertencem à terra fértil. “Dançamos a natureza selvagem. Aprendemos a nos mover a partir da escuta dos impulsos íntimos e conectamos com nosso movimento autêntico, com o outro e com o ambiente”. Para Felícia, apalhaçaria transborda humanidade, “o que é altamente revolucionário levando em consideração o contexto hostil que vivemos hoje”, finaliza.

Felícia de Castro  - Mestra em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia. Mãe, atriz, palhaça, criadora e pesquisadora da arte-ritual, dos cantos, danças e imaginários das culturas brasileiras, e da palhaçaria pessoal alinhada ao sagrado feminino. Iniciada na arte da palhaçaria em 1999 pelo Lume Teatro.

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