Será lançada na segunda-feira, 27 de abril, às 19 horas, no auditório do Mundo Plaza, a Associação Baiana de Salões de Beleza e Estética (ABASBE), instituição pioneira no objetivo de defender os interesses coletivos de empresários e profissionais que atuam no segmento da beleza e que enfrentam como maiores problemas a qualificação, atualizações dos cortes e técnicas inovadoras, bem como cursos de gestão empresarial e financeira para os donos de salões. A ideia de se criar a ABASBE nasceu da experiência da atual presidente da Associação, Sarah Maria de Aquino Pires, que foi empresária do ramo da beleza durante 10 anos e pode assim vivenciar todas as dificuldades dos donos de salões e profissionais da beleza e estética da cidade de Salvador. “Faltava para a classe o amparo legal que foi dado pela Lei 12.592/2012 e pelo mercado de trabalho do ramo da beleza e estética. Paradigmas precisavam ser quebrados e somente unindo esforços para fortalecer a classe veio a ABASBE com um projeto voltado para essa categoria tão promissora para nossa economia, tanto no ponto de vista social como no econômico”, explica.
Em números, a quantidade de empresas e de profissionais gira em torno de 54.000 (cinquenta e quatro mil) salões, somente em Salvador, incluindo formais e informais e distribuídos por todos os bairros da cidade. Para a economia baiana, o segmento da beleza é extremamente importante, pois emprega diretamente milhares de pessoas que precisam se profissionalizar cada vez mais, mas enfrentam diversos problemas de seguridade social. “A maioria desses profissionais são desassistidos, muitos não são sindicalizados nem possuem carteira assinada, muitos são informais e atendem em sua própria casa”, justifica Sarah Pires. A presidente da Associação também as doenças ocupacionais que mais atingem estes profissionais são a Ler/ Dort, além de problemas de postura corporal e inalações de produtos químicos, que leva a problemas respiratórios e até mesmo ao câncer.
Segundo a presidente, ser profissional da beleza exige, além da competência e a técnica, o gosto e o interesse pela arte. “A relação com o cliente, a busca da moda, a constante mudança, a inspiração inovadora, os aspectos artísticos e técnicos da profissão, são fatores essenciais que devem preocupar e interessar um bom profissional”, afirma. Embora não haja uma pesquisa completa sobre o perfil socioeconômico destes profissionais, a percepção da ABASBE é de que 10% dos proprietários de salão são da classe A e possuem nível superior, 60% são da classe B e possuem Ensino Médio, e 30% em média são da Classe C e possuem Ensino Fundamental. Um problema comum é a falta de foco no negócio, o que gera o fechamento das empresas em até dois anos de existência.
Através da implementação de cursos e programas, a ABASBE busca auxiliar seus associados através da celebração de acordos, convênios e contratos visando o crescimento de seus negócios e promovendo a inclusão social. Com uma equipe altamente capacitada para orientar o associado na gestão do seu negócio, a ABASBE vai oferecer consultoria jurídica, contábil, administrativa e nas áreas de informática e marketing; linhas de crédito nos bancos privados, federais ou agências de fomento com taxas mais baixas; descontos em diversos estabelecimentos e instituições parceiras como lojas de móveis para salão de beleza, distribuidoras de cosméticos; além de convênios com instituições de ensino, supletivos e faculdades, farmácias, óticas, planos de saúde, plano odontológico, seguro de vida, seguro de incapacidade laboral temporária (DIT), auxílio funeral, teatro e cinema; bem como cursos de formação continuada.
Centro de Formação Continuada
Com o objetivo de qualificar e potencializar os profissionais do ramo da beleza, ofertando a certificação necessária à luz da nova lei que regulamenta a profissão de cabeleireiro e afins e capacitar os que já atuam no mercado e formar novos que sejam aptos a desenvolver o seu ofício com qualidade e segurança, a ABASBE criou o seu Centro de Formação Continuada.
De acordo com Sarah Pires, a certificação se faz necessária para o desenvolvimento das atividades dos profissionais da beleza, uma vez que a edição da lei nº 12.592 reconheceu os cabeleireiros e outras atividades afins como profissão, razão pela qual se torna imperiosa a regularização dos profissionais que já atuam neste segmento, bem como dos futuros técnicos. “Desta forma, a Associação cumpre seu papel institucional, à medida em que dá a oportunidade aos seus associados de se qualificarem e se regularizarem, tornando possível a excelência profissional, trazendo em seu bojo a inclusão social dos seus associados e do público em geral”, explica.
Entre os cursos oferecidos pela ABASBE destacam-se os de cabeleireiro, barbeiro, depilação, maquilagem, manicure, podologia, design de unhas, técnicas de alongamento em gel, massoterapia e design de sobrancelhas.
Programa dos Portadores de Necessidades Especiais (PNE)
Um dos maiores desafios da ABASBE é o programa de inclusão de indivíduos portadores de necessidades especiais (PNE), que visa a inserção destas pessoas na área de beleza e estética. “A ABASBE se enquadra perfeitamente neste contexto na busca por respeito ao indivíduo com PNE, quando direciona a desconstrução de uma série de ranços comportamentais e profissionais e acredita que o PNE é um potencial que não pode ser desprezado”, explica Sarah Pires.
Entre as ações do programa voltado para o PNE estão a busca e o acolhimento destes indivíduos com aptidão na área de beleza e estética, a formação e o aperfeiçoamento destas pessoas, despertar a sociedade quanto a inclusão do PNE nestes estabelecimentos comerciais, e orientar o empregador quanto a necessidade de adaptação dos locais de trabalho para acessibilidade de profissionais PNE e também de clientes com as mesmas demandas de mobilidade. “Entende-se que os desafios existem, mas com determinação e coragem, eles serão substituídos pela realização profissional e pessoal”, complementa a presidente da ABASBE.
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