24/02/2011

Folião pipoca movimenta mais a economia do Carnaval do que os foliões de camarotes e trios

Mesmo com gasto diário de R$ 49,83 por folião pipoca contra R$ 124,57 por folião de bloco, os “pipocas” movimentam mais a economia do carnaval.

A pesquisa Suplemento do Carnaval 2010, realizada em parceria, pela SecultBA e a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Seplan, com base em questionário suplementar ao da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PEDRMS), constatou que o folião pipoca é o que mais investe no Carnaval, com um gasto diário de R$ 49,83 o que representa um total de R$ 44,1 milhões durante os seis dias de festa.

Comparando os dados, o folião que prefere curtir a festa nos blocos e trios gasta diariamente R$ 124,57, o que perfaz um total de R$ 31,1 milhões em todos os dias de festa.

A diferença em gastos que podemos observar nesses dois grupos distintos de foliões diz respeito ao número de participante por grupos. No caso dos foliões “pipoca”, constatou-se um percentual maior do que os que brincam nos blocos e trios, em um total de 58,9% e 15,6% respectivamente.

“Como existem mais foliões pipoca brincando o carnaval e mesmo que o gasto diário desse folião seja menor do que o folião de trio, a lógica é sem dúvida a de maior contingente, por isso o folião pipoca emprega mais na economia do carnaval”, explica uma das responsáveis pela pesquisa, a economista Carlota Gottschall.

Tabela 1 – Modalidade de participação

“O ócio virou negócio” – Mais uma vez comprova-se que o carnaval é uma oportunidade de geração de trabalho para uma parcela de moradores da capital baiana, como foi também apresentado nas pesquisas de 2008 e 2009.

Na pesquisa Suplemento do Carnaval 2010 ficou constatado que, dos 93 mil soteropolitanos que trabalharam na festa, a maior parte deles, 63,3% são homens, 89,8% são negros, estão com idade entre 25 e 39 anos (74,9%), com segundo grau completo (46,9%0), e ganham entre um e dois salários mínimos (39,1%).

De acordo com a pesquisa, “a maioria dos postos de trabalho relacionados à festa, embora cada vez mais inseridos no modo de produção capitalista, é marcada pela informalidade, atividades em tempo parcial e ausência de contratos de trabalho. Dentre os residentes em Salvador que atuaram no Carnaval 2010, 39% não possuíam qualquer tipo de contrato ou vínculo trabalhista”.

A pesquisa revelou ainda que, durante o carnaval, os trabalhadores são principalmente vendedores ambulantes, ligados ao comércio de produtos alimentícios, bebidas e adereços.

Merece destaque ainda os guardas, os policiais, vigilantes, seguranças particulares, motoristas, cobradores, auxiliares de serviços gerais, faxineiros e lixeiros. “A despeito do Carnaval de Salvador estar cada vez mais centralizado em grandes blocos, camarotes e arquibancadas, a festa movimenta não só a economia das empresas formalmente constituídas, mas também os pequenos negócios e, sobretudo, a economia informal representativa de grande parte das ocupações geradas na folia”, destaca o diretor-geral da SEI, Geraldo Reis.

Os dados revelam também um cuidado com a segurança da festa e do folião com um percentual de 11,7% para seguranças e vigilantes e 11% para guardas, oficiais e policiais.

Os outros números são: 9,2% para motoristas; 6,2% para vendedores; 4,7% para compositores e músicos; 3,7% atendentes de bar e lanchonetes; 3,5% para gerentes, 2,0% para enfermeiros e 1,7% para auxiliares de serviços gerais. O maior número ficou com os ambulantes, perfazendo um total de 17,0%. A pesquisa revelou ainda que o rendimento real médio para cada trabalhador foi de R$ 737,02.

Confira a publicação INFOCULTURA 6: http://www.cultura.ba.gov.br/infocultura/

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